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Ulpiano Malachias conta como se tornou um líder de sucesso na GB

Ulpiano é uma das grandes lideranças da Gracie Barra na atualidade e tem formado diversos talentos

Ulpiano Malaquias é um empreendedor renomado no Jiu-Jitsu. Foto: Reprodução/Instagram
Ulpiano Malaquias é um empreendedor renomado no Jiu-Jitsu. Foto: Reprodução/Instagram

Ulpiano Malachias é uma autoridade no ramo do empreendedorismo na comunidade do Jiu-Jitsu. O mineiro é proprietário das escolas Gracie Barra River Oaks e Westchase, sediadas em Houston, Texas. Ele migrou para o mundo dos negócios após a carreira de atleta e hoje se destaca como um dos grandes líderes formados na Gracie Barra. 

O Texas aparece nos dias de hoje como com forte polo da GB fora do Brasil e reúne diversos atletas da elite do Jiu-Jitsu, como Pedro Marinho, atual campeão meio-pesado do WNO. Ulpiano agencia a carreira de atletas da Gracie Barra e também concilia as funções de gestor de academia e professor.

Formação de campeões

 Nos últimos anos, Ulpiano se dedicou à formação de um time competitivo de alto nível no Texas. Em entrevista ao VF Comunica, o faixa-preta da Gracie Barra detalhou que mudanças fez para alcançar resultados notórios. 

“Já faço esse trabalho há muitos anos. Tento fazer um time de competição desde que me mudei para Houston. No início, eu queria formar um time de competição para poder ter treino porque eu queria continuar competindo. Chegou um ponto em que eu não conseguia treinar, competir e gerenciar minhas escolas ao mesmo tempo. Trouxe vários atletas para investir meu tempo na chance de ser campeão. Muitos até ficavam, mas a maioria não acreditava no projeto. O Pedro Marinho abraçou a ideia e prometi a ele que faria o meu máximo para ajudá-lo a ser campeão. Começamos esse projeto quando o Pedro estava na faixa-roxa e logo depois ele se mudou para cá. Ele começou a se dar bem já na roxa mesmo, aí outros lutadores perceberam e passaram a acreditar. Hoje em dia, tenho um projeto com outros nove atletas que estão se destacando, além do Pedro”, contou Ulpiano.

Pedro Marinho e Ulpiano Malachias têm uma parceria vitoriosa. Foto: Reprodução/Instagram
Pedro Marinho e Ulpiano Malachias têm uma parceria vitoriosa. Foto: Reprodução/Instagram

Ulpiano projeta talentos no Jiu-Jitsu

Além de Pedro Marinho, Ulpiano trabalha no processo de lapidação de diversas feras da Gracie Barra. Ele listou seus principais atletas que têm se destacado nos campeonatos.

“Temos muitos atletas que estão em alta, como Bruno Matias, que está muito bem na faixa-preta. Outro atleta muito duro que eu trabalho é o Hunter Newton, que está mais afastado das competições hoje em dia. Na faixa-marrom, Henrique Camargo, líder do ranking peso leve sem kimono, é um grande talento. Ele acabou de ser campeão pan-americano nogi no peso e ficou em segundo no absoluto. Também gostaria de mencionar o Matheus Chedid, que está muito bem nas competições e ficou em terceiro no Pan Nogi. Quero citar também o Dylan Melton, vice-campeão mundial e vice-campeão do Pan Nogi na faixa-roxa nesse ano. Tem também o Josh Dawson, vice-campeão do ADCC Open Chicago. Estamos com uma galera boa e vamos dominar o Mundial Nogi em dezembro”, cravou Ulpiano.

Rotina acelerada

Ulpiano Malachias mantêm o padrão de excelência em diferentes âmbitos no Jiu-Jitsu, tanto como professor quanto como dono de academias. Ele explicou como consegue conciliar as funções mesmo diante da rotina corrida por causa dos compromissos diários.

“Não é fácil dividir meu tempo entre gestor de academia, professor e coach, mas eu tenho uma vida bem regrada e me mantenho em forma e com a cabeça boa. Rodo minhas academias no melhor padrão de excelência possível. Hoje, minha academia tem mais ou menos 800 alunos e a mais nova já tem mais de 200. Temos diversos profissionais qualificados conosco para oferecer um ótimo serviço. Nós também dividimos as aulas entre aqueles que treinam por hobby e os competidores. Puxo o treino de competição com intensidade para trabalhar a mente dos atletas. O que traz o diferencial é ter uma mente blindada e forjada na porrada. O cara se acostuma com aquele ambiente e consegue ter cabeça para sair de posições adversas. O campeão sempre dá um jeito de ganhar. Meu trabalho é fortalecer a mente desses caras para eles desenvolverem uma mentalidade de campeão”, garantiu Ulpiano.

Identificação como líder no Jiu-Jitsu

Ulpiano foi forjado numa geração de líderes marcantes da Gracie Barra, como Vinicius Draculino e Carlos Gracie Jr. Ele se nutriu do conhecimento para ser referência no empreendedorismo e como professor, no entanto, desenvolveu seu próprio estilo para ser um espelho para os alunos.

“Sempre fui seguidor de líderes fortes, como o Draculino e o Carlinhos por exemplo, então nunca consegui me ver como um líder perto deles. Com o passar do tempo, percebi que os meus alunos desenvolveram meu perfil. Vi que eles me tratavam como alguém fora do normal e comecei a me dar mais valor e ver que eu poderia acrescentar na vida das pessoas. Passei a me ver como um líder, mas sem me comparar com os outros. cada líder tem sua característica e as minha são que eu vivo intensamente o momento e tento extrair o máximo dos meus atletas. É difícil fazer a transição de estudante para líder, mas aconteceu naturalmente e confio que eu tenho o dom de ser líder porque nós influenciamos as pessoas”, apontou o professor da GB.

Ulpiano debate profissionalização do Jiu-Jitsu

Um dos temas mais debatidos da atualidade é a profissionalização do Jiu-Jitsu. Apesar do aumento no valor das premiações e do crescimento da modalidade, Ulpiano questionou este termo – profissionalização – e reforçou que o Jiu-Jitsu ainda precisa trilhar um longo caminho para se tornar tão profissional quanto outros esportes.

O esporte está crescendo, mas é preciso colocar os pés no chão. O Jiu-Jitsu não está se profissionalizando de verdade. O Jiu-Jitsu paga o cara para ele lutar. Muitos eventos não têm nem seguro para pagar uma eventual cirurgia do atleta caso ele se machuque. Então, em muitos casos, o atleta fica meses sem treinar e não recebe porque não pode competir. Como é um esporte profissional se ele depende 100% da competição para ganhar dinheiro. É legal essa tendência de contratação de equipe, como a Fratres e o Dream Art fazem. O atleta tem a oportunidade de viajar, competir e ter experiências que talvez ele não tivesse. Mas se ele se machucar ou não tiver um desempenho bom? O Jiu-Jitsu está num bom caminho, mas é importante ter cuidado para não pegar a direção errada e se iludir demais.

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Escrito por Gabriel Almada

Jornalista aficionado por luta e faixa-roxa de Jiu-Jitsu

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