
Roney Édler, líder da Sertão BJJ e natural do Ceará, desempenha um papel fundamental na promoção do Jiu-Jitsu nordestino. Hoje, residente nos Estados Unidos, ele continua a priorizar a conexão entre os países, sempre com a ideia de criar oportunidades para os entusiastas da comunidade.
O faixa-preta é um estudioso da arte, está sempre observando as mudanças do esporte como um todo, principalmente o lado profissional. Em papo com VF Comunica, Roney aproveitou para comentar sobre o crescimento do número de atletas inscritos e a festa produzida pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF) no Campeonato Brasileiro, encerrado no último domingo, em São Paulo.
O Brasileiro é o campeonato mais difícil do mundo
Para Roney, o Campeonato Brasileiro tem um significado único no cenário nacional. Ele defende que, após a saída do Mundial de solo brasileiro, o Brasileiro se tornou o torneio mais duro do mundo. “Sempre pra mim, depois que o Mundial saiu de solo brasileiro, ele é sem dúvidas o mais duro de todos, pois no solo brasileiro tem muitos atletas que não conseguem ir aos EUA e, então, não têm a oportunidade”, explica Édler, em exclusiva ao VF comunica.
O cearense complementa que, ao olhar para os maiores campeões mundiais, fica claro o impacto do Brasileiro na formação dos atletas de elite. “Olha quantos desses campeões mundiais (faixa preta) têm títulos brasileiros. Falo dos que hoje treinam e vivem nos Estados Unidos, e olha os gringos que têm mundiais, quantos têm brasileiros?!” Para ele, a presença de atletas brasileiros nos principais torneios internacionais mostra a força do Jiu-Jitsu nacional, especialmente com a nova geração que busca seu lugar no pódio brasileiro. “A nova geração está mais que certa em estar vindo buscar esse título no Brasil, porque sim, lá eles irão dar de frente com os samurais que não conseguem chegar nos EUA… Brasil, a chapa é quente.”
Crescimento do Jiu-Jitsu no Brasil
Quando questionado sobre o crescimento do esporte no Brasil, Roney mostraque,e para ele, o progresso é visível, mas ainda há muito a ser feito. “Lento, mas caminhando em bons passos, pois ainda temos muito que melhorar. Porque não é somente um esporte, e sim uma ferramenta que transforma vidas”, afirma o faixa-preta.
Ele observa que a transformação proporcionada pelo Jiu-Jitsu precisa ser reconhecida por todas as esferas públicas e privadas do país. Roney cita um exemplo recente para ilustrar as dificuldades que o esporte ainda enfrenta: “Vi uma matéria de fechar um equipamento onde estavam acontecendo eventos no Rio. Em vez de fechar, tem que abrir mais e espalhar em território nacional.” A expansão das oportunidades e da infraestrutura para o Jiu-Jitsu no Brasil, segundo ele, é crucial para o crescimento do esporte.
Jiu-Jitsu no Nordeste.
A paixão de Roney pelo Nordeste é clara, e ele não tem dúvidas de que a região tem um enorme potencial no Jiu-Jitsu. Terra natal de nomes como Victor Hugo, Yan Pica-Pau, Gabriel Sousa e tantos outros talentos que hoje brilham no cenário internacional, o Nordeste já se consolidou como um dos principais celeiros do esporte. “Eu acredito porque sou de lá e sei o quanto os atletas de lá sofrem para chegar nas competições, principalmente nas maiores, que são fora do estado e fora do país”, diz ele.
Roney destaca que o histórico de campeões de Jiu-Jitsu do Norte e Nordeste é impressionante e incontestável. “É só olhar, contra fatos não há argumento, e ver o histórico dos campeões, de qual região o percentual é maior. O Norte-Nordeste lidera disparado.” Ele também observa a falta de atenção das grandes federações para a região. “Acho injusto termos um celeiro de grandes campeões e não sermos vistos e agraciados com mais competições das grandes federações”, explica.
Para mudar isso, ele tem se dedicado a apoiar atletas da sua equipe, oferecendo-lhes o suporte necessário para alcançar seus objetivos no esporte.
Preparativos para o camp em Jericoacoara
Com o camp em Jericoacoara se aproximando, Roney não esconde sua empolgação. O encontro será realizado entre os dias 16 e 20 de junho em Jericoacoara, que abriga algumas das praias mais belas do mundo, e contará com nomes de peso como Meyram Maquiné, Uanderson Ferreira, Luan Carvalho, Aila Solecki, Mayara Ramos e Rani Yahya. “Correria para que tudo ocorra bem e que os que irão estar com a gente no paraíso de Jericoacoara, prestigiando tudo do lugar e ainda treinando com super campeões, seja a mais pura e boa experiência que eles irão ter esse ano dentro do Jiu-Jitsu”, compartilha ele, com entusiasmo.