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Nicolas Renier conta o que impede um professor de ter sucesso

francês ressalta importância de uma metodologia própria e necessidade de buscar conhecimento

Nicolas Renier comanda a NR Fight. Foto: Reprodução/Instagram
Nicolas Renier comanda a NR Fight. Foto: Reprodução/Instagram

Nicolas Renier foi peça chave no desenvolvimento do grappling na Europa e possui uma carreira de sucesso como atleta, professor e empreendedor. Nicolas lidera a NR Fight, em Paris, e inovou no ensino da Luta Livre na França. Tetracampeão das seletivas do ADCC e participante de seis edições do maior evento de grappling do mundo, Renier hoje se empenha em passar seu conhecimento aos seus alunos.

Nicolas virou a página ao fazer a transição de lutador para atleta e entendeu que seria necessário estudar e se dedicar para obter o mesmo sucesso como líder de academia. Em entrevista ao VF Comunica, Nicolas listou as principais diferenças entre o atleta e o professor.

“Professor e atleta são profissões diferentes. O lutador também pensa no grupo, mas o foco é a própria carreira. Por outro lado, o bom professor pensa nos alunos, dá amor e sempre visa o melhor para os alunos. Você tem mais chances de ser um bom professor se for um bom atleta do que o faixa-preta que nunca competiu”, apontou o francês.

Evolução do grappling

Nicolas ressaltou que ter uma metodologia própria, buscar conhecimento a todo momento e escutar as demandas dos alunos são requisitos imprescindíveis para prosperar como professor.

“O esporte está crescendo cada vez mais, então não dá mais para não ter uma metodologia de ensino na escola. É importante se inspirar em outras modalidades e em outros atletas que tiveram sucesso. Sempre converso com os meus alunos para saber como ele está se sentindo e se ele entendeu a técnica do dia. Eu também analiso como ele está aplicando aquela posição. É fundamental testar até dar certo e sempre aperfeiçoar a metodologia porque o que dá certo hoje, pode não dar certo amanhã. O maior erro dos professores é tentar reproduzir aos alunos o Jiu-Jitsu que ele aprendeu, ao invés de buscar evolução. O oposto também não é correto. Muitos tentam se reinventar completamente, acredito que é melhor se inspirar no que está dando certo”, explicou o faixa-preta.

Preferência pela Luta Livre

Renier recordou como surgiu a paixão pela Luta Livre enquanto treinava apenas Jiu-Jitsu e disse por que optou por focar no grappling em relação ao kimono.

“Comecei no Jiu-Jitsu e conheci a Luta Livre dois anos depois. O Jiu-Jitsu tinha chegado há pouco tempo na França e as técnicas que nos ensinavam eram repetitivas e nós não estávamos evoluindo. Quando conheci a Luta Livre, por meio do professor Flavio Santiago, gostei na hora e percebi que queria treinar daquele jeito. Escolhi a Luta Livre e sempre acreditei no crescimento do sem kimono. Eu já considerava grande, porque o ADCC já existia. Nunca achei que o grappling fosse pequeno, as pessoas que não reparavam. Vi o grappling evoluir lado a lado com o Jiu-Jitsu. Na época, o Mundial da IBJJF não era tão grande assim e o ADCC estava bem, só que os caras do Jiu-Jitsu eram os mesmos que lutavam grappling”, relembrou o professor.

Destaque no grappling

Nicolas Renier é um expoente do grappling e se tornou uma referência na gestão de equipes e na formação de campeões. Ele mencionou alguns dos aspectos que o destoava em comparação aos outros professores de Luta Livre.

Sempre enxerguei o sem kimono como uma oportunidade, porque não tinham muitas pessoas que treinavam exclusivamente sem kimono. A maioria treinava com kimono e focava no grappling só quando uma competição se aproximava. Sabia que havia essa chance para mim, porque poucas pessoas tinham um bom marketing na Luta Livre, enquanto no Jiu-Jitsu eu seria só mais um. Eu me sinto muito feliz com o que construí até aqui.

Nos últimos anos, Nicolas estreitou a amizade com membros da Escola Melqui Galvão e Diogo Reis é um dos mais próximos do professor. O francês destacou o diferencial do “Baby Shark” em relação aos demais atletas de sua categoria e elogiou a forma com que o manauara consegue controlar os oponentes.

“Diogo não erra, esse é o ponto mais forte do jogo dele. Ele estuda muito e o dia dele é dedicado à vitória. Só treinar não funciona, ele se alimenta bem, dorme direito, estuda os oponentes e sempre quer aprender. Ele é um menino com o coração gigante, por isso sou um admirador dele como atleta e pessoa. Mesmo quando ele não finaliza, ele deixa os adversários frustrados. Ninguém consegue impor o jogo contra ele, isso me deixa impressionado”, concluiu Renier.

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Escrito por Gabriel Almada

Jornalista aficionado por luta e faixa-roxa de Jiu-Jitsu

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