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Valter Pessanha, faixa-preta, faz do ensino do Jiu-Jitsu um objetivo de vida

Professor, que ministra aulas na Flórida, cita importância do esporte como ferramenta de inclusão social

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Valter Pessanha com aluno no tatame da filial da Gracie Barra, onde ministra aulas.
Valter Pessanha com aluno no tatame da filial da Gracie Barra, onde ministra aulas. Foto: Arquivo Pessoal

O professor de Jiu-Jitsu Valter Pessanha tem mais de 30 anos dedicados à Arte Suave. Ele tinha apenas 13 anos quando começou a treinar, apenas em busca de condicionamento físico, e nem imaginava que a prática viraria uma profissão anos mais tarde. 

“Minha inspiração foi acompanhar a trajetória de sucesso no esporte do Roger Gracie, especialista no estrangulamento cruzado. Diga-se de passagem, faço bastante nas competições e ensino para os meus alunos.”, comentou o faixa-preta que hoje ministra aulas na Flórida, nos Estados Unidos.

Na Haja Jiu-Jitsu, Valter transmite conhecimento guiado por valores como autoconfiança, disciplina e respeito. O objetivo é fazer com que os alunos aprendam mais do que uma arte marcial, mas que sejam capazes de melhorar a saúde física e mental, além de trabalhar bem em equipe.

“Sabemos que cada pessoa é única e cada pessoa se matricula nas aulas de Jiu-Jitsu devido a algum objetivo, podendo este mudar ao longo do tempo. De maneira geral, cada pessoa necessita de um tipo de treino. Treinamentos separados por faixa-etária, com horários separados, como por exemplo: temos treinos de combate à violência contra mulheres, crianças que treinam com um objetivo mais social ou lúdico. Os iniciantes são treinados para desenvolver a parte técnica. Já os competidores trabalham de forma mais específica, com base nas competições nacionais e internacionais.”, detalhou. 

Pelo Jiu-Jitsu, Valter Pessanha exerce uma influência transformadora na vida dos alunos

Outro aspecto do ensino do Jiu-Jitsu que desperta muito o interesse de Valter é enxergar o esporte como ferramenta de inclusão social. Em entrevista ao VF Comunica, o professor compartilhou uma experiência vivenciada com um dos alunos, o jovem Ramon.

“O Ramon é um menino de comunidade carente da Zona Norte do Rio de Janeiro, muito dedicado aos treinos e de uma educação exemplar. Todos os anos os professores levavam os alunos para competir o Campeonato Brasileiro da CBJJ. Ele sempre dizia que o sonho dele era lutar o Brasileiro e ser campeão. Como os pais deles não eram presentes nos treinos, eu pedi autorização para os responsáveis dele, em 2019, para levá-lo para a competição. Chegando lá, ele foi campeão na sua primeira vez fora do Rio de Janeiro, na sua primeira participação em uma competição desse nível. Isso foi muito importante para aquele jovem atleta na época.”, relembrou Valter. 

Histórias de transformação que tiveram o Jiu-Jitsu como agente principal não são raras. Ao longo dos anos, Valter aprendeu a valorizar essa percepção e sempre que possível reforça esse benefício da dedicação ao esporte. 

“Vejo o Jiu-Jitsu nas comunidades como transformador de vidas, a criança não fica pela rua, mas dentro de uma academia treinando depois da escola. A inclusão da família e do aluno nos treinamentos e competições fortalecem o laço familiar. Além disso, o Jiu-Jitsu nas comunidades promove um ambiente de apoio que se forma no tatame, de uma forma que motiva e acolhe, fazendo com que o praticante sinta-se mais seguro e amparado.”, salientou.

Valter Pessanha comemora vitória dos alunos no Pan Kids No Gi, da IBJJF.
Valter Pessanha comemora vitória dos alunos no Pan Kids No Gi, da IBJJF. Foto: Arquivo Pessoal

Valter, que segue influenciando positivamente seus alunos com o ensino do Jiu-Jitsu, quer deixar como legado a lição de que qualquer pessoa é capaz de realizar o seu sonho, dando o melhor de si. Ajuda ao próximo, com menos oportunidades, é também um dos lemas do faixa-preta.

“Eu venho ajudando alguns atletas do Rio de Janeiro. Esse ano eu trouxe três, em fevereiro quero trazer mais cinco. Estou ajudando esses jovens para que tenham a oportunidade de um futuro melhor dentro do esporte, adquirir experiências internacionais competindo aqui nos Estados Unidos. Recebo eles na minha casa, minha esposa faz as refeições, eles treinam comigo aqui na academia, da Gracie Barra, e sempre que posso os levo para dar um passeio e conhecer o Sul da Flórida.”, finalizou.

 

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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