Felipe “Ninja” Pinto é um professor de Jiu-Jitsu renomado nos Estados Unidos e tem a missão de formar atletas prontos dentro e fora dos tatames. O professor mora nos Estados Unidos há quase duas décadas e lidera o Ninja Stars International. O projeto é uma organização sem fins lucrativos que seleciona atletas talentosos de projetos sociais e oferece a oportunidade para eles se desenvolverem no exterior.
Além do Ninja Stars International, Felipe Ninja é o responsável pela Brazil Academy. Ele soma quase 350 alunos em duas academias. Ele é faixa-preta há nove anos e tem o propósito de capacitar os atletas para que eles possam administrar as próprias carreiras.
Gestão empresarial no Jiu-Jitsu
Ninja Pinto conversou com o VF Comunica e destacou a importância do ensino de gestão empresarial no universo do Jiu-Jitsu.
“Vejo inúmeras situações em que diversos atletas de alto nível terminam a carreira no Jiu-Jitsu uma vez que seu tempo como competidor acaba. O que acontece muito é que os atletas não aprendem nada relacionado a business ou gestão empresarial para aprender a gerenciar as próprias carreiras ou até mesmo saber modos diferentes de monetizar o Jiu-Jitsu em suas vidas. Aqui no Ninja Stars International, eles fazem um curso de gestão de academia. Acredito que a gestão empresarial é crucial para prosperar. Muitas vezes não é o atleta mais talentoso que prospera, mas aquele que entende melhor de negócios”, afirmou Ninja.
Conhecimento abre portas no Jiu-Jitsu
Ninja apontou que ser um campeão de Jiu-Jitsu é importante no processo de valorização da escola, mas garantiu que o retrospecto vencedor como lutador não é certeza de sucesso como professor ou dono de academia.
“Conquistar medalhas é uma realização pessoal dos atletas e concordo que pode ajudar no desenvolvimento do branding de uma academia. Porém, posso citar inúmeros casos de academias prósperas, com o potencial econômico extraordinário e com resultados de transformação pessoal dos alunos incomparável sob comando de um líder que não possui um currículo de títulos considerável”, defendeu o faixa-preta.
Alunos já colhem frutos do projeto
Felipe detalhou quantos alunos o Ninja Stars International auxilia e citou o atleta que mais tem se desenvolvido fora dos tatames.
“Hoje em dia, posso dizer que o projeto contribuiu na transformação pessoal de cerca de 15 atletas que vieram para os Estados Unidos com o sonho de se desenvolver. Alguns eram do Jiu-Jitsu e outros da capoeira. Já tenho um atleta de capoeira com a própria academia e ele tem demonstrado uma ótima gestão de empresa. O atleta Fabio Cunha tem uma academia de capoeira em Michigan, ele é um fruto do nosso projeto. Os outros do Jiu-Jitsu já trabalham em academias nos Estados Unidos como professores”, disse Ninja Pinto.
O professor desembarcou nos Estados Unidos em definitivo no fim da adolescência e transformou diversas vidas por meio do Jiu-Jitsu. Ninja relembrou o que mais aprendeu desde que aterrissou nos EUA.
“Cheguei aqui nos Estados Unidos aos 17 anos. Minha maior lição foi entender que eu, como professor, tenho que auxiliar meus alunos a seguirem os sonhos deles e não fazê-los viverem o meu sonho”, assegurou Ninja.
Ninja Pinto e os desafios à frente do projeto
O faixa-preta abordou o tempo necessário para os atletas se adequarem à metodologia do programa e listou a principal dificuldade dos integrantes do Ninja Stars International durante o intercâmbio.
“Isso é relativo, porque tudo é treino. Eu gosto muito de pensar em horas de experiência e não em anos. Por exemplo, uma média de mil horas por ano investida em tatame e em business será o mínimo necessário para poder alcançar objetivos. O maior obstáculo é a mudança de paradigma de como as coisas funcionam no Brasil e como funcionam aqui. Outro ponto é entender que é preciso conquistar os merecimentos porque nada vem sem esforço. Muitas vezes os atletas acham que merecem ter tudo só porque representam a equipe nos campeonatos”, finalizou Ninja.