
Em uma cidade com tradição no jiu-jitsu como Porto Alegre, onde academias historicamente se dividem entre alto rendimento e recreação, a BJJ Lab surge com uma proposta que rompe essa dicotomia. Mais do que resultados, o que destaca a escola liderada por Rodrigo Kiperman Rojas e Sandro Testa é uma estrutura que acolhe desde o competidor até o aluno mais tímido. “Quem mais precisa do jiu-jitsu é aquele cara que anda de cabeça baixa, é muito tímido, não olha no olho”, afirma Rodrigo.
A resposta à pergunta sobre os modelos anteriores de academia se traduz na base da filosofia da BJJ Lab.
“A gente aprendeu com o tempo que o jiu-jitsu não deve ser só pro cara que já é casca grossa, atlético, confiante.” Essa crítica ao modelo tradicional aparece tanto no discurso quanto na prática: cada detalhe da escola — da recepção ao tatame — reforça que ninguém precisa se moldar a um perfil específico para pertencer. O espaço físico, a atenção aos iniciantes e a presença constante dos professores constroem um ambiente onde alunos se sentem vistos desde o primeiro treino.

“Competição com leveza”
Ao mesmo tempo em que forma competidores que chegam a torneios da IBJJF, a BJJ Lab mantém uma rotina acessível a todos. “Desde o início, sabíamos que queríamos formar competidores fortes, mas sem criar uma bolha em torno disso.” O ambiente combina exigência técnica com acolhimento, onde o iniciante e o competidor dividem o tatame com naturalidade. “Todo mundo entende que a intensidade e a cobrança existem, mas dentro de um espaço saudável – um ambiente de onde ninguém quer sair.”, explica Sandro Testa.

“Estética que comunica valores”
Sandro também reforça que a estética da escola é uma escolha intencional ligada aos seus valores. “Quando tu entra num espaço limpo, organizado e bonito, você sente que tem algo especial ali.” A arquitetura minimalista e o ambiente bem cuidado influenciam positivamente o comportamento dos alunos, reforçando foco, disciplina e pertencimento. “A organização inspira disciplina, e o visual mais clean ajuda até a mente a estar mais presente no treino.”, diz.
“Do legado ao presente”
Rodrigo destaca com orgulho a influência da Drill BJJ e de Murilo Bustamante, por meio do professor Fernando Paradeda. “A base do que ensinamos hoje vem dessa escola, e temos muito orgulho disso.” O desafio da BJJ Lab foi adaptar essa linhagem tradicional a um novo público. “O aluno de hoje precisa mais do que técnica e ‘porrada’ — ele busca conexão, acolhimento e um ambiente onde possa evoluir sem medo.”
A BJJ Lab representa uma síntese rara no jiu-jitsu: excelência técnica com ambiente inclusivo. Em tempos onde muitas escolas se perdem entre performance e pertencimento, o projeto de Rodrigo e Sandro mostra que é possível unir os dois — e fazer disso uma nova referência, não só em Porto Alegre, mas no Brasil inteiro.
