Com apenas 14 anos, Antonio Emanuel Neves Mendes acumula mais de 50 medalhas no jiu-jitsu, sendo um exemplo de superação e amadurecimento, tanto no esporte quanto na vida. Sua trajetória começou aos 6, 7 anos, em um projeto social em Tarabai, com o objetivo de combater o sedentarismo e aprender os valores que o esporte oferece. Desde então, seu talento tem se destacado de forma crescente, e o Oeste Paulista já não é suficiente para suas ambições.
“Ele já não queria ficar só nos tatames da nossa cidade. Queria ir para os tatames de São Paulo. Aí começou a ir para o Rio de Janeiro, Santa Catarina. Hoje ele é uma superação total, um orgulho para a gente” disse a mãe Rita Acacia Neves Mendes.
Entre suas maiores conquistas estão o campeonato mundial, o brasileiro e a liderança nos rankings da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo (CBJJE). Seu sucesso também se reflete nas redes sociais, com mais de 14 mil seguidores e vídeos que superam 32 mil visualizações. Em um desses vídeos, ele compartilhou sua história de superação contra o bullying e como o jiu-jitsu o ajudou a ganhar respeito.
“Eu sou um moleque que sempre sofreu bullying na escola. Curei o bullying, mudei de escola, comecei a fazer jiu-jitsu, e hoje todos me respeitam. Mas eu quero dar a volta por cima, mostrar isso para todos que me zoaram”, relatou no vídeo publicado em parceria com a BJJ Cria.
O grande ponto de virada em sua carreira aconteceu após a pandemia, quando Antonio percebeu que sua dedicação ao esporte não estava à altura de seu potencial. O período difícil trouxe consigo desafios emocionais, mas o retorno ao tatame foi transformador. “Quando voltou a praticar o esporte, voltou diferente, tirando tudo aquilo que tinha dentro dele de negativo, tristeza que a pandemia trouxe. Parece que ele levou tudo para o tatame.” lembrou a mãe.
O apoio psicológico tem sido fundamental no desenvolvimento de Neves, conforme relata o psicoterapeuta Gustavo Carrara. O foco do acompanhamento não é apenas a performance atlética, mas o desenvolvimento psicológico do adolescente. Reginaldo Santos, seu técnico, reforça a importância desse suporte.
“O Antonio chegava de cabeça baixa e saía de cabeça baixa das aulas, desmotivado. A gente foi trabalhando o lado psicológico, o lado como aluno, como atleta, e o Antonio se saiu muito bem, está crescendo na modalidade, está bem mais maduro, confiante.”
Com o suporte contínuo de seus pais e equipe, Antonio segue em ascensão, com grandes planos para 2025. “Estou pegando umas férias em dezembro, mas vou voltar com tudo no primeiro dia do ano. Pretendo ir para o Rio de Janeiro no dia 12. Vou ter competição em Curitiba, Florianópolis e várias outras por aí.”, diz ele, demonstrando determinação para continuar sua promissora carreira.
