A noite de 30 de agosto de 2025 foi especial para a luta de chão. A primeira edição do MOVE Grappling, organizado por Miltinho Vieira e Felipe Tropeço, foi realizada neste sábado (3) na Casa de Espanha, no Rio de Janeiro, e lotou a academia Rio Fighters com público animado e torcendo muito para seus favoritos. Nas lutas principais, dois GP’s apontaram Dedé Baeta e Eduardo Roque como campeões. Destaque ainda para o duelo entre Julia Boscher e Gabriela Miranda, escolhida como a luta da noite.
No GP dos leves até 76kg, Jefferson Pontes venceu Henrique Durans enquanto Eduardo Roque venceu Guilherme França. Na final, duelo equilibrado, com Roque vencendo por decisão dos juízes e levando o cinturão inaugural do MOVE.
“Quando soube do evento, liguei para o Tropeço, mesmo sem o conhecer, para pedir uma oportunidade, e hoje saí campeão. Estava treinando com kimono para uma competição e depois dela já comecei os treinos sem kimono para lutar aqui. A gente sempre vem para finalizar, hoje não deu, mas estou muito feliz com o resultado e com esse cinturão”, disse o campeão dos leves.
Já no GP dos pesados (até 100kg), duas finalizações nas semifinais. Dedé Baeta encaixou chave de braço em Raphael Nóbrega após abrir 6 a 0. Do outro lado da chave, Danilo Souza fez Neto Aranha dar os três tapinhas em uma chave de calcanhar. Na final, luta eletrizante e mais uma finalização: Baeta aplicou chave de braço em Danilo Souza e se consagrou como primeiro campeão dos pesados do MOVE, também embolsando 1500 reais como prêmio de “finalização da noite”.
“Até escrevi na minha bandagem: ‘Entrega o caminho na mão do senhor e ele fará o possível’. Espero que tenham gostado do meu desempenho e do evento, e quero estar na próxima edição”, disse o implacável campeão, recém-graduado a faixa preta e com duas finalizações na noite.
Além dos GP’s, outras lutas agitaram o evento, como a vitória de Julia Boscher sobre Gabriela Miranda na decisão dos juízes, o que rendeu a cada uma das lutadoras um bônus de 750 reais por ser escolhida a “luta da noite”. A vitória de Lucas Aguiar sobre Pedro França por pontos dividiu o público, numa das manifestações das torcidas na noite.
Um novo capítulo para o grappling
Feliz e realizado no final do evento, Miltinho Vieira comemorou a sonhada primeira edição: “Esse evento está sendo organizado na minha cabeça há doze anos, desde o primeiro dia que eu pisei aqui para construir a minha academia. Estreamos numa época boa, onde os eventos de grappling estão crescendo, principalmente nos EUA. Infelizmente é um movimento de fora para dentro, e deveria ser o contrário, porque aqui é o país da Luta Livre Esportiva. Mas acreditamos no processo e estamos buscando investir no sem kimono, valorizando os atletas”, comemorou o dono da Rio Fighters, que planeja a segunda edição para novembro.
Para o MOVE Grappling 2, uma luta já pode ter sido casada ainda no tatame. Campeão do GP até 76kg, Eduardo Roque desafiou o campeão até 100kg, Dedé Baeta, para uma luta na categoria absoluto. Felipe Tropeço ainda não cravou a luta e, como Miltinho, vibrou com a noite especial.
“Essa luta do absoluto é algo ainda a ser estudado para saber se vai ser um entretenimento legal. Mas os lutadores hoje mostraram porque devemos acreditar neles, pois são grandes campeões, atletas que já competiram com os melhores do planeta. E estão no evento certo, porque o MOVE chegou para ser uma das melhores competições do mundo. Vamos trabalhar para que a próxima edição tenha um card igual a esse aqui, porque foram lutas sensacionais”, disse Tropeço.
