O time de Melqui Galvão está repleto de jovens talentos e um deles é Guilherme Oliveira, faixa-azul manauara que tem se destacado pela excelente performance nas principais competições do circuito. Sua conquista mais recente impressionou, ele ganhou duas medalhas de ouro no ADCC Open de São Paulo lutando em divisões de adulto, entre faixas-pretas. Confiante, Guilherme não percebe essa vitória como uma façanha.
“Acho que para qualquer pessoa ver uma criança de 16 anos lutando entre os adultos deve ser uma surpresa, mas para mim isso é normal. Desde Manaus que eu visualizava isso, ganhar de vários atletas mais experientes do que eu. Então, isso é algo normal para mim, mas lógico que eu fico um pouco nervoso antes de lutar com cada um deles.”, comentou Guilherme.
O ouro duplo no Brasileiro da temporada foi uma conquista entre amigos, especial para Guilherme
Ao longo da temporada, Guilherme foi multicampeão, lutando com e sem kimono, com especial destaque para as competições da CBJJE e IBJJF. Entre as medalhas mais especiais do ano, ele destacou o ouro duplo do Campeonato Brasileiro que acontece todo ano, tradicionalmente, em Barueri. No torneio, ele foi melhor na divisão de peso e conseguiu ficar no topo do absoluto leve.
“As minhas principais conquistas até hoje foram o double gold no Sul-Americano do ano passado, o double gold no Brasileiro deste ano e agora o ADCC Open contra os faixas-pretas. Eu acho que o mais especial para mim foi o Campeonato Brasileiro, pois fiz uma preparação muito intensa junto com dois amigos meus e conseguimos um excelente resultado juntos.”, explicou.
Treinando no mesmo tatame de Mica Galvão, jovem conta como conheceu o Jiu-Jitsu
O Jiu-Jitsu apareceu na vida de Guilherme cedo, com três anos de idade. Naquela época, ainda em Manaus, o contato do menino com o esporte era mais distante, apenas como espectador na beira do tatame. Quem o levava para os treinos era o padrasto dele que praticava o esporte. A influência surtiu efeito e Guilherme, interessado, pediu permissão para começar a treinar também. Hoje, com uma vida dedicada exclusivamente ao ofício de atleta, Guilherme convive e treina com ídolos, como Mica Galvão e Diogo ‘Baby Shark’ Reis, e trabalha desde já tendo como inspiração as melhores referências.
“Minha rotina consiste em 4 treinos de Jiu-Jitsu, preparação física e ajudo em aulas na parte da noite. Qualquer pessoa que sonha em viver do esporte precisa abdicar de muitas coisas para dar certo. A convivência com ídolos faz você querer evoluir a cada dia. Se você faz o mínimo de errado, acaba decaindo nos treinos e competições. Conviver com eles me mostrou que não posso errar mesmo que seja o mínimo possível para continuar conseguindo os resultados que venho alcançando.”, avaliou.
Guilherme Oliveira tem uma longa estrada pela frente, mas os planos para trilhá-la estão bem estruturados na mente. Ele treina hoje já vislumbrando títulos específicos e, quando atingir o auge na carreira de atleta, a meta é viver de Jiu-Jitsu empreendendo, abrindo a própria academia.
“Eu acho que, em questão de Jiu-Jitsu, eu sou muito inteligente lutando tanto com quanto sem kimono. Sobre o meu futuro, eu quero fazer o Grand Slam da IBJJF, ganhar o World Pro da AJP e a seletiva do ADCC até 66 kg. Vou tentar repetir isso por anos até chegar em uma certa idade e ser dono de academia.”, projetou Guilherme.