Como um bom líder, Marcos Cunha decidiu reativar a função de competidor para motivar ainda mais os alunos em intercâmbio pelo projeto UCLA. No Austin Summer Open, competição norte-americana da IBJJF, o faixa-preta foi campeão depois de um bom tempo sem sentir a adrenalina de atleta. Em entrevista ao VF Comunica, Marcos explicou que decidiu lutar na competição para compartilhar de igual para igual uma experiência com alunos que estão prestes a retornar ao Brasil.
“Eu decidi lutar o Austin Summer três semanas antes do evento acontecer. Eu tomei essa decisão porque seria o último campeonato da temporada dos meus atletas do projeto UCLA aqui nos Estados Unidos. A grande maioria deles está voltando para o Brasil no final do mês. Eu quis passar por essa experiência com eles. Fiz todo o processo de perda de peso, treinei junto e fui para a competição. Foi muito legal ver todos eles me incentivando e me cobrando. Tive uma fase de treinos muito difícil nessas três semanas e eles não deixaram eu desistir.”, comentou o faixa-preta.
Nessa mesma competição, que aconteceu na metade do mês de julho, a experiência de Marcos Cunha foi ainda mais completa pelo fato dele ter dividido o título com a filha, a faixa-azul Duda Cunha, campeã no adulto entre as atletas do peso médio.
“Ser campeão ao lado da minha filha não tem preço. O Jiu-Jitsu mudou a minha vida em todos os sentidos e poder dividir essa experiência com ela, mostrando o quão o Jiu-Jitsu pode ser transformador, compartilhando o mesmo tatame e a mesma competição, é inestimável.”, valorizou.
Lutando no peso leve, no master 3, Marcos Cunha fez duas lutas na competição. Na final, ele enfrentou Eduardo Cordeiro, um atleta da Checkmat que cruzou o seu caminho na jornada até o ouro, compartilhando com ele algumas experiências semelhantes de vida.
“Eu fiz duas lutas e a final disputei com um adversário da minha cidade. Na verdade, ele é carioca como eu e mora em Santa Catarina, como eu morei, e estive aqui fazendo a final de um campeonato contra esse cara, o Eduardo Cordeiro. Ele não é faixa-preta há muito tempo, mas vem lutando nos principais campeonatos do mundo, com um bom ritmo. Fiquei feliz de disputar essa final contra ele.”, explicou o campeão.
Marcos Cunha projeta TMC entre as principais equipes de Jiu-Jitsu
A Team Marcos Cunha está evoluindo por conta do comprometimento com os planos de expansão da equipe. De acordo com o líder Marcos, hoje são quatro unidades nos Estados Unidos e o interesse das pessoas em integrar o time só aumenta. Em Ohio, há uma unidade da TMC recém-inaugurada.
“Hoje a TMC se encontra em um processo de expansão. Estamos trabalhando na padronização, uniformização, metodologia de ensino e isso está sendo bem aceito por todos. A procura por novas filiais da TMC tem crescido. Hoje nós somos quatro filiais nos Estados Unidos. Uma das conquistas durante esse processo foi uma nova filial no estado de Ohio, agora temos duas academias na região. Nós estamos crescendo no Canadá também e isso tem me deixado bem satisfeito.”, detalhou.
“É uma questão de ajustes”, diz Marcos Cunha sobre evolução do time
Em um balanço das conquistas da temporada, Marcos Cunha deixou claro que está no caminho certo rumo ao lugar reservado às melhores equipes do mundo. Em torneios importantes da IBJJF, como o Pan-Americano e Mundial, a TMC não passou despercebida lutando entre a elite do esporte. De acordo com o faixa-preta, com 32 anos de experiência, é tudo uma questão de ajustes para ascender ainda mais.
“Com o final do Grand Slam, eu estou feliz com o que nós construímos. Conseguimos fazer pódio no adulto faixa-preta, no Pan da IBJJF, com o Bruno Sena em terceiro lugar. Também tivemos pódio no juvenil. Nessa temporada, conseguimos entrar com a nossa maior delegação no Campeonato Mundial, que também era uma das metas. Fizemos boas lutas e mostramos para nós mesmos que não estamos atrás de ninguém. São detalhes que precisamos ajustar para chegar no topo no próximo ano. Estamos satisfeitos também com o time no Brasil. Com a minha saída do país, o professor Carlos tem desenvolvido um bom trabalho.”, salientou Marcos.
No time competitivo, haverá um foco maior no No Gi
Com atenção em cada uma das partes da logística da TMC como marca, Marcos Cunha disse que reforçou o time administrativo para não faltar qualquer tipo de suporte aos novos filiados. A metodologia também é uma prioridade, junto com o desenvolvimento do time competitivo, que vai treinar mais grappling a partir de agora, seguindo uma tendência mundial do esporte.
“Nesse segundo semestre, a meta é continuar trabalhando no processo de expansão. Nós montamos uma equipe administrativa aqui nos Estados Unidos, focada no suporte dos nossos novos filiados. Estamos trabalhando muito também na parte educacional para a escola TMC. No processo competitivo, nos EUA e no Brasil, vamos trabalhar bastante a parte No Gi, que não era nosso forte no passado. No Brasil, o pessoal está focado em lutar o World Pro da AJP, em Abu Dhabi. Vamos continuar trabalhando na documentação dos atletas também, para que possamos ter mais vistos aprovados, permitindo que mais atletas venham entre janeiro e fevereiro para reforçar o time para o Pan e o Mundial em 2025.”, concluiu.