Atual campeão absoluto do Mundial da IBJJF, Erich Munis atingiu o céu como limite nas competições de Jiu-Jitsu com kimono. Nicholas Meregali e Victor Hugo são nomes na mira que Erich aponta como prováveis próximos oponentes na luta de pano, ainda que ambos tenham enveredado pelo caminho do grappling. Uma trilha que, diga-se de passagem, Erich quer percorrer, conforme revelou com exclusividade ao jornalista Vitor Freitas, em entrevista disponível na íntegra no canal do VF Comunica, no YouTube.
“Também vou tentar o No Gi. Vou começar a treinar. Eu sei que estou muito atrás, desde a faixa-roxa que eu não treino dedicado ao No Gi, vou começar, me adaptar e ir me testando. Só não gosto de lutar sem treinar. Imagina receber convites para lutar. É por isso que preciso treinar. Hoje em dia não dá mais para tirar o kimono e ir lutar. Eu tenho que me preparar nesse segundo semestre para entrar nesse desafio também.”, afirmou o tetracampeão.
Entre as finais do faixa-preta adulto do Mundial da IBJJF da temporada, uma das lutas mais comentadas foi a decisão do super-pesado, entre os irmãos Erich e Anderson Munis, representantes da Fratres. Erich, que hoje vivencia excelente fase na carreira com o tetracampeonato mundial de kimono, desabafou sobre as dificuldades de chegar com um irmão ao Jiu-Jitsu de alto rendimento.
De acordo com Erich, prioridade foi o absoluto, mas luta com o irmão não poderia ser subestimada
Com eles, o mais difícil aconteceu, ambos se viram em cada ponta do tatame em competições importantíssimas – o Pan e agora mais recentemente o Mundial e, nesse processo, decisões difíceis precisaram ser tomadas.
“Eu e o meu irmão começamos a treinar juntos. O meu irmão realmente era o favorito de toda a nossa galera ali, ganhava de todo mundo. A gente recebeu o convite para ir para a DreamArt. O meu irmão Anderson foi o que mais se afetou. Ele teve um pouco de depressão, não conseguia mais sentir aquela alegria e o prazer de estar treinando. Eu comecei a me destacar nessa hora. Comecei a ganhar uns campeonatos, estava me sentindo a mil e meu irmão foi ficando para trás. Eu fui crescendo e meu irmão abriu mão de algumas coisas por mim. Eu me senti nesse dever. Tipo no Pan, de deixar o meu irmão passar. No Mundial não tem como, porque todo mundo quer ver um show. Não é fácil, é difícil lutar com um irmão. Mas a gente tentou. É claro que eu tinha o absoluto para lutar. Eu queria priorizar o absoluto e não imaginava que o Jansen (Gomes) ia se machucar e não teria luta.”, contou Erich.
O título de campeão Mundial conquistado por Anderson Munis, que finalizou o irmão Erich com uma chave de joelho na luta final da chave dos super-pesados, se juntou ao título do Pan por ele conquistado em março, na Flórida. Na ocasião, Erich e Anderson ficaram frente a frente na final, como se repetiria no Mundial, mas a opção de fechar, deixando o ouro com Anderson, foi viável para ambos no momento. Quanto aos comentários negativos direcionados ao confronto dos irmãos no Mundial, Erich afirma que não se afeta. Afinal, aquele que opina, com julgamentos vazios, possui uma visão muito restrita de um todo bem mais complexo.