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Agência Mundial Antidoping expõe esquema de informantes dentro da USADA

Atletas pegos no doping foram autorizados a continuarem competindo, como agentes secretos do órgão norte-americano, em troca de informações sobre outras ilegalidades

WADA e USADA estão divergindo quanto ao uso de atletas flagrados do doping como informantes.
WADA e USADA estão divergindo quanto ao uso de atletas flagrados do doping como informantes. Foto: REUTERS/Denis Balibouse/ File Photo

A Agência Mundial Antidoping, a WADA, divulgou um esquema arquitetado pela USADA, a agência norte-americana, que usa atletas disfarçados, já pegos no crivo de doping para atuarem como atletas disfarçados em troca de informações de outros atletas que estariam violando regras ou cometendo crimes, as informações são da Reuters, agência de notícias. 

De acordo com as informações divulgadas, o esquema apontado como ilegal pela agência mundial funcionava como uma “delação premiada” envolvendo atletas pegos no exame antidoping entre 2011 e 2014. Aqueles que aceitassem colaborar iriam continuar competindo por anos, sem receberem quaisquer sanções cabíveis. São pelo menos três casos descobertos de atletas americanos que violaram as regras, sob a proteção da USADA.

“Ao contrário das alegações feitas pela USADA, a WADA não aprovou essa prática de permitir que trapaceiros de drogas competissem por anos com a promessa de que tentariam obter evidências incriminatórias contra outros.”, comunicou em nota a agência mundial. Ainda de acordo com órgão, foi relatado que esse tipo de prática foi descoberta em 2021. Imediatamente, a USADA foi notificada para as devidas providências, mas nada foi feito.

USADA diz que perdão aos atletas é válida quando problemas maiores são solucionados

Como parte do descontentamento, a WADA alega que a prática fragiliza a idoneidade do esporte. Como um atleta que se mantém limpo reagiria diante do fato de que atletas que já violaram as regras são seus adversários e passaram ilesos por qualquer penalidade? 

Depois que o caso se tornou público, a USADA respondeu às alegações, dizendo que os atletas que trapacearam precisaram ser perdoados para poderem atuar como agentes disfarçados. A atuação dos informantes se prolongou a um caso de investigação da polícia federal dos EUA, a respeito de um esquema de tráfico de pessoas e drogas. O presidente-executivo da USADA, Travis Tygart, disse à Reuters que a tática é “eficaz ao lidar com problemas maiores e sistêmicos. (…) Se você tem agentes ou outros que estão caçando atletas e traficantes, eu acho que é totalmente apropriado.”.

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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