
Caio Almeida, campeão do BJJ Pro São Paulo, classifica o ano de 2024 como um período de transformação. Primeiro ano de independência. Um caminho novo, mas trilhado com a segurança que a só a experiência fornece.
“Eu lembro que no Curitiba Open eu posicionei o time para ganhar por equipes, para começar a ganhar espaço em torneios grandes da IBJJF. No BJJ Pro eu não tive essa iniciativa, de posicionar o time para o resultado por equipes, mas mesmo assim conseguimos o pódio. Fiz alunos campeões mundiais, campeões brasileiros, campeões do Europeu, do Pan-Americano. Em todos os eventos estivemos no topo. Até no ADCC fomos vice com a (Bianca) Basílio.”, apontou.
Caio Almeida conta com talentos no time feminino, atletas do faixa-preta adulto com chances reais de título mundial
Natália Zumba e Maria Luiza Nunes, faixas-pretas do adulto, foram duas atletas que também conseguiram o primeiro lugar no BJJ Pro mais recente. Nomes promissores que podem ser peças fundamentais na estratégia de Caio Almeida para o ano que vem: formar campeões mundiais pela IBJJF na divisão dos adultos.
“A (Natália) Zumba e a Maria (Luiza Nunes) treinam diretamente comigo aqui em Itaquera, estou com uma expectativa bem positiva para essas meninas que vêm se destacando no cenário nacional. Como professor, eu quero formar um campeão mundial faixa-preta adulto no ano que vem. Esse ano consegui no master, o foco ano que vem é o adulto.”, revelou Caio.
No ano de independência da equipe, dúvidas e inseguranças foram substituídas por bons resultados
A temporada de 2024 foi importante para Caio Almeida porque dirimiu dúvidas quanto ao papel dele dentro do Jiu-Jitsu, um esporte que ele dedicou e ainda dedica a própria vida, desde muito jovem. Competindo, foi finalista do Campeonato Europeu, do Pan-Americano, faturou ouro em diversos Opens, incluindo o título peso e absoluto do Chicago Open, nos Estados Unidos. O Abu Dhabi World Pro, da AJP, é o próximo título almejado. Depois da vitória, o resultado será o tetracampeonato. Conquista que, segundo Caio, não o intimida.
“Eu não me sinto pressionado para ter que vencer novamente, mostrar trabalho, eu estou leve com relação a isso. Só sinto que tenho que produzir mais, trabalhar mais, porque realmente tenho condições de vencer. Ter os três títulos do World Pro me deixa com a sensação de que é real. Não estou indo competir, estou indo vencer.”, destacou.

Ser responsável pela própria evolução técnica e de todos os alunos que estão sob uma bandeira não é uma tarefa fácil, Caio sabe bem disso. Ainda de acordo com ele, os meses de 2024 serviram também para aprimorá-lo como professor, para reajustar um psicológico que um dia foi abalado por escolhas sobre as quais ele não tinha culpa, tampouco controle. O segredo, segundo ele, é dar o melhor que se tem no presente.
“Eu tinha me distanciado dos meus alunos por um tempo. Porque o professor pode ser traído de alguma forma. Você entrega seu tempo, sua vida, sua saúde e seu conhecimento para o aluno e ele troca de equipe. Por mais que queiram romantizar, dói, machuca, magoa, faz você repensar muita coisa. Por um tempo me distanciei, deixei de ser amigo dos meus alunos. De certa forma, para prevenir um sofrimento. Isso não estava me fazendo bem. Esse ano eu voltei, o Caio amigo, que viaja junto, divide quarto, marmita. Que sonha junto e participa do processo junto. 2024 ressuscitou o Caio da época de projeto, que pega pela mão e mostra o caminho. Eu sou feliz assim, vivendo o sonho do meu aluno. Se um dia algum dos meus atletas não me quiser mais como professor, tudo bem, vou continuar tendo essa vida maravilhosa.”, desabafou.