Capitaneada por Ulpiano Malachias, a Gracie Barra Westchase, no Texas, Estados Unidos, vem forjando campeões com requisitos necessários para brilhar nos torneios de Jiu-Jitsu, principalmente no grappling. Matheus Aguiar, o “Mascote”, é um dos representantes da casa que vem demonstrando bom desempenho ao longo das últimas temporadas.
Recém graduado à faixa-preta, Matheus começou a treinar Jiu-Jitsu aos 12 anos de idade e, até atingir a fase de maturidade como atleta, enfrentou períodos difíceis de transição e adaptação.
“Sempre me inspiro quando me recordo de tudo que já passei, cada dificuldade apenas me deixou mais casca grossa e me fez aprender cada vez mais. Comecei a treinar com 12 anos de idade e passei por várias fases complicadas em cada faixa, me recordo vividamente do momento em que fiz a mudança das aulas infantis para as aulas com os adultos. Com certeza foi um período difícil de adaptação, mas cada faixa vem com uma dificuldade e com as dificuldades surgem novos aprendizados.”, reflete.
Matheus “Mascote” fala da adaptação em outro país
Hoje morando no Texas por conta da vida de atleta, o mais novo faixa-preta da Gracie Barra teve na mudança para o exterior outra experiência de transição e consequente adaptação. No Brasil, ficaram a esposa e a família e, segundo ele, essa é a parte mais difícil. “Não tem como ser algo diferente! Existem inúmeros problemas e dificuldades que vem com a mudança, mas sem dúvidas o mais difícil é a saudade. Mas é algo inevitável quando se persegue um sonho no exterior, não existe glória sem sacrifício.”, afirma consciente do preço a ser pago.
Em entrevista ao VF Comunica, o “Mascote” contou que, na vivência com os americanos, percebeu a clara preferência deles pelo grappling, pelo Jiu-Jitsu praticado sem kimono. Ao longo de 2023, com os treinamentos na América, Matheus focou no desenvolvimento das suas técnicas sem pano e o direcionamento teve resultado. No Pan e no Mundial da IBJJF, na modalidade No Gi, Matheus ficou com o terceiro lugar. O ouro veio em um Open disputado na cidade de Waco, também da IBJJF, na disputa do absoluto. “Ainda não alcancei meus objetivos e nunca vou me dar como satisfeito, mas fico feliz com o quanto evoluiu meu grappling esse ano.”, revela com ambição de obter melhores posições.
Quando o pensamento é evolução, o primeiro passo é a constância e planejamento dos treinos, o lutador da Gracie Barra treina com intensidade competitiva todos os dias, ao menos uma vez. No período noturno, é o momento de pegar mais leve e executar alguns ajustes. “Separo meus treinos sempre alternando entre com e sem pano, mas acabo focando um pouco mais em algum específico baseado em qual temporada estamos. Gosto de manter uma constância nos dois estilos para sempre buscar evoluir nos dois, juntos.”, revela.
Atleta comenta postura de Nicholas Meregali na cena do grappling
Todo atleta que tem como meta ascender no grappling deve, entre um treino e outro, refletir sobre a situação atual da modalidade, no que diz respeito a oportunidades e comportamento dos ídolos. Nicholas Meregali, o tempo todo sob holofotes, é um tópico que sempre rende boas reflexões. “Ele tem muitos diferenciais no seu Jiu-Jitsu tecnicamente e, com certeza, ele está no nível mais alto que um atleta pode chegar no quesito performance. Mas, para mim, um diferencial dele é a sua mentalidade, sempre esbanjando confiança e entrando no tatame para deixar claro que é melhor que seu adversário.”. Para Matheus, esse tipo de postura é tão importante quanto a habilidade técnica para alavancar um status de ícone.