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Caio Almeida mira ouro no Mundial Master da IBJJF: “Estou muito bem fisicamente”

Líder da JFC Almeida é uma das promessas para a competição; recentemente, ele ganhou peso e absoluto em um Open norte-americano da IBJJF

Caio Almeida, competidor de longa data, é um dos nomes mais conhecidos dos inscritos no Mundial Master, da IBJJF.
Caio Almeida, competidor de longa data, é um dos nomes mais conhecidos dos inscritos no Mundial Master, da IBJJF. Foto: @lunivers.athletics

O Mundial Master da IBJJF é a competição de grande escala que está no radar, prestes a acontecer, dos dias 29 a 31 de agosto em Las Vegas, nos Estados Unidos. Caio Almeida é um dos competidores que aguardam com ansiedade esse torneio exclusivo para os veteranos, atletas com mais de 30 anos de idade. Líder da JFC Almeida, Caio é um daqueles faixas-pretas que vai, por vontade própria, se manter sempre na linha de frente para a batalha. Com títulos e muito prestígio conquistados ao longo de duas décadas de dedicação ao Jiu-Jitsu, Caio falou um pouco sobre esse momento, de preparação para o World Master. De acordo com ele, tudo é uma questão de longo prazo.

“São anos de treino e preparação. Eu lembro que quando comecei a me preparar com o Itallo Vilardo, meu preparador físico, faltavam três meses para o World Master daquele ano e eu disse a ele que queria lutar no evento. ‘Legal, no ano que vem?’, foi o que ouvi. Realmente, foi no ano seguinte que comecei a vencer mais. A periodização com o meu preparador físico é sempre muito bem feita e é um processo de longa data.”, comentou Caio.

Caio falou sobre a afirmação de que, depois do adulto, os desafios são menores. Por experiência própria, ele diz que isso é um mito

Na temporada atual, Caio chegou à final de competições do Grand Slam da IBJJF, no Europeu, na França, e no Pan-Americano, nos Estados Unidos. Recentemente, com a intenção de colocar as habilidades à prova, ele entrou no Chicago Summer Open, durante um camp nos EUA, e ficou com as medalhas de ouro na divisão de peso e no absoluto. Uma prova de que os ventos estão soprando a favor. Tricampeão do World Pro, da AJP, Caio afirmou que se manter na competição, depois do adulto, não suaviza a dificuldade. Pelo contrário.

“Eu lembro que fui campeão do Brasileiro, lutando de adulto, no Brasileiro de Equipes. Como eu estava vencendo de adulto, eu achei que ganhar no master seria mais simples. No entanto, eu estava sempre perdendo na primeira luta. Só depois que eu fui entender que era uma questão de periodização, que para lutar no adulto era totalmente diferente. Eu tive que me empenhar muito no treino físico, no treino de musculação e precisei me lapidar tecnicamente. Porque dali em diante eu só iria enfrentar faixas-pretas muito experientes, com três a cinco graus na faixa.”, explicou. 

Com foco na preparação e na perda de peso com qualidade, o faixa-preta quer ser uma ameaça aos adversários

Para lutar no final do mês, Caio apostou no corte de peso e no fator surpresa. Inicialmente inscrito no médio, ele alterou a divisão no limite do prazo e passou a integrar a chave dos leves, hoje com 74 competidores. De acordo com o líder da JFC Almeida, a perda de peso foi planejada e ele está se sentindo muito bem fisicamente, pronto para impressionar. Em resumo, Caio está preparado para qualquer que sejam os oponentes. Porém, se pudesse escolher, ele evitaria o enfrentamento com antigos amigos que o Jiu-Jitsu lhe deu.

“Eu fiz a final do Pan com o Marcelo ‘Lapela’. Um fato curioso é que ele é meu amigo de infância, a gente treinava junto. É um cara que eu admiro muito, amo a vida dele. Infelizmente hoje a gente tem que se confrontar, ele está treinando na Checkmat, na Califórnia, tem a academia dele e eu tenho a minha em São Paulo, são dois líderes. Esse é um cara que eu não gostaria de lutar, não tenho prazer de lutar contra amigos. Se acontecer, espero que seja na final. São mais de 70 atletas para quatro vagas no pódio.”, avaliou.

Sempre preocupado com a qualidade dos treinos, seja para aprimorar o Jiu-Jitsu ou melhorar a parte física, Caio também não negligencia a necessidade de manter uma mente sadia. Terapia e fé são ferramentas fundamentais de apoio.

“Eu faço terapia para cuidar de todas as minhas demandas, como marido, professor, empresário, atleta, ser humano. Para blindar a minha mente eu tenho apoio espiritual também. Eu acredito que Deus tem me abençoado, são 25 anos lutando, 15 deles como faixa-preta. Eu nunca parei de treinar a competir. Eu luto de janeiro a janeiro. Hoje, com quatro graus na faixa-preta, eu tenho a mesma vontade do Caio menino, na faixa-amarela.”, disse.

A campanha de Vagner Rocha, medalhista de prata no ADCC, foi uma das elogiadas por Caio Almeida. Atleta de 42 anos lutou de igual para igual com Mica Galvão, astro do adulto.
A campanha de Vagner Rocha, medalhista de prata no ADCC, foi uma das elogiadas por Caio Almeida. Atleta de 42 anos lutou de igual para igual com Mica Galvão, astro do adulto. Foto: VF Comunica

Caio Almeida foi um dos que acompanharam o ADCC; afinal, Bia Basílio, uma de suas alunas mais ilustres, estava na competição. Lutando na divisão até 55 kg, Bia Basílio foi medalhista de prata. Da perspectiva de espectador, Caio ficou maravilhado com o desempenho dos atletas que representaram a classe dos masters no torneio de grappling mais tradicional do mundo. Para ele, que não pretende parar tão cedo, o que ele viu no ADCC é uma inspiração.

“Eu fiquei muito feliz de ver o Rafael Lovato, Vagner Rocha, o ‘Cyborg’, eles são masters e estão ali. Não é menino novo, com 33 anos de idade, os caras são master 3. Isso é prova de que tudo que um homem faz, o outro é capaz de fazer. Não tem porque só ficar parado contando histórias. Sem contar a satisfação pessoal, eu acredito muito nisso. Que a verdade seja dita, as pessoas falam para o outro parar porque elas não têm coragem de fazer. É muito mais fácil pedir para alguém parar, porque o progresso está incomodando, do que sair da zona de conforto e trabalhar duro.”, elogiou o faixa-preta.

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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