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Nicolas Renier aponta os pilares que o tornaram um empreendedor de sucesso

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Nicolas Renier é o dono da NR Fight Club. Foto: Arquivo Pessoal

Nicolas Renier é uma autoridade no ensino do grappling na Europa. Dono de uma carreira vitoriosa na modalidade, o francês se consolidou como um dos líderes de academia mais respeitados do continente. Ao longo de sua jornada no esporte, Nicolas foi tetracampeão das seletivas do ADCC e participou de seis edições do maior evento de luta agarrada no mundo. Aos 37 anos, Renier passa toda a sua experiência adquirida nos tatames aos alunos.

Além de ser um exímio professor, Nicolas Reinier prosperou como empreendedor à frente da NR Fight Club. O francês é dono de três academias de luta em Paris e soma mais de 2500 alunos. Mas esta realidade nem sempre foi assim. Em entrevista ao VF Comunica, Nicolas afirmou que a sua mentalidade foi diferencial para ele entender seus erros e decolar como empresário.

“Demorei muitos anos para levantar minha academia porque é preciso ter uma mentalidade forte no começo. Algumas pessoas acham que vão prosperar como dono de academia só porque treinam há bastante tempo, mas é um negócio completamente diferente. Até mesmo sabendo, eu não fazia tudo certo para administrar minha academia como um negócio. Acho que a maioria não tem uma boa mentalidade e sempre arrumam uma desculpa para mascarar a própria culpa”, compartilhou Nicolas.

Nicolas explicou por que alguns atletas renomados não conseguem ter uma academia próspera e apontou as principais diferenças entre ser atleta e dono de uma escola de luta.

“Acho que é o mesmo processo. É necessário estudar e aplicar. Vamos errar e é fundamental tentar até acertar. A diferença é o que você vai ter que usar. São técnicas diferentes para se destacar nessas duas áreas. Para ser um professor de sucesso, é crucial se formar, testar, aprender com os erros e se manter atualizado. Esses são os principais caminhos para ser um professor de sucesso. Vejo que a paixão e o amor depositados no trabalho também são diferenciais para prosperar”, assegurou o faixa-preta de Luta Livre.

Nicolas Renier é um dos principais expoentes da Luta Livre no mundo e construiu sua reputação no meio graças ao trabalho consistente. Ele explicou como formou uma das equipes mais gabaritadas do grappling na Europa e relembrou seu começo no ramo.

“Meu maior foco era conseguir viver em prol da luta e pagar as minhas despesas. No início, eu não tinha patrocinador, então inaugurei a academia e criei a minha marca. A academia demorou a dar certo e, por um tempo, precisei dar seminários e vender roupas e vídeos. Por eu ser um dos poucos representantes da Luta Livre na Europa e por promover troca de faixas, a academia cresceu bastante. Tenho vários alunos de outras cidades e tento ajudá-los a distância. Faço ligação e converso bastante com eles, é um trabalho bem legal, porém, demanda tempo e consistência”, contou Renier.

O processo de liderar uma empresa não é fácil e requer maturidade, sabedoria e conhecimento para se diferenciar dos demais. Nicolas Renier apontou os erros mais frequentes cometidos pelos donos de academia e disse como mudou esse cenário no seu empreendimento.

“O maior erro que os professores cometem é colocar a culpa nos clientes e não escutá-los. Há um tempo, minha academia não estava indo bem e decidi colocar um plano único aos alunos. Mas rapidamente vi que esse modelo não funcionava e aprendi com o erro. Passei a levar mais em consideração as demandas e os pedidos dos clientes. Observo que diversos professores não têm um planejamento e focam em montar um time de competição e querem apenas atletas brabos na equipe. Só que ninguém fica duro de um dia para o outro. A maioria que chega para treinar não quer brigar, só com o desenvolvimento da técnica e do físico que pode virar um cara duro. Mas uma academia não é só formada de atletas de primeira linha, até porque muitos não têm condição de pagar a mensalidade”, reiterou o francês.

Uma dos debates mais quentes da comunidade do Jiu-Jitsu é se um lutador vencedor tem mais chances de ser um professor de sucesso que um faixa-preta que não compete. Nicolas garantiu que ser um campeão ajuda, mas é necessário entender que são profissões diferentes.

“Acredito que quem é campeão tem mais chances de ser um bom professor. Mas será que ele vai deixar o ego de lado e entender que atleta e professor são funções diferentes? A personalidade do cara, o material humano disponível e o local da academia são os fatores que mais influenciam. Vejo poucos professores bons que nunca se destacaram nos campeonatos”, declarou o craque do grappling.

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Escrito por Gabriel Almada

Jornalista aficionado por luta e faixa-roxa de Jiu-Jitsu

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