Uma noção de valorização da própria imagem, aliada ao trabalho levado a sério, muda tudo. Piter Frank é o exemplo claro disso. Atleta representante do master 2 que, por meio de suas atitudes e conquistas no cenário competitivo, consegue mostrar que faixas-pretas da casa dos masters podem sim se adequar às exigências do alto rendimento e receber tanta visibilidade quanto os atletas adultos.
Em entrevista exclusiva ao VF Comunica após o primeiro compromisso da temporada, o Europeu da IBJJF em Paris, Piter Frank falou sobre temas importantes e sempre presentes no imaginário dos atletas do master. Indiscutivelmente habilidoso, como bem transparece em suas performances com técnicas acrobáticas e eficientes, Piter deu mais detalhes sobre a private class com Mica Galvão no ginásio do Europeu. O intuito era aprimorar o bote no armlock a pedido do próprio pai e treinador de Mica, Melqui Galvão. Esse tipo de interação entre Mica e Piter, além de incrível de ser ver, é extremamente simbólico por evidenciar que um atleta como Piter, com sabedoria de sobra, tem muito a agregar ao jogo de um atleta adulto da elite do esporte.
“Eu cheguei lá para dar aula para ele e ainda não estava botando fé. Esse moleque vai querer fazer o que comigo aqui? O pensamento é esse. O pensamento é o que nós do Jiu-Jitsu construímos. Eu, um master? Quem sou eu para dar aula para o Mica. Mas não, nós temos o nosso valor, temos a nossa arte que pode ser compartilhada com o pessoal da nova geração. Eu pude passar a minha experiência para ele, ajustar o armlock dele.”, conta o especialista na chave de braço, tendo como base não apenas os seus argumentos, mas o próprio desempenho de Mica na campanha do Europeu, que usou um armlock impecável como recurso para avançar na chave.
Para eventos profissionais, Piter Frank exige adversários com visibilidade na mídia
Após trabalhar estrategicamente na própria imagem, um planejamento que envolve, além do bom rendimento nos tatames, produção inteligente de conteúdo, Piter Frank é hoje uma personalidade do esporte que desperta o interesse. Diante desse status, ele pode peneirar possíveis adversários para fechar uma superluta, por exemplo. Acerca desse assunto, Piter mantém firme a mira em Celsinho Venicius, um casamento de luta que ele define como inteligente no momento atual.
“Eu estou aqui para provar que é possível receber um salário lutando, é possível receber uma bolsa lutando, é possível viajar para lutar. Não adianta marcar o BJJ Stars e perguntar com quem o Piter deve lutar e eu me deparar com 200 nomes. Desses 200, ninguém se promove. Eu não quero ofender ninguém, mas não quero lutar com alguém que não tem visibilidade, com esses eu posso lutar na IBJJF.”, explica o lutador que ao longo da carreira conseguiu grande notoriedade no Jiu-Jitsu profissional através do BJJ Stars. A rivalidade com Caio Almeida, e o tão comentado armlock voador, fazem parte disso.
Assista à entrevista completa com Piter Frank no canal VFComunica, no YouTube!