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Sul-Americano 2023: Uanderson brilha, Harryson Santana e Brígida Carvalho reinam nos absolutos

Uanderson brilhou no meio-pesado e conquistou o título. Foto: Israel Hudson

O Campeonato Sul-Americano de Jiu-Jitsu agitou São Paulo neste sábado e promoveu um Jiu-Jitsu de qualidade no Ginásio Poliesportivo José Correa, em Barueri. A competição da CBJJ coroou Harryson Santana e Brígida Carvalho nos absolutos da faixa-preta. 

A conquista de Harryson selou sua redenção no torneio, já que ele foi desclassificado na final do superpesado. Harryson se reergueu no aberto e venceu quatro lutas para se tornar campeão. Ele mediu forças com Anderson Kauan na final e derrotou o Aluno de Marcio de Deus por 2 a 1 nas vantagens, em luta estudada. O atleta da equipe Ataque Duplo capitalizou a vitória ao conseguir uma vantagem de queda logo no começo. Ao longo da escalada na competição, Harryson também venceu Rafael Paganini, Uanderson Ferreira e Jefferson Silva.

Uma das gratas surpresas do Sul-Americano 2023 foi o surgimento de uma possível estrela do Jiu-Jitsu feminino. Trata-se de Brígida Carvalho, que triunfou na competição ao faturar o ouro duplo. A representante da Vision Brasil se consagrou no peso médio e no absoluto e deu continuidade à ascensão meteórica na faixa-preta. Ela integra a elite há pouco mais de três meses, quando foi graduada depois de vencer o Europeu, Brasileiro e o Mundial em sequência. Na disputa pelo título do aberto, Brígida bateu Mikaela de Lima por 2 a 1 nas vantagens depois de marcar uma vantagem de queda no último segundo.

Helder Tropeço e Pedro Elias dominaram o pesadíssimo e colocaram a Fratres Jiu-Jitsu no topo. Os faixas-pretas da escola paulista venceram três lutas para carimbarem o passaporte rumo à final. Helder superou adversários duros, caso de Eldeson “Cirilo”, enquanto Pedro precisou bater Cleyton Flores.

Uma reviravolta marcou o desfecho do superpesado e teve final feliz para a Fratres Jiu-Jitsu. Os finalistas Harryson Santana e Gabriel “Blade” Oliveira foram desclassificados por falta de combatividade e Leandro Santos e Anderson Munis, derrotados na semifinal, foram chamados às pressas para definirem a categoria. Os representantes optaram por fechar a final e Leandro ficou com o ouro. 

Vinicius Liberati e Hygor Brito travaram um combate equilibrado na disputa pelo ouro no peso pesado. O confronto estava empatado até o último minuto, quando Vinicius executou uma raspagem de guarda-laçada e marcou 4 a 2. Hygor não se entregou, tentou revidar, mas Liberati sustentou a pressão e assegurou a vitória.

Uanderson Ferreira contagiou o ginásio com sua energia e capturou o título no meio-pesado. O prodígio da Game Fight Carlson Gracie foi soberano numa das categorias mais acirradas do torneio e venceu com autoridade. No decorrer de sua campanha, o carioca venceu quatro lutas. Na final, Uanderson e Mauricio Oliveira protagonizaram um embate eletrizante. Uanderson levou a melhor por duas vantagens, após o empate por 4 a 4 nos pontos. O pupilo de Marcio Carreira imprimiu seu forte jogo de quedas e derrubou o adversário em duas ocasiões. Por outro lado, Mauricio revidou com raspagens, mas não evitou o revés. Nas fases anteriores, Uanderson derrotou Rafael Paganini, Wellington Luis “Alemão” e Leonardo Brocca.

Bruno Bressan foi imparável no peso médio. O lutador da Checkmat superou Vinícius Martins, da Alliance, na decisão dos árbitros após o empate por 0 a 0. Bruno foi mais ativo, tentou transpor a guarda de Vinícius e foi superior em boa parte da luta. Bruno teve um caminho longo e turbulento para garantir o lugar mais alto do pódio. Ao todo, ele enfileirou cinco vitórias na divisão e foi premiado pelo desempenho sem falhas. 

Leandro Lima se consagrou no peso leve. O atleta da Fratres Jiu-Jitsu bateu Victor Nithael por 2 a 1 nas vantagens, depois do empate por 6 a 6 na final. Victor não mediu esforços para reverter a diferença, só que Leandro se manteve à frente no placar. A maior parte da luta se discorreu na guarda 50/50, porém, os atletas conseguiram manter a disputa animada. Ao todo, Leandro emplacou quatro triunfos no Sul-Americano.

Meyram Maquiné teve atuação de gala no peso-pena e provou novamente por que é um dos lutadores mais temidos de sua categoria. O jovem craque se impôs e derrotou Cleber Clandestino por 6 a 4 na final. Meyram colocou à mostra seu jogo plástico, vistoso e que cativa o público que adora lutas empolgantes. O atleta da Fratres usou o campeonato como plataforma para demonstrar o refino técnico de seu Jiu-Jitsu. No decorrer de sua jornada, Mey empilhou quatro vitórias rumo ao ouro.

Aluno de Cicero Costha, Felipe Ferreira foi o grande destaque no peso-pluma. Felipe comprovou sua letalidade ao finalizar Cleito Soares com um bote letal na chave de pé na final. 

O campeão peso-galo atende pelo nome de Welerson Gonçalves. Um dos competidores mais consistentes de sua divisão, Welerson teve seu esforço recompensado. O atleta da Nova União bateu Oziel Santos na decisão dos árbitros e fisgou a medalha de ouro.

As mulheres também eletrizaram o Sul-Americano com lutas frenéticas do mais alto nível. No superpesado, Kauany Lorena e Mikaela de Lima fecharam para a GFTeam. No peso pesado, Amanda Magda, no auge de seus 45 anos, conquistou seu segundo título sul-americano consecutivo. O meio-pesado também foi dominado por uma atleta da Fratres. Sábatha Laís ficou com o ouro na divisão. 

Destaque do evento, Brígida Carvalho foi avassaladora no peso médio. Brígida venceu três combates numa das divisões mais parelhas das categorias femininas. Sabrina Gondim, da Fratres, teve desempenho impecável no peso leve e sagrou-se campeã depois de emplacar dois triunfos. 

Nas divisões mais leves, Amanda Iraha boletou o título no peso-pena e Jessica Caroline brilhou no pluma. A atual campeã pan-americana não deu chances ao azar e conseguiu mais um ouro em sua carreira.

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Escrito por Gabriel Almada

Jornalista aficionado por luta e faixa-roxa de Jiu-Jitsu

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