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Diana Teixeira tem na superação a palavra-chave de sua trajetória gloriosa no Jiu-Jitsu

Multicampeã e membro da elite do esporte, Diana relembrou início da carreira e dificuldades que precisou suplantar

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Diana Teixeira perseverou e hoje vive profissionalmente do Jiu-Jitsu.
Diana Teixeira perseverou e hoje vive profissionalmente do Jiu-Jitsu. Foto: Arquivo Pessoal

No alto nível competitivo, na faixa-preta, Diana Teixeira chegou a um lugar privilegiado como atleta de Jiu-Jitsu. Com uma técnica aprimorada e coração de campeã, ela conseguiu medalhas de ouro competindo ao redor do mundo. Na AJP Tour, que promove competições de Jiu-Jitsu internacionalmente, Diana se tornou o nome a ser batido, primeira colocada do ranking da divisão feminina até 49 kg. Um status que obteve por merecimento depois de chegar ao topo do pódio em diversos torneios de Grand Slam. 

Conhecendo mais sobre a trajetória de Diana, fica ainda mais fácil admirá-la. Ter descoberto o Jiu-Jitsu ainda na infância foi uma experiência que mudou a vida dela para sempre e fez com a jovem se descobrisse como alguém movida por uma fonte inesgotável de dedicação. Sem recursos e com muitos obstáculos pelo caminho, o desejo de desistência até bateu na porta, mas não houve resposta do outro lado. Hoje, fica claro que cada esforço não foi em vão.

Leia a entrevista completa abaixo!

VF COMUNICA: Como e quando você começou a praticar Jiu-Jitsu? Houve alguém ou algum evento específico que te inspirou a iniciar nessa arte marcial?

DIANA TEIXEIRA: Iniciei minha jornada no Jiu-Jitsu aos 11 anos, quando uma academia abriu as portas bem perto de casa. Naquele momento, eu não fazia ideia do que era esse esporte. Meu irmão começou a treinar primeiro e a princípio minha mãe hesitou em me deixar participar por eu ser mulher. Contudo, minha avó se tornou minha aliada e começou a me levar para as aulas enquanto minha mãe trabalhava. Um dia, minha mãe descobriu que eu já estava treinando há um mês. Impressionada, ela decidiu deixar a faculdade para nos apoiar. Sou parte de uma família de três irmãos dedicados ao Jiu-Jitsu: meu irmão Everton, faixa-preta, e Jadson, faixa-roxa. Naquela época, treinávamos juntos e participamos de competições mensais. O professor Alexandro Paiva foi fundamental em nossa formação e sou eternamente grata a ele por tudo que nos ensinou.

VF COMUNICA: Quais foram os principais obstáculos que você enfrentou ao longo de sua carreira e como conseguiu superá-los?

DIANA TEIXEIRA: Os principais desafios que enfrentei foram a escassez de oportunidades e o fato de ter sido criada apenas por minha mãe. Nossa situação financeira não era das melhores e só consegui realizar minha primeira viagem ao Rio de Janeiro aos 17 anos. Foi nesse momento que meu irmão e eu decidimos deixar nossa casa e nos mudar para lá. Embora não soubéssemos exatamente o que nos aguardava, tínhamos a intuição de que tudo daria certo. Ao chegarmos ao Rio, fomos acolhidos em um projeto no morro do Cantagalo, onde o professor Douglas Rufino nos abriu as portas de sua academia. A vontade de retornar para casa era forte, mas a determinação de vencer e proporcionar um futuro melhor para nossa família era ainda mais intensa!

Diana obteve destaque no Jiu-Jitsu de alto rendimento.
Diana obteve destaque no Jiu-Jitsu de alto rendimento. Foto: Arquivo Pessoal

VF COMUNICA: Como você descreveria a evolução do seu estilo de luta desde que começou até alcançar a faixa-preta? 

DIANA TEIXEIRA: Desde o início da minha trajetória no Jiu-Jitsu, sempre tive uma forte inclinação para a guarda. Graças à minha flexibilidade, meu professor percebeu que eu tinha facilidade em aprender e começou a desenvolver essa habilidade em mim. No entanto, quando me mudei para o Rio de Janeiro para treinar com o professor Douglas, foi aí que realmente comecei a explorar a passagem de guarda. Esse novo ambiente me ensinou a ser mais agressiva e rápida, foi um ponto de virada significativo na minha evolução como atleta.

VF COMUNICA: Existem atletas ou mestres que você considera como principais influências em sua carreira?

DIANA TEIXEIRA: Meu primeiro professor foi como um pai que eu nunca tive, ele sempre nos aconselhou e nos deu direção. Ele sempre foi uma boa influência para mim e meus irmãos. Como atleta, cada um tem sua história de superação, eu sempre acompanhei Mayssa Bastos desde a minha faixa-azul, quando comecei a assistir os vídeos dela. Eu queria ser como ela e hoje eu tenho a oportunidade de lutar na mesma categoria. 

VF COMUNICA: Como é a sua rotina de treinos atualmente e quais aspectos você considera fundamentais para manter seu desempenho em alto nível? Qual título ou vitória você considera mais significativo em sua carreira e por quê?

Diana Teixeira comemora vitória na AJP Tour, federação que ela mais venceu.
Diana Teixeira comemora vitória na AJP Tour, federação que ela mais venceu. Foto: Arquivo Pessoal

DIANA TEIXEIRA: Meus treinos atualmente são baseados em treinos físicos, muito Jiu-Jitsu, estudos, parte mental e alimentação. Quando você alinha esses pontos, você se torna um atleta diferente. O título que mais significou para mim foi o  Brasileiro de 2022. Eu era faixa-marrom, morava em uma academia, não tinha uma boa alimentação e nem recursos. Fui campeã no peso galo. Para mim, foi uma superação. Depois desse dia eu soube que eu poderia ir além do que imaginava. 

VF COMUNICA: Quais são seus objetivos a curto e longo prazo no Jiu-Jitsu? Há alguma meta específica que você almeja alcançar?

DIANA TEIXEIRA: Meu objetivo é alcançar todos os maiores títulos no Jiu-Jitsu e a longo prazo tenho como meta abrir uma academia de Jiu-Jitsu nos Estados Unidos e um projeto social no Brasil para crianças. 

VF COMUNICA: Você se envolve em projetos para promover o Jiu-Jitsu ou incentivar a prática esportiva entre jovens e mulheres? 

DIANA TEIXEIRA: Sempre que vou no Brasil eu visito alguns projetos sociais para incentivar as crianças, porque assim como elas eu também vim do pouco e sempre que posso eu ajudo algumas. Me sinto na obrigação de ajudar porque um dia alguém também me ajudou.

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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