
É impossível dissociar o Jiu-Jitsu moderno de Mica Galvão. Com apenas 21 anos de idade, o filho de Melqui Galvão viveu rápido vários ápices na carreira esportiva. Experiências fundamentadas a partir de uma aptidão indiscutível e uma conduta que fazem dele um exemplo a ser seguido. Mica Galvão tem todas as qualidades que um ídolo dessa geração deve ter.
Micael Ferreira Galvão nasceu em outubro de 2003 em Manaus, capital do Amazonas. Terra que parece ter uma inclinação natural para revelar grandes talentos do Jiu-Jitsu para o mundo. Nas faixas coloridas, Mica, como é mundialmente conhecido, fez um barulho ensurdecedor no juvenil e seu talento não poderia mais passar despercebido.
Com apenas 15 anos de idade, ele fez uma superluta na Copa Podio e venceu Leandro Rounaud por finalização, faixa-preta campeão adulto do Manaus Open da CBJJ. Esse tipo de vitória com enorme diferença entre graduações, diga-se de passagem, virou uma tendência no presente, com faixas-azuis da Escola de Jiu-Jitsu de Melqui Galvão superando oponentes faixas-pretas por via rápida. Em 2019, aos 16 anos, Mica enfileirou títulos nas competições grandes da IBJJF, conquistando ouro duplo, campeão peso e absoluto, no Brasileiro, Sul-Americano, Europeu, Pan e Mundial.

Antes de completar 18 anos de idade, Mica fez por merecer graduações de faixa-preta em Jiu-Jitsu e Luta Livre esportiva
A trajetória de Mica, de graduação a graduação, foi toda endossada por Melqui. O pai do fenômeno sempre teve uma vida de dedicação ao Jiu-Jitsu e a introdução do filho a esse universo aconteceu de forma natural. A jornada da faixa-azul à preta durou três anos não completos. Mica foi autorizado a amarrar a preta na cintura no dia 9 de julho de 2021, aos 17 anos de idade. No mesmo ano, mas em março, Mica foi graduado à faixa-preta de Luta Livre esportiva por Totonho Aleixo, mesmo mestre que graduou Melqui Galvão. A promoção de Mica na modalidade não veio sem polêmica, mas o tempo provou que a decisão foi um acerto.
Em eventos excepcionais, fora do circuito da IBJJF, Mica ostenta títulos importantes. Foi campeão do GP dos médios do BJJ Stars, lutando de kimono, e tem também um cinturão de grappling pelo Who’s Number One, torneio da FloGrappling.
Foi na temporada vigente que o manauara vegetariano conseguiu colecionar medalhas de ouro do circuito chamado ‘Super Grand Slam’, que abrange as disputas do Europeu, Pan-Americano, Brasileiro, Mundial e o ADCC, o único dos citados que conta com embates sem kimono. Com o feito, Mica se tornou o atleta mais jovem da história a ficar no topo do ‘Super Grand Slam’.

O próximo passo do ídolo como artista marcial ainda é uma incógnita
Diante de tantas conquistas acumuladas, fica a sensação de que Mica Galvão já cumpriu todas as metas possíveis e imaginárias dentro do cenário do Jiu-Jitsu competitivo. Por isso, muito se especula sobre os próximos passos do atleta. Defesas de título? Contratos de exclusividade para lutar grappling? Migração para o MMA? Até o momento, todas essas interrogações estão sem resposta.
O flerte mais profundo do atleta, no entanto, parece estar sendo com o MMA. Ele mesmo afirmou nas redes sociais que vem treinando muito sem kimono, tendo a finalização como único objetivo, pensando nas exigências das artes marciais mistas. Por outro lado, uma boa jogada do UFC, uma organização enorme que mira no grappling, pode colocar na mesa um contrato aos moldes do oferecido por Mikey Musumeci para Mica e, assim, definir o futuro breve do multicampeão de uma vez por todas.