
Em conversa com o jornalista Vitor Freitas, da VF Comunica, o faixa-preta Gianni Grippo detalha a experiência no UFC BJJ , com clima de reality e forte pacote de mídia , e pesa os prós e contras de contratos exclusivos. A síntese é direta: estrutura e estabilidade importam, mas não podem reduzir a mobilidade do atleta nem esfriar confrontos que o público quer ver.
Grippo descreve um ambiente pensado para entretenimento e captação de conteúdo, diferente de um torneio tradicional. No relato dele, a produção impôs isolamento e uma rotina fora do eixo do circuito. O lutador classifica a vivência como única e diz que repetiria a experiência, apesar de alguns estranhamentos comuns a produções de TV.
“Foi muito baseado em um show… não era um torneio típico. Ficamos desconectados do resto do mundo por, tipo, uma semana… não tínhamos acesso aos nossos celulares.”
Exclusividade: onde ajuda, onde trava
No centro do debate, Grippo admite estar “no meio do caminho”. Contratos mais estruturados organizam a agenda, garantem previsibilidade e podem fortalecer a narrativa da organização; por outro lado, excesso de amarras pode fechar portas e impedir entradas de última hora em eventos com grandes chaves e prêmios. Na fala dele, o equilíbrio entre estabilidade e liberdade aparece como linha mestra.
“Se você está preso a um contrato exclusivo, pode não conseguir aproveitar outras oportunidades… É bom ter alguma estabilidade, mas também é bom ter a liberdade de escolher outros lugares para ir.”
A discussão ganha corpo porque o calendário de grappling vive um momento aquecido: múltiplas marcas, bolsas relevantes e datas que por vezes se sobrepõem. Nesse cenário, mobilidade é moeda.
Para ilustrar, Grippo lista onde esteve recentemente, de superlutas a torneios, reforçando a necessidade de circular entre vitrines. Para sustentar o argumento, ele recapitula a própria temporada recente com múltiplas vitrines. A quantidade de palcos mostra por que um contrato mal calibrado pode custar oportunidades , esportivas e financeiras.
“Eu competi no ONE, no Who’s Number One, no show do UFC… e no Sapateiro, que era meio desconhecido, mas também valia 100 mil.”