
Marcelinho Garcia, um dos maiores nomes da história do jiu-jítsu, voltou aos tatames após um período de afastamento para tratar um câncer. O faixa preta, cinco vezes campeão mundial e tetracampeão do ADCC, deu uma entrevista ao “Mundo da Luta”, onde falou sobre sua superação, o retorno às competições e a motivação para seguir lutando.
Além de compartilhar sua trajetória de recuperação, Marcelinho tem uma luta marcada no ONE para o dia 24 de janeiro, onde enfrentará Masakazu Imanari em uma disputa de grappling. Durante a conversa, ele contou como lidou com a vontade de voltar ao esporte enquanto enfrentava o tratamento e o que o motivou a retornar à competição.
“A minha vontade agora é de abraçar o mundo, porque eu sou um cara bem agitado. Acho que sou um cara agitado, mas controlo bem essa agitação. Tenho bastante paciência para controlar minha ansiedade. Esse ano parado, e parado doente, ficando sentado e querendo que as coisas passassem rápido. Eu gosto de videogame, mas nem tanto, mas ficava jogando muito pra ver se passava rápido. Não via a hora de poder me exercitar. Hoje a vontade é de fazer tudo que eu posso fazer. Essa vontade de lutar estava guardada há muito tempo porque eu nunca me aposentei, sempre me preparava para voltar. Estou vendo meus filhos crescerem e acredito que vai ser legal eles me verem lutando, porque posso ser um exemplo e ter um comportamento exemplar pros meus filhos lutando, então acho que não tenho nada a perder nisso, ganhando ou perdendo.”
O convite para retornar às competições veio de seu amigo Leozinho Vieira, dirigente do ONE Championship. Marcelinho não hesitou em aceitar a proposta e explicou como o evento atendeu às suas necessidades durante sua recuperação:
“O Leozinho me ligou pra ver se eu queria lutar e o que precisava. O evento me pagou o que eu pedi, na data que eu queria, no peso que eu queria, no tempo que eu queria, porque estou voltando de um câncer, então estou como se estivesse molhando meus pés na água antes de pular. Então ele fez do jeito que eu queria, e a minha vontade grande de voltar a lutar, foi perfeito. Juntou a fome com a vontade de comer.” – concluiu o atleta.