O time do professor Marcio De Deus é hoje uma potência no cenário competitivo e sua jornada até aqui é repleta de histórias. Márcio tem diversos faixas-pretas, tem atletas que se destacam dentro e fora dos tatames, principalmente.
Dos seus primeiros alunos a chegarem na elite, a história de Victor Lima serve como inspiração para os novos e os adultos que sonham em viver do esporte como profissional. Victor cresceu e desenvolveu-se nos tatames projeto social liderado pelo popular MD, na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Seu início no Jiu-Jitsu foi sem muitas pretensões, mas a história já estava escrita.
Vitor encontrou no esporte uma forma de canalizar sua energia e ganhar força para atingir seus objetivos em meio a um momento de superação pessoal. Aos 13 anos, Victor lidava com o luto por conta da perda de seu pai e para preencher o “vazio na parte paterna” e encontrou em Marcio De Deus a figura de pai.
“O Jiu-Jitsu mudou minha vida na parte de atleta e, principalmente, na parte pessoal. O esporte me fez sonhar alto. Depois que perdi meu pai aos 13 anos, eu precisava preencher um vazio na parte paterna e o Márcio foi o cara para preencher. Ele é essa figura de pai até hoje! Meu filho chama ele de vovô. Eu treino desde os 16 anos, sempre gostei de competir e em 2015 foi minha primeira viagem para os Estados Unidos”, reflete Victor, em papo com VF Comunica.
O time de competição começou a crescer
Hoje, Victor é um profissional estabilizado na Califórnia, nos Estados Unidos, onde comanda a primeira filial internacional da TMD House. Sua turma está crescendo e seu time já começa a faturar medalhas pelos principais torneios, mas a tarefa não foi fácil, afinal, tudo tem um processo.
“Depois de cinco anos morando na América, eu consegui abrir minha própria academia e isso só foi possível por eu não abrir mão do Jiu-Jitsu para trabalhar com outra coisa, mesmo precisando”, reflete Victor, antes de comentar sobre seu início como empreendedor.
“Em 2020, depois da pandemia, eu alugava uma academia de taekwondo por algumas horas por semana e foi ali que dei início a TMD House Califórnia. Porém, foi em 2022 que eu tive a oportunidade de abrir meu próprio espaço, através do meu professor Márcio e do nosso amigo e patrocinador Tiago Mascarenhas, da Seda College.”, diz.
Viver de Jiu-Jitsu nos Estados Unidos requer dedicação
Victor também detalha suas maiores dificuldades ao chegar nos Estados Unidos e como lidou com os momentos mais difíceis.
“O começo foi bem árduo! Você não sabe a língua, é outra cultura, outra rotina e a saudade da família pesa bastante. Estou a quase seis anos sem ver minha mãe e meus irmãos. Acredito que esses foram meus maiores desafios. Além de apreender uma língua nova, aprendi que independente da onde você vive, da classe social, você tem que criar suas oportunidades e assim foi na minha vida. Aprendi também que você pode tudo através de trabalho duro. Aqui nos Estados Unidos trabalhou, ganhou. Não trabalhou, não ganhou um centavo. Enfim, você tem que ter dedicação!”, explica o atleta e professor.
Para Victor, somente o propósito faz você suportar o processo. Ele viu amigos que chegaram ao país por conta do Jiu-Jitsu optando por outros tipos de empregos.
“Primeiro de tudo, vem com muita vontade de trabalhar e treinar e nunca abra mão do Jiu-Jitsu, mesmo que outras oportunidades de trabalho melhores apareçam. Já vi muitos amigos do Jiu-Jitsu, que veio através do Jiu-Jitsu, e não trabalham hoje com Jiu-Jitsu”, encerra.