Noite histórica no Rio de Janeiro depois do retorno do UFC ao Brasil, neste sábado, dia 4 de maio, na Farmasi Arena. Com dois brasileiros nas lutas principais do card, Alexandre Pantoja, em luta de defesa de cinturão dos moscas, e José Aldo Júnior, em retorno da aposentadoria para cumprir com uma luta que ainda restava no contrato com o Ultimate, a edição foi a oportunidade de glória para a maioria dos brasileiros que fizeram parte do show.
No main event da noite, Alexandre Pantoja manteve o título dos moscas no Brasil ao vencer o australiano Steve Erceg por decisão unânime da arbitragem. Desde o início do combate, Pantoja mostrou bom domínio do adversário dentro do octógono, desferindo socos a uma boa distância e levando o adversário ao chão com quedas. No terceiro round, um golpe mais contundente do australiano abriu um corte na testa do lutador natural de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro; nada preocupante, já que o atual campeão conseguiu reverter e dominar o rival no chão, quase obtendo uma finalização por mata-leão.
O quarto round foi talvez o mais complicado dos cinco da defesa de cinturão, com o agravamento do ferimento de Pantoja por conta dos socos de Erceg. Na última rodada de luta, depois de mais uma pausa para descanso e orientações dos corners, Pantoja retomou o controle do adversário no chão e tentou o domínio pelas costas. Nas papeletas, ficou decidido, por unanimidade, que o cinturão permaneceria com o mesmo dono.
Na luta do co-main event, José Aldo vs. Jonathan Martinez, a experiência do manaura de 37 anos, um dos nomes pertencentes ao Hall da Fama da organização, fez toda a diferença no desenrolar do confronto. Aldo entrou no cage com a energia dos tempos áureos; porém, com a segurança e inteligência que só o tempo é capaz de conceder – estudou o adversário e investiu na guarda alta para evitar complicações.
No confronto marcado pelo equilíbrio nos dois primeiros rounds, Aldo foi mais contundente no terceiro, quando chegou perto de nocautear o estadunidense com perigosas joelhadas. Vale ressaltar que o jogo em pé do brasileiro continua afiado, com perícia no Boxe, o que também contribuiu para a sensação de segurança que Aldo transmitiu. No desfecho, Aldo foi declarado campeão por unanimidade na segunda luta mais importante da noite.
“Eu falei que não seria a minha última luta. Eu estou empolgado com isso. Quero chegar um pouco mais longe ainda, acho que tenho idade e físico para chegar lá, ganhar outras lutas e quem sabe ser o campeão.”, declarou Aldo na entrevista pós-luta, surpreendendo o público que acreditava que essa seria a última luta de MMA do “Campeão do Povo”.
Caio Borralho, que segue invicto no UFC, emplacou a sua primeira luta por nocaute ao abrir o card principal do UFC 301, na Barra da Tijuca. Lutador da Fighting Nerds, “The Natural” já entrou determinado no confronto contra o escocês Paul Craig e precisou de apenas dois assaltos para “apagar” o oponente com um nocaute. Com um direto de esquerda, o brasileiro abalou as estruturas de Craig e o golpe final veio logo em seguida – um potente cruzado que levou o rival ao chão nocauteado. “Falei e cumpri. É assim que a Fighting Nerds funciona.”, declarou depois da vitória.
No UFC 301, Michel Pereira venceu com performance que saiu do lugar comum
Uma performance de grande destaque no UFC 301 ficou por conta de Michel Pereira que atuou contra o ucraniano Ihor Potieria. Foram necessários apenas 54 segundos de ação para que o brasileiro arrebatasse o protagonismo da luta e saísse vencedor com uma finalização por guilhotina. Para chegar nesse resultado, ele derrubou o adversário com um direto de esquerda, passou a guarda com uma cambalhota acrobática e desferiu uma cotovelada que deixou o rival vulnerável. Momento perfeito para encaixar a guilhotina que determinou o vencedor do embate.
Nas lutas preliminares, Alessandro Costa inaugurou o bom desempenho do grupo de brasileiros ao nocautear o peruano Kevin Borjas. Ismael Bonfim e Diane Barbosa, atletas que lutaram na sequência, saíram vitoriosos por decisão unânime. Mauricio Ruffy conseguiu mais um nocaute para os brasileiros no duelo contra o australiano Jamie Mullarkey.
No penúltimo confronto entre os preliminares, Iasmin Lucindo foi superior no combate contra a polonesa Karolina Kowalkiewicz. No final, ela teve o braço erguido por decisão unânime da arbitragem. Para encerrar o primeiro card do UFC 301, Joanderson Brito levou para casa a vitória após castigar a perna de Jack Shore. Com pouco mais de três minutos do segundo assalto, os médicos foram obrigados a interromper a ação por conta do ferimento aberto na perna do lutador.