Emmanuela Oliveira 
A reputação de Mica Galvão dentro do Jiu-Jitsu é de um competidor fora de série, diferenciado, um entre milhões, dono de uma técnica tão afiada e naturalmente bem feita que fica claro que o filho de Melqui Galvão realmente nasceu para fazer o que faz. A temporada de 2024 já começou de forma impecável para Mica. No Europeu da IBJJF, em Paris, conquistou o ouro dos médios e no Who’s Number One 22, em seguida, defendeu seu título dos meio-médios contra o desafiante Kenta Iwamoto, da B-Team. Em ambos os compromissos, saiu vitorioso do combate por finalização.
Seu adversário na final do Pan foi Andy Murasaki, oponente que ele havia enfrentado na decisão do Campeonato Europeu, em janeiro deste ano. Em segundo duelo com o atleta da Atos, que vinha de ótima performance até a final, Mica foi capaz de finalizar no armlock. A vitória lhe rendeu o segundo título de kimono na temporada. Agora, o jovem é campeão do Europeu e do Pan.
Desidratação e noite mal dormida levou preocupação a Mica no Pan
Para o espectador que acompanhou cada fase da jornada de Mica rumo ao topo do pódio, no sábado e no domingo, ficou a impressão de que o atleta performou no auge do vigor físico, já que Mica luta com incrível fluidez, sem deixar transparecer qualquer interferência nos seus objetivos.
Em postagem recente no Instagram, o faixa-preta revelou que, por conta de uma intoxicação alimentar, uma desidratação às vésperas do final de semana do Pan quase colocou tudo a perder. Obstinado, com o apoio da família e motivado pela expectativa dos fãs, Mica acessou sua reserva de forças e ativou o seu modo competitivo no nível máximo.
“Tive uma infecção intestinal que me desidratou bastante e me atrapalhou de dormir e descansar da maneira que eu deveria para uma competição dessa dificuldade.”, revela.
Na primeira luta da divisão, definida por Mica como a luta “do despertar” em entrevista à IBJJF, contra Alehander Mariano, o campeão se deparou com outra surpresa: uma chave de pé, bem aplicada pelo adversário especialista nesse tipo de ataque, quase tirou Mica da jogada.
“Acabei me desligando no começo da luta e tomei uma botinha justa. Na hora senti um pouco, mas consegui escapar e vencer por finalização. Fiz gelo, tomei remédio, mas a dor não passava. Eu não queria sair do evento sem ao menos tentar. (…) Comprei bandagens e fiz nos dois pés para tentar confundir meus adversários e dar um pouco de firmeza na minha base.”, conta, dizendo que ainda chegou muito atrasado no ginásio e não desclassificado por pouco.
A declaração de Mica Galvão, expondo detalhes dos bastidores cheios de adversidades do Pan 2024, mostra que um campeão é um campeão, independentemente das distrações pelo caminho.
