
O Mundial No Gi de 2024 em Las Vegas foi palco de grandes conquistas para o Jiu-Jitsu brasileiro. Lucas Valente, em busca de seu segundo título consecutivo, derrotou Gianni Grippo com uma finalização impressionante. Enquanto Gabi Pessanha consolidou sua hegemonia ao vencer o Mundial no Gi. Everton Teixeira também se destacou, conquistando o bicampeonato no peso-galo. Robinho, teve uma vitória emocionante, e Lucas Montalvão, que se mostrou confiante ao derrotar o campeão anterior, completou a lista de campeões. A mais jovem campeã da história da IBJJF, Cássia Moura, também fez história ao levar para casa o título no peso-pena, após uma ascensão meteórica nas faixas.
Lucas Valente: o lutador na base da oração
Lucas Valente também chamou atenção na final do peso-leve ao derrotar Gianni Grippo por finalização, com um estrangulamento pelas costas. O mineiro que cresceu influenciado por tios faixas pretas de karatê e Jiu-Jitsu, aos 12 anos, já treinava com a equipe adulta, conquistando destaque no circuito juvenil e sendo promovido à faixa azul aos 14. Em 2017, recebeu a faixa-preta das mãos de Vinicius Draculino e Marcelo Uirapuru. Ele conquistou títulos importantes como o Pan Sem Kimono da IBJJF, o Campeonato Nacional Americano e o Campeonato Brasileiro.
Essa é a segunda vez consecutiva que ele conquista o Mundial No Gi, já que em 2023 ele também foi medalha de ouro. Emocionado, ele agradeceu a Deus, a equipe e a esposa em entrevista exclusiva ao VF Comunica.
“Quero agradecer a Deus. Toda glória à Ele, não teria conseguido sem oração, o campeonato foi todo na base da oração. Estou muito feliz com a minha performance, meu segundo título mundial consecutivo. Estou muito feliz com o trabalho da minha equipe, meu mestre e meu treinador. Minha esposa, que é minha fã número um, está sempre comigo, só tenho a agradecer.” – concluiu Lucas Valente.
Gabi Pessanha: Rainha absoluta do jiu-jitsu
Gabi Pessanha adicionou mais um título à sua impressionante carreira ao conquistar o Mundial no Gi da IBJJF. A final seria contra Mayara Moreira, mas não aconteceu por um motivo especial: Mayara está grávida e optou por não lutar, mostrando que as conquistas no esporte podem coexistir com os momentos pessoais importantes. A atleta comentou como foi a sensação dessa conquista ao VF Comunica.
“É estranho ainda para mim, mas estou bem feliz. Não teve a luta contra a Mayara, mas estou feliz por ela, porque ela está grávida. Agora é focar no absoluto e ver o que vai dar. Consegui pegar três lutas e finalizar nas três, contra atletas muito duras no No Gi, nunca tinha lutado, mas foi bem legal.” – comenta Gabi Pessanha.
Éverton Teixeira: bicampeão mundial do peso-galo
O campeão Éverton Teixeira conquistou o segundo título no Mundial No Gi, após vencer Lucas, da equipe Gracie Barra, na final. O agora bicampeão mundial do peso-galo teve um bom controle da luta e pulso firme para defender as costas e permanecer na vantagem nos minutos finais. Em entrevista exclusiva ao VF Comunica, ainda no pódio, ele manda beijo para família e deixa mensagem para os fãs.
“A minha primeira luta foi com o Jansen, conseguir vencer ele. Depois contra um japonês muito forte e aí contra o Lucas, que é outro brasileiro, e graças a Deus deu tudo certo.Quero agradecer à minha mãe e aos meus irmãos. E a todo mundo que está na torcida. Creem em Deus, ele é o caminho a verdade e a vida!” – Concluiu o atleta emocionado.
Durante a final contra Lucas Castro eles fizeram um berimbolo, um tentou aplicar uma chave de perna no outro. A luta estava acirradíssima, mas graças à paciência de Éverton, ele conseguiu levar o ouro. Não é a primeira vez esse ano que ele leva o ouro para casa, no IBJJF Pan No Gi, o atleta, também conquistou título no peso-galo, após derrotar Christopher Tran na final. O brasileiro também garantiu o primeiro lugar do pódio no Campeonato Europeu de jiu-jitsu quando ainda estava na faixa marrom.
Robinho: “Nem tenho palavras para explicar”
Alexandre Robinho foi outro brasileiro que levou o ouro ao vencer Fabyury Khrysthyan por 3 a 2 nas vantagens. O baiano inicialmente um apaixonado jogador de futebol, começou a praticar Jiu-Jitsu aos 13 anos, em 2012, para ganhar disciplina, sob a orientação do treinador André Medeiros. Ao alcançar a faixa-roxa, Robinho transferiu-se para a academia Calasans Camargo, em São José dos Campos, para treinar com Claudio Calasans e Álvaro Borges. Em setembro de 2018, a faixa-preta.
E antes mesmo da preta, ele já tinha recebido os títulos no Brazilian National e do European Open. Já em sua estreia na faixa-preta(2018) ele conquistou o Campeonato Sul-Americano da Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF). Com lágrimas nos olhos ao receber o primeiro ouro no Mundial No Gi ele afirmou ao VF Comunica tudo o que o impulsionou a seguir neste caminho até o topo do pódio.
“Sou muito grato por estar aqui hoje, estou até com vontade de chorar, porque isso é algo que estou batalhando há muito tempo mesmo. Nem tenho palavras para explicar o que está acontecendo aqui hoje. Quero mandar uma mensagem para todos que estão me acompanhando desde o início. Gratidão ao meu professor. Quero pedir desculpas à minha família, por não estar tão presente para eles. Mas eu conquistei, eu estou aqui hoje, muito obrigado por tudo!” – falou o atleta aos prantos.
Lucas Montalvão: “Eu sou um dos melhores nesse esporte, vocês podem notar.”
Lucas ganhou 3 lutas, venceu o Roosevelt Sousa, que era o atual campeão, na semifinal e emplacou o título na final. O faixa preta que já conquistou quatro Pans e dois campeonatos europeus foi confiante ao falar do futuro e desta conquista ao VF Comunica.
“Eu sou um dos melhores nesse esporte, vocês podem notar.” – disse o atleta ao mostrar o ouro no pescoço. – “Eu estou sem palavras na verdade, é algo inacreditável na minha vida. Ser campeão mundial na faixa preta. É o que a gente sonha desde o começo. Estou feliz para caramba, ‘amarradão’, é meu primeiro ano competindo de faixa preta e consegui ganhar dois campeonatos grandes, o Pan e o Mundial. Eu vou fazer mais lutas, seminários, aproveitar esse momento e com certeza é só o primeiro de muitos. Eu acabei de fazer 23 anos, então ainda tenho uns 10 anos para competir em vários mundiais”. – concluiu Montalvão ao sorrir.
Cássia Moura: a campeã mais jovem da IBJJF
Cássia Moura, aos 18 anos, fez história ao se tornar a campeã mais jovem da IBJJF no peso-pena do Mundial No Gi, realizado em Las Vegas. A atleta, que subiu da faixa azul para a preta em apenas um ano, já acumula três títulos mundiais, com uma medalha de ouro em cada faixa (azul, roxa – No Gi e marrom).
Na final contra Amanda Monteiro, Cássia demonstrou sua superioridade, derrubando a adversária logo no início e mantendo a pressão ao longo do combate, garantindo a vitória por pontos. Emocionada, ela celebrou com seu técnico, Bruno Bastos. A conquista veio após um ano de desafios, incluindo uma vitória no WNO e uma derrota no The Crown. Ela comentou a emoção e o alívio que foi subir ao pódio.
“Quando eu subi no pódio, a única coisa que eu sentia era um alívio muito grande ter conseguido chegar ao topo. Eu sou um ser humano como qualquer outro, com sentimentos, dificuldades, momentos difíceis e momentos felizes. Então, como lidar com tudo isso? Acredito que poucos conseguiriam com todas as criticas que a minha graduação recebeu. Quando eu dei esse “pulo” da faixa azul pra faixa preta em apenas 363 dias, eu me senti um pouco nervosa, mas pronta para mostrar pra todos os críticos que eu poderia sim estar no topo em tão pouco tempo e pouca idade. E me consagrei como a mais nova da história da IBJJF a ser campeã Mundial Faixa Preta.” – concluiu a faixa preta.