Atento aos novos campeões e aos rumos do Jiu-Jitsu no atual contexto competitivo, Ronaldo Candido, hoje um dedicado professor em Michigan, nos Estados Unidos, compartilhou com o VF Comunica algumas reflexões acerca da influência do Jiu-Jitsu de kimono no grappling, uma modalidade que cresce em ritmo irrefreável nos últimos anos.
Um representante da Atos que já teve membros da atual elite do esporte como parceiros de treinos, os irmãos Mendes são um exemplo, disse que as técnicas utilizadas com pano reverberam no desempenho dos grapplers e o atleta que tiver mais consciência disso, é aquele que vai se destacar.
“No último Who’s Number One, todos os atletas que treinam de kimono neutralizaram e dominaram os caras que treinam full-time sem kimono, o problema do kimono é que às vezes as lutas ficam muito travadas e isso é frustrante para quem está assistindo, mas com o desenvolvimento do Jiu-Jitsu, estão fazendo com que isso mude.”, analisa, completando o raciocínio ao dizer que todo atleta tem que entrar na luta com mentalidade finalizadora.
No dia 29 de fevereiro vai acontecer o tão esperado GP Absoluto No Gi da IBJJF, uma chave que reúne Kaynan Duarte, Giancarlo Bodoni, Roosevelt Sousa, Elder Cruz, Haisam Rida, Pedro Rocha, Dante Leon e Patrick Gaudio. De acordo com a experiência própria, tendo como base os treinos compartilhados com Kaynan Duarte, Candido aposta no brasileiro, bicampeão do ADCC.
“Só vai ter lutão nesse GP! Bem, como já treinei e conheço pessoalmente vou de Kaynan Duarte. Se estiver no dia dele, vai finalizar todo mundo!”, aposta.
Ronaldo Candido já viveu o auge no MMA e no Jiu-Jitsu
Com passagem pelo MMA, chegando ao maior palco da modalidade a nível mundial, o UFC, e obtendo sucesso no Jiu-Jitsu com títulos conquistados na IBJJF, Ronaldo Candido curte agora a posição de observador e analista do esporte, acompanhando tudo de uma perspectiva bastante privilegiada, consequência de uma carreira sólida construída ao longo dos anos. Tem aqueles dias nos quais a vontade de voltar à ativa como lutador fala mais alto? Sim, mas ele reconhece que precisa se atentar às suas novas ocupações e objetivos.
“Eu já lutei e venci muita gente boa que hoje está brilhando nos tatames também, mas hoje, além de professor, me tornei empresário, me casei, e meus objetivos são outros. Agora, ficou muito mais difícil voltar a lutar com o falecimento do meu único irmão, que me introduziu ao esporte, e sempre que podia ia comigo me apoiar nas competições. Eu entendo muito a dor e o vazio que o Khabib Nurmagomedov vive, com a perda do pai. Hoje dedico o meu tempo à minha família, alunos e todos aqueles que estão ao meu redor.”, conta, ciente de que desempenha um bom trabalho em suas missões atuais.