Lillian Marchand é um dos principais nomes em destaque do time de competição feminino da Atos de André Galvão, um grupo sólido, fortalecido pela técnica refinada, amizade e espírito de família. Nessa temporada, Lillian, promovida à faixa-marrom no pódio do Mundial depois de ter vencido na divisão, com a faixa-roxa, concluiu o Grand Slam da IBJJF só com medalhas de ouro. No Brasileiro e no Pan, foi double gold. Em entrevista ao VF Comunica, a talentosa competidora disse que 2024 tem sido o seu ano dourado.
“2024 tem sido até agora o meu ano favorito. A maior recompensa que tive foi a minha amizade com o “dream team” de meninas: Sarah (Galvão), Jadeya (Reber), Emily (Levya), Alexa (Herse), Dania (Silva) e a mais nova membro do grupo, Alana (Garcia). Sinto que nesse ano ficamos mais próximas e isso nos fortaleceu enquanto equipe, algo que transparece não somente nas nossas performances, mas na nossa vida também. Nós sempre nos incentivamos e estamos sempre disponíveis umas para as outras, não importa o que aconteça.”, contou.
Ainda sobre a amizade entre as meninas da Atos, Lillian aponta como lembrança favorita a experiência no Europeu deste ano, em Paris.
“Eu era a única competindo naquele dia, mas a sensação de solidão sumiu assim que eu pisei no tatame porque na fileira da frente estavam as minhas amigas torcendo para mim, gritando tão alto que não pude evitar o sorriso. Essas garotas são minha família, sou muito grata por mais um ano viajando com elas para competir.”, relembrou.
De acordo com Lillian, medalhas de ouro conquistadas em território brasileiro foram as mais especiais da temporada
No montante de bons resultados, Lillian Marchand menciona o ouro duplo do Brasileiro, em Barueri, como o título mais significativo. Um ouro diferente, conquistado em meio à torcida passional do público brasileiro. Um ambiente mais acalorado que surpreendeu a atleta estrangeira.
“Se eu tivesse que escolher, eu diria que o Campeonato Brasileiro foi o mais especial. Sarah e eu vencemos na divisão de peso e fechamos no absoluto e nós duas tivemos lutas duríssimas contra antigas e novas adversárias. Eu lutei contra uma atleta que já tinha perdido em uma luta anterior, na final, e eu estava perdendo por dois pontos, quase desistindo, mas eu pude ouvir meus amigos, minha mãe e meus professores orientando a Sarah e eu. Apesar de não ter um público enorme e nosso time ser pequeno, a energia que senti foi enorme, eu superei minhas dúvidas e venci. Foi muito especial poder dividir essa vitória com todo mundo porque senti que eles tinham participação nisso.”, detalhou a campeã.
Amizade com Sarah Galvão é importante aliada no sucesso de Lillian Marchand
No Brasileiro em São Paulo, a parceria com Sarah Galvão, filha do mestre, ficou ainda mais evidente. Essa é uma relação que Lillian faz questão de exaltar, porque reflete diretamente no seu desempenho. Uma amizade que a estimula como atleta e alimenta a saúde mental, que também precisa estar em dia.
“A Sarah é uma atleta incrível, mas é uma amiga muito melhor. Eu diria que temos uma competitividade amistosa entre nós e isso me faz trabalhar ainda mais porque eu vejo o quão dedicada ela é para ser a melhor versão dela mesma. A gente treina muito juntas, faz preparação física, viajamos e até moramos juntas.’, explicou.
Início no Jiu-Jitsu aconteceu por conta da necessidade de aprender defesa pessoal
O Jiu-Jitsu entrou na vida de Lillian como um recurso para tornar a vida dela melhor. Aos cinco anos, vítima de bullying, a menina começou a praticar o esporte e hoje, como se fosse ontem, lembra até da roupa que usava no dia.
“Meus pais queriam me colocar em alguma arte marcial para aprender defesa pessoal e graças a um amigo eles ouviram sobre o Jiu-Jitsu. Eu lembro até hoje da aula experimental, eu usava uma camisa de cupcake e calças roxas, eu me diverti tanto. Já fazem 13 anos e estou vivendo a vida que a minha versão mais jovem só sonhava em ter.”, compartilhou a faixa-marrom.
Antes de fazer parte da Atos, Lillian frequentava o CT do time como lugar de camp. Todo ano, por duas semanas, ela treinava em San Diego antes do Pan Kids. No primeiro ano de juvenil ela se mudou definitivamente para a cidade para se comprometer mais com os treinos.
“Agora já são três anos aqui e não há nenhum lugar como a Atos. São as pessoas daqui que fazem isso ser tão especial e se cercar de gente que persegue um sonho faz com que a gente se motive a fazer o mesmo.”, disse.
O World Pro da AJP é mais uma competição que pode ser incluída na temporada de ouro vivida por Lillian Marchand. No torneio, que mescla competidoras das faixas marrom e preta na mesma chave, a atleta enxerga mais uma excelente oportunidade de testar as suas habilidades.
“Eu tenho me mantido ativa e lutei recentemente no Grand Slam do Rio com a Sarah. Em seguida vou competir no World Pro, porque é uma ótima oportunidade de me testar não somente com as atletas da marrom, mas com as faixas-pretas também. Meu objetivo é aprimorar meu jogo e melhorar o máximo que posso antes do ano que vem e do futuro próximo, como faixa-preta.”, concluiu Marchand.
