Gabriel Almada 
Claudio Calasans tem uma história gloriosa no Jiu-Jitsu e se firmou como um dos lutadores com o currículo mais premiado nos eventos de Abu Dhabi. Calasans é pentacampeão do World Pro no adulto faixa-preta e também venceu a competição uma vez no master.
Atualmente, Calasans se dedica como líder de equipe na Esporte Dez e tem revelado diversos talentos, como Vinicius Lessa, Alexandre Robinho e o faixa-roxa Emerson Victor. O faixa-preta marcou época nos tatames e escreveu uma história de sucesso, sobretudo no Oriente Médio. Ele é considerado uma estrela em Abu Dhabi pelos feitos que alcançou em seus tempos áureos.
Em entrevista ao VF Comunica, Claudio Calasans listou seus maiores feitos em Abu Dhabi e comentou os maiores desafios de se manter no topo do Jiu-Jitsu por tantos anos consecutivos.
VF COMUNICA: Qual legado você acredita que deixou em Abu Dhabi?
CLAUDIO CALASANS: Sempre tive grandes conquistas em Abu Dhabi, fui pentacampeão do World Pro no adulto e venci uma vez no master. Lutei muito bem em Abu Dhabi e obtive ótimos resultados. Competi pela primeira vez lá em 2008, quando fizeram o Asian Super Cup, um evento teste para o World Pro. Sempre gostei da energia de Abu Dhabi porque me sentia em casa. Consegui vencer grandes oponentes em Abu Dhabi e superei diversos desafios. Então, tenho uma história bacana de conquistas. Muitos brasileiros reclamam do fuso horário, mas isso nunca me atrapalhou. O tratamento profissional que a Federação tem com os atletas sempre me ajudou a fazer um bom papel. Então, tenho uma história de grandes conquistas.
Qual era a sua maior motivação para se manter no topo?
O difícil não é ganhar, mas se manter no topo. E eu consegui vencer por alguns anos. Então, se manter no topo é um desafio pessoal de querer ser melhor do que você mesmo. Esse é um dos princípios que a arte marcial proporciona. O desafio é querer ser melhor a cada dia e colocar isso em prática. Era isso que me motivava a seguir no topo. Com essa evolução, consequentemente, você terá melhores resultados. Então, o principal é a competição interna para tentar ser o melhor em tudo.
Qual foi a conquista mais emocionante da sua carreira?
Graças a Deus, tive grandes conquistas na carreira, porém, a mais importante foi o ADCC pela magnitude de ser o campeão absoluto. Sou um cara mais leve e consegui derrotar adversários pesados. Outro motivo é que foi em São Paulo, perto de casa, então minha família, amigos e alunos estavam lá. A energia do ginásio estava ótima e senti a vibração da galera. Sempre gostei de lutar perto da família. Eu era considerado o azarão na chave, então todos esses fatores trouxeram um gosto especial quando falo que conquistei o absoluto do ADCC.
O que o título do ADCC e o Mundial da IBJJF representam para você?
O ADCC significa conquistar o que se diz impossível porque eu era o mais leve e ganhei. É o sentimento de vencer algo que é impossível para os outros, mas para você, não. Por outro lado, o Mundial é o contrário. Eu bati na trave muitas vezes e a galera sempre falava que eu merecia. É sobre não desistir daquilo que você acredita que pode conquistar. Um representou a conquista do impossível e o outro o resultado da persistência. O atleta evolui no Jiu-Jitsu quando ele tem consistência e persistência. A gente sabe que é difícil do menor ganhar do menor quando os dois são profissionais e estão bem preparados, porém, coloquei isso em prática. Muitos me falavam que eu não precisava lutar mais o Mundial, mas apliquei os princípios da arte suave e fui campeão.
