Jorge e Ana Luiza Fernandes são irmãos competidores de Jiu-Jitsu que estão na frente de uma campanha bem impressionante nas competições. O talento e a inspiração para a prática do esporte vem de berço, já que a dupla tem pais que são faixas-pretas e líderes da academia na qual treinam, a Athlas Training Team, na Flórida.
Os irmãos Fernandes participaram do Pan No Gi, na divisão dos juvenis, este final de semana no Texas. ‘Jorjão’ finalizou três das quatro lutas, campeão no juvenil 1, faixa-azul, peso médio. Ana Luiza faturou o ouro duplo, ficou com a primeira colocação no peso pesado e no absoluto pesado, também faixa-azul, mas no juvenil 2.
Em entrevista ao VF Comunica depois dos títulos, os jovens falaram sobre a experiência no Pan sem kimono. Jorge tem um estilo agressivo, um método de luta que se reflete na taxa alta de finalizações. Ele explica que algumas de suas fortalezas são a coragem e o ego controlado nos treinos.
“Eu encaro o treinamento como um verdadeiro combate. Não tenho medo de perder, seja em uma luta ou ao ser finalizado. Para mim, cada treino é uma oportunidade de arriscar novas finalizações e aprender com cada situação. Faço isso com uma mentalidade de ‘high risk, high reward’. Ou seja, quanto mais eu me arrisco, maiores são as recompensas em termos de aprendizado e evolução. Assim, me preparo não apenas fisicamente, mas também mentalmente, como se estivesse realmente lutando. Isso me ajuda a me tornar um lutador mais dinâmico e, ao mesmo tempo, a proporcionar um espetáculo para o público.”, disse.
Jorge Fernandes é um atleta apaixonado pelo que faz
Parte do espetáculo de ‘Jorjão’ ficou por conta das finalizações que ele aplicou até assumir a primeira colocação no pódio. O atleta faixa-azul enfatiza a paixão que tem pela função de competidor.
“Eu realmente adoro lutar! Finalizei 3 das 4 lutas, o que foi ótimo, mas fiquei com vontade de ter conseguido finalizar as quatro. Isso me mostra que ainda tenho muito a evoluir e a trabalhar. Minha chave estava bem dura, com adversários de altíssimo nível, como o campeão do ADCC e o campeão europeu. Cada luta é uma chance de melhorar, e estou ansioso para continuar essa jornada!”, avaliou.
Revelando a rotina de treinos com mais detalhes, Jorge Fernandes disse que o treino com e sem kimono já é algo familiar e bem mesclado, sem foco específico em cada modalidade, já que ele enfatiza que sempre fez os dois. Com três anos de idade, ele já participava de competições tanto de Jiu-Jitsu com kimono quanto de grappling.
“Desde pequeno, sempre treinei tanto com kimono quanto sem kimono na Athlas, a academia do meu pai. Nunca houve uma temporada específica para cada um, sempre fiz os dois. Comecei a lutar sem kimono aos 3 anos, participando de competições como o NAGA, lutando as duas no mesmo dia, kimono e sem kimono, desde novo. Minha rotina de treinos sempre foi equilibrada, com três dias por semana focando no kimono e três dias sem. A única coisa que muda é a minha preparação física, que é ajustada pelo meu preparador físico, Diego Lacerda. Ele intensifica os treinos de explosão e aumenta o foco em cardio, dependendo do estilo que estou treinando. Para mim, a variedade é fundamental e cada um tem suas particularidades que contribuem para meu desenvolvimento como atleta.”, analisou ‘Jorjão’.
Ana Luiza quer máximo reconhecimento lutando no alto nível
Ana Beatriz, em uma divisão de idade mais avançada que o irmão, compartilha do mesmo desejo de fazer a diferença por meio do esporte. Medalhas importantes estão sendo conquistadas, como as do Pan sem kimono do último final de semana, mas Ana quer mais, almejando títulos mundiais em ambas as modalidades.
“Meu maior objetivo no Jiu-Jitsu é me tornar campeã mundial tanto no sem kimono quanto no kimono. Essa conquista é muito importante para mim, pois representa o reconhecimento do meu trabalho e dedicação. Além disso, sonho em ter minha própria academia, onde poderei compartilhar meu conhecimento e paixão pelo esporte com outros atletas, ajudando a formar novos campeões.”, contou.
Quanto ao desempenho na competição sem kimono da IBJJF, no Texas, Ana ressalta um desenvolvimento evidente no grappling, uma habilidade adquirida que fez com que ela chegasse ao lugar mais alto do pódio no absoluto, que é sempre a chave mais exigente de uma competição.
“De 0 a 10, eu daria nota 8 para minha performance no Pan No Gi. Sinto que houve uma evolução significativa no meu jogo com kimono, mas ainda tenho muitos aspectos a corrigir e melhorar. Estou sempre em busca de evolução e sei que há espaço para crescer, tanto nas técnicas quanto na estratégia.”, avaliou.