A evolução do grappling é notória em 2022, depois do grande sucesso do ADCC e da enorme popularidade do americano Gordon Ryan, hoje o maior astro da modalidade e que não perde desde 2018.
Para o estudioso francês Nicolas Renier, faixa-preta de Luta Livre, empresário e produtor de conteúdo, a nova geração do esporte aprendeu a usar o entretenimento para alavancar suas carreiras.
“Esses jovens que estão começando a aparecer como, por exemplo Mica Galvão e os irmãos Ruotolo, estão com um jogo mais espetacular porque eles sabem que tem que trazer algo novo para fazer dinheiro. Entendeu? Hoje em dia não tem mais como ganhar dinheiro em eventos só ganhando por vantagem. Assim, você não vai vender, não vai ganhar e vai ser difícil ganhar dinheiro com isso. As chances são poucas! A nova geração entendeu isso muito bem e você vê a evolução deles como atletas. A nova geração tem um jogo mais agressivo, mais ofensivo. E é por isso também que o ADCC 2022 foi o melhor de todos. Em comparação com ao ADCC 2015 no Brasil, foi um dos piores que nós assistimos. Os atletas só queriam dar tapa na nuca, ninguém queria fazer chão, foi muito feio”, ressalta Nicolas.
Campeão de quatro seletivas do ADCC na Europa, Nicolas, que chegou a participar do maior evento de grappling por seis vezes – duas sendo convidado por Mo Jassim, Nicolas falou sobre a evolução do Brasil no grappling.
“Aqui, no Brasil, a maioria das academias vai mostrar uma posição, duas posições e depois vai ter o rola. Aí é guerra, vai fazer guerra e não vai desenvolver um jogo. Aí não vai desenvolver igual o Danaher. Danaher, a cada dois anos desenvolve um tipo de jogo que surpreende todo mundo. Dessa vez ele misturou o com o judô no ADCC. Quem iria esperar isso? Eu posso ver isso também com o Melqui. O Melqui sempre chega em uma competição com um jogo novo. Os alunos deles têm uma estratégia nova e isso é profissionalização. É tudo sobre estudar e desenvolver o jogo. O Melqui faz isso muito bem e seu time tem evoluído bastante”, destaca Renier.
Em paralelo às suas aulas, na NR Fight, Nicolas reserva tempo para produzir e criar documentários que vão ajudar na popularização da Luta Livre. Em 2014, ele produziu sozinho um documentário chamado “Luta Livre Spirit” com 12 episódios, que reúne personalidades como Roberto Leitão, Leozada Nogueira e Alexandre Pequeno.