
Aos 25 anos, nascido em Formosa (GO), Windson “Wind” Torres atravessa a fase em que base sólida encontra alto rendimento. Judoca de formação e faixa-preta desde junho de 2024, ele consolidou seu nome no circuito ao conquistar o título do Europeu da IBJJF 2025 no super-pesado (100,5 kg). No recorte de preta, seu cartel oficial soma 25 vitórias e 13 derrotas, com 9 finalizações e preferência por estrangulamentos clássicos como o cachecol e o ataque pelas costas.
Questionado sobre as origens, Wind volta ao primeiro kimono e à virada pós-pandemia que mudou sua rota competitiva: “Comecei no judô com 10 anos e migrei para o jiu-jítsu após a pandemia. Antes disso, eu só treina jiu para ajudar nos campeonatos de judô, mas, depois do pandemia, migrei 100% para os campeonatos de jiu-jitsu.” Antes de falar de medalhas, ele faz questão de registrar o impacto humano que o esporte teve em sua vida.
A memória é direta e sem romantização, com nome e sobrenome para quem estendeu a mão no momento certo: “A minha história com o esporte é muito sincera. Posso dizer que o meu professor de judô me resgatou de um momento muito difícil da minha vida e me deu a oportunidade de ser alguém melhor, e ó jiu-jitsu continuou esse processo.”
A estrada acelerou seu jogo. Em pouco mais de dois anos, as viagens trouxeram repertório técnico e cultural que hoje aparece na leitura de luta: “Eu estive em 6 países diferentes ao longo de 2 anos, e foi experiências incríveis, podendo conhecer novas culturas, costumes e idioma. Acho que o país que mais gostei de visitar foi a França, e o que mais gostei da cultura foi a América.”
Com resultados e visibilidade, veio também a responsabilidade de servir de referência aos mais novos. “Eu vejo o atleta como um grande influenciador, principalmente para as crianças e adolescentes, e isso é uma arma poderosa de transformação, com a qual podemos influenciar de forma positiva as novas gerações.”
O ouro europeu de 2025 ajuda a contar o momento. No evento, Windson venceu a semifinal por vantagem e bateu Pedro Lucas na final do super-pesado, cravando seu primeiro major na preta e confirmando a transição do tatame universitário para palcos lotados. Os registros oficiais listam sua campanha e sedimentam a posição entre os nomes a observar na divisão.
“Lembro que foi minha entrada na Six Blades. E, além de estar conhecendo o sensei Xande pessoalmente, eu estava aprendendo com ele, e ele estava no ritimo de campeonato também. Então foi uma energia muito boa, por que ele me passou os detalhes na hora que fizeram todo diferença no resultado final.”
Números e estilo ajudam a explicar por que a ascensão foi rápida. No recorte de preta, são 25 vitórias, sendo 12 por pontos, 3 por vantagens, 1 por decisão e 9 por finalização. Entre as quedas e o controle herdados do judô, o sistema de pressão no topo e a eficiência nos estrangulamentos formam a espinha dorsal do jogo. A biografia competitiva ainda registra a temporada dominante como faixa-marrom em 2024, com ouro no Mundial, antes da graduação para a faixa-preta.
Sobre futuro e legado, Wind reduz o discurso ao essencial e mira impacto além do pódio: “Quero ser lembrado; quero alcançar os maiores eventos e mostrar o quão incrívelé nosso esporte.” A convivência com Xande Ribeiro, seu mentor na Six Blades, é parte central desse plano. “É realmente um privilégio; tipo, o cara é um mago. Ele é extremamente técnico e faz eu me sentir um faixa branca, mas isso é muito bom, porque vejo que tenho muito a aprender e evoluir, e, com ele dando a direção, fica mais fácil chegar na melhor versão.” Nas referências que moldam o estilo, ele aponta para fundamento, pressão e objetividade: “Me inspiro muito no jiujitsu do sensei Xande, André Galvão, Bochecha; acho que é o clássico básico que funciona.