
O uso do Jiu-Jitsu como ferramenta transformadora é a força motriz do projeto Dojo Caraíva, um programa de ensino de Jiu-Jitsu com foco no desenvolvimento pessoal dos habitantes da região do rio Caraíva, no extremo sul da Bahia. No dia 28 de setembro será comemorado o aniversário de cinco anos do projeto, uma data especial que requer comemoração e participação de convidados especiais. Nika Schwinden, madrinha do projeto, Luiz Guilherme ‘Guigo’, líder da equipe Guigo BJJ, e Otávio Nalati, competidor experiente dentro da cena esportiva do Jiu-Jitsu, estarão presentes no vilarejo.
A atuação do Dojo Caraíva acontece no vilarejo desde 2019, com especial atenção às pessoas da comunidade frequentemente negligenciadas e privadas de oportunidades de autodesenvolvimento. Para além da beleza natural da região, um destino recorrente de turistas, algumas mazelas acinzentam esse cenário paradisíaco. A exploração turística, sem políticas públicas adequadas para os seus habitantes, e a violência contra a mulher são questões graves que afetam o local marcado por uma carga antropológica enorme, um vilarejo cercado por uma ampla área de reserva indígena Pataxó.

Foi nesse contexto que o Dojo Caraíva surgiu, por iniciativa de Leonardo Castro, faixa-preta de ‘Guigo’, um projeto idealizado para fazer a diferença na vida das pessoas que vivem na comunidade ribeirinha. Nika Schwinden, madrinha do projeto, vai desembarcar em Caraíva no final do mês de setembro para participar da celebração do aniversário do projeto. A faixa-preta da Gracie Barra, uma referência no campo da ação social por meio do Jiu-Jitsu, contou à equipe do VF Comunica um pouco mais sobre as motivações do espaço.
“Eu sou madrinha do projeto e já é a terceira vez que viajo para Caraíva para visitá-lo, levando defesa pessoal principalmente para as mulheres da região, porque Caraíva tem um índice de violência contra a mulher altíssimo. O Dojo Caraíva é uma iniciativa do Leo (Castro), faixa-preta do ‘Guigo’ e fundador do projeto, mas também é conduzido pela Suellen (Thomaz), faixa-preta. Esse espaço que eles conseguiram arrecadar verba para abrir atende crianças, mulheres, com aulas de Jiu-Jitsu, ballet. É uma iniciativa muito bonita.”, detalhou Nika.
Histórico de Nika na condução de programas voluntários por meio do Jiu-Jitsu fez com que ela se aproximasse do projeto
Em consonância com os objetivos do programa, promover bem-estar, desenvolvimento e maior visibilidade para um povo sem o amparo necessário, Nika foi convidada para ser madrinha do Dojo Caraíva. De acordo com ela, todo o seu trabalho social e voluntário pavimentado ao longo dos anos dentro da comunidade do Jiu-Jitsu fez com que ela recebesse o convite que a vincularia ao projeto na Bahia.
“O convite de madrinha surgiu por conta das minhas ações diretas na comunidade. Nós temos o “Instituto Jiu-Jitsu para Todos”, que atende várias regiões do estado do Paraná, a gente trabalha com aulas de defesa pessoal durante todo o ano, em todas as comunidades. Por conta desse trabalho voluntário, surgiu a ideia de me convidar para ser madrinha e representar esse projeto tão lindo.”, contou Nika Schwinden.

Com a missão de “somar esforços às instituições locais já existentes para auxiliar no desenvolvimento e cuidado da comunidade através do esporte”, o Dojo Caraíva se apresenta como um lugar de cura para aqueles que frequentam o seu espaço. Tendo como bandeira a união, permitindo o acesso sem restrição de equipes, o projeto é movido por uma vontade de evolução que percorre uma via de mão dupla, estimulando o crescimento do Jiu-Jitsu e a aquisição de habilidades transformadoras para os habitantes do local.