
Claudio Calasans foi um dos principais pesos médios de sua geração e empilhou conquistas nos principais campeonatos de Jiu-Jitsu. Calasans ficou conhecido por construir seu legado vitorioso com as conquistas do World Pro, do Mundial da IBJJF e do ADCC, mas ele também fez história pela CBJJE.
Antes de brilhar em Abu Dhabi e nos Estados Unidos, Calasans foi protagonista dos palcos da CBJJE. Ele, que é faixa-preta desde 2005, conquistou o ouro duplo no Mundial 2008 da CBJJE ao fechar o peso e o absoluto com Gilbert Durinho, seu parceiro de equipe na Atos famigerada Rio Claro. Na ocasião, Calasans e Durinho, duas promessas na época, dominaram a faixa-preta com atuações avassaladoras.
Ao longo de sua jornada na CBJJE, Calasans enfrentou diversos ícones do Jiu-Jitsu, como Rodolfo Vieira, Leandro Lo e Marcus Buchecha, por exemplo. Historicamente, o Mundial da CBJJ é um dos torneios mais acirrados do país e reúne lutadores do mais alto nível.
Claudio Calasans relmbra momentos na CBJJE
Em entrevista ao VF Comunica, Claudio Calasans compartilhou suas memórias mais especiais como competidor na CBJJE.
“Tenho várias lembranças da CBJJE. Se eu não me engano, disputei meu primeiro campeonato da CBJJE em 2007. No ano seguinte, fechei as finais do peso e do absoluto do Mundial com o Gilbert Durinho. Depois, conquistei algumas vezes a categoria e o absoluto do Mundial da federação e lutei com vários caras de nome do Jiu-Jitsu, como Marcus Buchecha, Leandro Lo, Paulo Miyao e Rodolfo Vieira. Acho esse evento importante porque vários atletas, inclusive alguns alunos, não conseguem viajar para os EUA porque têm o visto negado. Então, o Mundial da CBJJE tem um sabor especial para essa galera. É um campeonato forte e a galera se prepara para fechar o ano. Vários alunos meus vão lutar. Sempre participei quando tive a oportunidade porque era uma forma de me manter competindo. As categorias são lotadas e minhas principais lembranças na CBJJE são as lutas com grandes nomes”, recordou Calasans.
Evolução dos pupilos
Calasans faz um trabalho notório como líder da Esporte Dez e é professor de faixas-pretas de alto nível, como Vinicius Lessa e Alexandre Robinho, e de faixas coloridas duros. O faixa-preta avaliou a evolução de seus alunos na temporada e destacou a versatilidade dos atletas.
“Eu sempre fui a favor do Jiu-Jitsu mais completo e o que mais tenho observado nos meus alunos é que eles têm mantido o mesmo nível com e sem kimono. Então isso é legal. Meus alunos, desde os faixas-azuis que estão iniciando a carreira competitiva aos mais graduados, têm obtido bons resultados nas duas modalidades. Tive uma carreira com e sem kimono no Jiu-Jitsu e consigo passar isso aos meus alunos. Os resultados deles mostram que estou transmitindo para eles o que fiz na minha carreira”, afirmou o professor.
De olhos nas feras do presente
Calasans acompanha o Jiu-Jitsu de perto e marca presença nos campeonatos. Além de ser um professor renomado, ele é um entusiasta do esporte. Dessa forma, o líder da Esporte dez citou os atletas que mais gosta de ver em ação.
“Eu gosto de assistir Jiu-Jitsu, mas como eu fui um atleta peso médio, gosto mais de ver os caras que lutam no meu peso, como Mica Galvão, Jansen Tainan. Gosto de ver mais essa galera, mas acompanho os grandes eventos. Gosto de estudar e assistir Jiu-Jitsu com e sem kimono. Em geral, gosto de ver luta boa e Jiu-Jitsu de alta qualidade”, mencionou Calasans.
Desenvolvimento do grappling
Penta do World Pro no adulto e campeão absoluto do ADCC 2015, Claudio Calasans é uma referência no Jiu-Jitsu com e sem kimono. Calasans viveu a época em que o kimono era dominante, enquanto o grappling ainda se desenvolvia quanto à promoção de eventos. Ele analisou o crescimento do grappling e ressaltou o leque de opções que os atletas possuem hoje em dia.
“A diferença é que o grappling e o sem kimono eram o ADCC na época em que eu lutava. Eu nunca lutei o Mundial Nogi da IBJJF, não era tão comentado pela galera que morava no Brasil. A gente não assistia muito, era seletiva do ADCC e o ADCC. Os treinos sem kimono eram focados nisso. Hoje em dia, há inúmeros torneios. Então, a galera consegue treinar só sem kimono ou com kimono se quiser. O sem kimono cresceu muito, principalmente fora do Brasil. Nós ainda não temos muitos eventos de grappling aqui, os maiores são de kimono. Hoje o cara consegue se dedicar mais e escolher a modalidade que ele quer treinar. Eu sempre gostei do sem kimono, mas nunca consegui treinar como gostaria por não ter evento para lutar”, concluiu Claudio Calasans.