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Rodrigo Thiago discute a contratação de atletas no Jiu-Jitsu

Faixa-preta do quinto grau é o líder da Alliance Rio de Janeiro e trabalha na reformulação da equipe

Enzo Gabriel, João Bruce, Rodrigo Thiago, Filipinho Assis e Elias Antonio na Alliance Rio de Janeiro. Foto: Gabriel Almada/VF Comunica
Enzo Gabriel, João Bruce, Rodrigo Thiago, Filipinho Assis e Elias Antonio na Alliance Rio de Janeiro. Foto: Gabriel Almada/VF Comunica

O professor Rodrigo Thiago é o líder da Alliance Rio de Janeiro, uma das escolas mais tradicionais do Jiu-Jitsu e que já projetou diversos talentos. Thiago foi o responsável pela reformulação da equipe e hoje conta com um time competitivo de alto nível nas faixas coloridas.

Rodrigo Thiago está à frente da Alliance Rio há pouco mais de dois anos e implantou sua metodologia de ensino no Jiu-Jitsu para dar um outro tom à equipe.

Thiago exalta DNA vencedor da Alliance

Em entrevista ao VF Comunica, Thiago falou sobre a renovação da geração de competidores da equipe e confirmou que o surgimento de novos talentos na equipe era apenas questão de tempo.

“Assumi a academia há dois anos e primeiro eu queria reformular a equipe. Eu não estava preocupado com essa parte de competição porque eu sabia que isso aconteceria naturalmente, já que o nosso time é formado pelos competidores. A equipe só cresceu desde então. Acredito na essência das pessoas e defendo que semelhante anda com semelhante. Começamos devagar e agora tem uma galera forte aqui, especialmente o Filipinho. Ele treina aqui desde a faixa-azul e hoje é o meu braço direito. Ele tem um futuro brilhante, não só como atleta, porque a pessoa vem antes do atleta. E tudo acontece naturalmente. Além do Filipinho, temos o Elias Antonio, Enzo Gabriel, João Bruce, por exemplo. Aos poucos, os resultados vêm naturalmente. Eu já sabia que seria assim, pois está no DNA da nossa academia”, explicou Thiago.

Thiago debate postura do atleta no tatame

O faixa-preta da Alliance destacou a importância do atleta ser exemplo dentro e fora dos tatames e reforçou que o time só fica mais forte se os integrantes se ajudarem. 

“Sou de uma geração em que nós tínhamos orgulho quando o faixa-preta chamava para treinar. Principalmente pelos líderes, muitos meninos perderam a educação, os valores e não temos isso aqui. Além do cara ser duro, ele precisa ser educado e saber doar. Para você melhorar, é necessário se doar para o outro. Então, os dois evoluem juntos. Quem disse que ser bom te dá o direito de tratar os outros mal ou se sentir melhor? Isso está bem pregado aqui. Então, quem não pensa da mesma forma, não fica aqui”, garantiu o professor.

Filipinho Assis e Rodrigo Thiago. Foto: Gabriel Almada/VF Comunica
Filipinho Assis e Rodrigo Thiago. Foto: Gabriel Almada/VF Comunica

Rodrigo Thiago criticou a abordagem das equipes que contratam no Jiu-Jitsu e reforçou que o mais importante é o jovem ficar num lugar em que ele se desenvolva em diversas áreas, e não apenas como atleta.

Crítica às equipes que contratam no Jiu-Jitsu

“Eu sou contra a contratação de atletas, exceto se for para o garoto realmente melhorar de vida, e não como atleta. Porque o tempo como atleta é bem curto. Ser campeão ou não acontece naturalmente, mas o mais importante é preparar os garotos para a vida. Quando essa galera chega, você perde a referência. As equipes que contratam trazem atletas que têm outros professores, então cada um tem uma linhagem. Aí acaba que não tem comando. Os reais valores do Jiu-Jitsu estão se perdendo. Eu não acho errado o garoto querer melhorar, mas desde que seja para ele melhorar como pessoa. Os caras usam da humildade dos atletas para usufruir do ápice dele. Porém, o auge é muito curto. E depois? Alguns também não comunicam os professores quando têm interesse no atleta, é questão de ética. Contudo, isso já se perdeu no Jiu-Jitsu”, comentou Thiago.

Rodrigo Thiago destaca o atleta completo

Thiago reafirmou que o atleta precisa ser completo para continuar em alta depois que se aposentar dos tatames. Além disso, ele frisou que muitos só vão estar ao redor enquanto lutador estiver no auge. 

“Eu não acredito que a pessoa deve só ser atleta. Para mim, o cara precisa ser completo. A medalha passa rápido e algumas pessoas só ficam do seu lado quando você é campeão. Depois, você se torna o que plantou. A galera que fica perto das pessoas que pensam dessa forma com certeza vai te abandonar quando você não estiver mais no ápice. Quem é mais campeão? O cara que só treinou o dia inteiro ou aquele que treina, estuda, dá aula e consegue ser vice-campeão. Minha admiração é muito maior pelo segundo, sem dúvidas”, finalizou Thiago.

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Escrito por Gabriel Almada

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