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Roney Edler comenta os desafios da transição entre Brasil e Estados Unidos

Líder da Sertão BJJ trabalha no exterior com o objetivo de conseguir mais oportunidades para atletas no Brasil

Roney Edler em momento descontraído nos treinos na Sertão BJJ. O faixa-preta é responsável pelas aulas e gestão da filial nos Estados Unidos. Foto: Arquivo Pessoal
Roney Edler em momento descontraído nos treinos na Sertão BJJ. O faixa-preta é responsável pelas aulas e gestão da filial nos Estados Unidos. Foto: Arquivo Pessoal

É um movimento hoje comum, o de faixas-pretas brasileiros, atletas e professores, que se mudam para os Estados Unidos para viver do esporte no exterior. Se no Brasil não existem as mesmas oportunidades como aquelas encontradas em um país diferente, não quer dizer que a mudança de ambiente seja composta apenas de benefícios: barreiras de linguagem e cultural, além da saudade daqueles que ficaram, podem ser obstáculos intransponíveis para um psicológico pouco preparado. Roney Edler, faixa-preta nascido no Nordeste do Brasil, é um dos profissionais do Jiu-Jitsu que viveram na pele as imposições da transição.

“Realmente, não é uma tarefa muito fácil, pois tem as barreiras do inglês, cultural, material humano para trabalhar e ensinar. Fica complicado ensinar sem muito embasamento de inglês, para que os alunos entendam o conceito e a dinâmica da técnica. Fora isso, acho que o resto, como bom nordestino que sou, tiro de letra por sempre ter enfrentado dificuldades na caminhada da vida.”, explicou, citando ainda que a falta de colaboração de outros brasileiros no país pode ser mais um problema, já que muitos podem encarar a chegada de um conterrâneo como concorrência.

Professor brasileiro no tatame tem valor diferenciado nos EUA, segundo Roney

De acordo com Roney, a aceitação do ensino de Jiu-Jitsu por parte do público americano é realmente maior quando se relaciona com um professor formado no Brasil. Por mais que o Jiu-Jitsu tenha se tornado um esporte globalizado, a carga da tradição ainda é fortemente considerada no exterior. “A aceitação aqui é a das melhores, pois eles valorizam a aula e a presença de um faixa preta brasileiro no tatame.”, assegura.

Roney Edler em momento descontraído nos treinos na Sertão BJJ. O faixa-preta é responsável pelas aulas e gestão da filial nos Estados Unidos. Foto: Arquivo Pessoal
Roney Elder na frente da sua academia, nos Estados Unidos. Foto: Arquivo Pessoal

Quando a mudança para os Estados Unidos se tornou um objetivo real, Roney se apressou em aprender o inglês, nem que fosse o básico da língua para poder se comunicar. Essa é a primeira iniciativa que precisa ser tomada antes de pensar na organização das bagagens.

“Procurei aprender o inglês básico para chegar aqui não muito por fora, mas mesmo assim não cheguei com o inglês suficiente para dar aulas. Minha esposa, que na época já treinava, foi me ajudando a dar aulas sozinho. Vez ou outra preciso dela para me ajudar, pois ainda sou faixa-azul no inglês.”, comentou em entrevista ao VF Comunica.

Trilhando o caminho do trabalho para ampliar o alcance da Sertão BJJ, Roney Edler aponta que está na liderança de uma equipe ainda pequena, mas que age de forma diferente “sempre captando apoios para alunos e professores no Brasil, ajudando no alcance de objetivos e na mudança de vidas através do Jiu-Jitsu.”. Ainda segundo o faixa-preta, a filial nos Estados Unidos é um lugar de acolhimento para os atletas com visto aprovado que querem competir no país.

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Escrito por Emmanuela Oliveira

Emmanuela Oliveira é faixa-marrom de Jiu-Jitsu e formada em Comunicação Social. Dentro do tatame, aprendeu que é possível conjugar Jiu-Jitsu, escrita e o gosto pelas artes visuais em um só pacote.

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