
Campeã peso e absoluto no Orange County Fall Open da IBJJF, Leticia Teixeira segue consolidando seu nome entre as potencias da nova geração da Atos HQ. A faixa-preta, que hoje treina sob a tutela dos professores André e Angélica Galvão, carrega uma trajetória marcada por resiliência, evolução e amor incondicional pelo jiu-jitsu.
Leticia começou no esporte há cerca de sete anos, aos 18, quando buscava uma alternativa para cuidar da saúde.
“Eu estava muito acima do peso e queria um esporte novo que não fosse natação, porque minha vida toda fiz natação por causa de um problema no joelho”, conta Letícia, hoje faixa-preta, ao relembrar.
Após quatro cirurgias e a liberação médica para praticar qualquer atividade física, ela iniciou os treinos na Gfteam Higienópolis, com Bruno Guedes e Sergio Perez, onde evoluiu da faixa branca à roxa.
Mais tarde, seguiu dentro da Gfteam com Thiago Cidro, no Guetto, em Madureira, onde foi graduada à faixa marrom. Logo depois, veio a grande virada: a mudança para São Paulo e a passagem pela equipe Fratres.

No início da temporada 2025, Leticia vive uma das maiores fases da carreira profissional. A atleta chegou ao ápice da faixa-marrom com título mundial na faixa marrom, conquistado em Long Beach, na Califórnia.
“Ser campeã mundial foi um divisor de águas. Eu estava mudando de país, cheia de incertezas, e esse título representou a certeza de que todo o esforço valeu a pena”, afirma Letícia, faixa-preta da Atos.
A conquista coroou um ano quase perfeito na IBJJF, com pódios importantes e o sentimento de que nada é impossível.
“Já tinha uma medalha de prata e duas de bronze, e isso me ensinou que todas as portas que eu quero, eu abro — uma hora ou outra. Posso não encontrar o caminho de primeira, mas não paro até conseguir.”, comenta a nova joia do Jiu-Jitsu.
Hoje, cinco meses após ser graduada à faixa-preta, Leticia encara um novo capítulo.
“Essa fase tem sido desafiadora, mas meu objetivo é me firmar entre as grandes da minha categoria, conquistar títulos de expressão e parar de fazer trabalhos paliativos fora do jiu-jitsu”, diz. Ela reforça que quer continuar evoluindo “tecnicamente e mentalmente, me tornando uma versão ainda melhor de mim mesma”.
Além das conquistas, Leticia carrega uma visão inspiradora sobre o papel das mulheres no tatame.
“Acredito que cada atleta tem um papel importante no fortalecimento do jiu-jitsu feminino. Ainda existe uma barreira de reconhecimento, mas procuro ser exemplo de dedicação e persistência, mostrando que as mulheres podem alcançar o mais alto nível dentro do esporte.”
