
Figura lendária do Jiu-Jitsu brasileiro, Rickson Gracie deu uma entrevista ao podcast Mundo da Luta, apresentado pela jornalista Ana Hissa, por ocasião do lançamento de seu segundo livro: ‘Conforto na Escuridão: O poder do Jiu-Jitsu invisível’.
Diagnosticado recentemente com a doença de Parkinson, Rickson falou sobre a forma com a qual está lidando com a doença. De acordo com Rickson, um suporte fundamental depois da descoberta da condição foi o fortalecimento da espiritualidade.
“A ideia foi que, com a história da minha vida depois da minha biografia, faltou que eu fui diagnosticado com Parkinson e estou passando por uma fase, digamos assim, evolutiva da minha vida. Todos nós temos problemas, todos nós temos oponentes, seja físico, espiritual, mental. Para preservar minha saúde mental, a minha fisicalidade no melhor nível possível, e o meu campo espiritual, tive que usar as ferramentas do guerreiro espiritual, que explico no livro.”, disse Rickson sobre sua segunda incursão na literatura. Ele também é autor de sua autobiografia, ‘Respire: Uma vida em movimento’.
Rickson decidiu ser transparente e falar abertamente sobre a doença
A decisão de tornar público o diagnóstico de Parkinson aconteceu no ano passado, em uma entrevista cedida à faixa-preta da família, Kyra Gracie. Rickson disse que não teve motivos para esconder esse desafio imposto pela vida e afirmou também a importância de compartilhar como ele estava lidando com a doença.
“Achei melhor abrir para o mundo porque não tem necessidade de esconder nada. Não me sinto mal com relação a esse enfrentamento, me sinto bem inclusive. Estou usando todas as ferramentas que aprendi como artista marcial com esse novo oponente. Estou aplicando as minhas técnicas e o que acredito de Jiu-Jitsu invisível para certificar que o meu Jiu-Jitsu, que a minha ideia, a minha perspectiva, a minha panorâmica do problema pode ser resolvida.”, disse.
Limitações de hoje em dia não abalam a mentalidade de quem dedicou uma vida inteira ao Jiu-Jitsu
Rickson Gracie é mais do que um membro da família que tornou o Jiu-Jitsu brasileiro o que ele é hoje. Ele atuou diretamente na propagação do esporte e tem reputação de um dos maiores artistas marciais já conhecidos. Com a doença, Rickson assume uma limitação, mas afirma que o problema não tirou a sua paz.
“Hoje em dia não tenho mais a capacidade atlética de interagir, de ser responsivo na parte técnica, essa coordenação minha está falhando. Não tenho capacidade de treinar como treinava. Isso não tirou a minha felicidade de continuar seguindo o meu propósito, que é orientar as pessoas de uma forma que eles se tornem artistas marciais. O que perdi de fisicalidade durante a minha vida, fiz em dobro.”, concluiu.