Leonardo Vieira, mais comumente conhecido como Leozinho, é o convidado do novo episódio do Off The Mats, já disponível no canal VF Comunica, no You Tube. Faixa-preta do Jiu-Jitsu, que tomou gosto pela modalidade nos primórdios do desenvolvimento da arte marcial no Rio de Janeiro, Leozinho Vieira é dono de uma carreira rica em acontecimentos marcantes: foi campeão mundial pela IBJJF, no saudoso Tijuca Tênis Clube, bicampeão do ADCC, nos primeiros anos da maior organização de grappling do mundo, e hoje, amparado pela experiência, é vice-presidente da parte de grappling do ONE Championship e líder da equipe Checkmat.
Ainda trilhando um caminho pavimentado por conquistas de um atleta exemplar, Leozinho revela, no bate papo com o jornalista Vitor Freitas, que a dedicação sempre foi uma qualidade que o levou mais longe. Um compromisso que ele sempre preservou, desde os primeiros passos no Jiu-Jitsu até os dias de hoje, abraçando a responsabilidade de ser visto como uma figura de liderança.
“Eu tenho certeza que a dedicação é um compromisso pessoal. De se empenhar, de dar e buscar o seu melhor no que você faz, com os recursos que você tem. Desde a minha época de treinos, eu sempre quis treinar o máximo possível, ter a melhor performance possível e eu sempre abria a minha cabeça para treinar outras modalidades, para poder trazer coisas boas para a minha performance. O mesmo aconteceu na época de professor, estudar coisas diferentes para poder investir nos meus atletas.”, comentou o faixa-preta.
Leo Vieira comenta relevância do ONE FC – principal motivação é elevar status dos atletas contratados
Tendo alcançado a posição de expoente do grappling ao longo da carreira, principalmente graças à campanha campeã no ADCC, Leonardo Vieira se tornou um excelente especialista para cuidar da parte de grappling do ONE FC. De acordo com ele, que fala em nome de toda a equipe que trabalha nos bastidores do evento, a principal motivação da organização foi colocar, em termos de igualdade, os lutadores de artes marciais isoladas, como Muay Thai, Kickboxing e grappling, em termos de igualdade com relação ao status dos atletas de MMA. Competidores muito bem posicionados no mercado, principalmente pela alavancada proporcionada pelo UFC, uma potência que cresceu em ritmo célere nos últimos anos.
“O ONE não faz um evento um evento diferenciado, não é um evento à parte de grappling, poderia fazer, mas não, o ONE coloca as lutas de grappling como co-main event das lutas principais de MMA. Então, nós temos uma posição com essa plataforma do ONE que nenhum outro evento tem. Nós fazemos streaming para mais de 160 países. A proposta foi trazer esse status para o lutador.”, apontou.
Atualmente, o ONE FC tem três campeões de grappling: Mikey Musumeci e os irmãos Kade e Tye Ruotolo, donos dos pesos mosca, leve e meio-médio, respectivamente. Como o ONE FC é um evento que mescla diferentes modalidades em um mesmo card, com em média uma luta por mês, não há grande variedade de categorias para atletas de grappling lutarem por diferentes cinturões. Leo Vieira deu mais detalhes acerca dessa logística.
“A visão que nós temos é de ter mais categorias. O problema é que, com o efetivo que a gente tem, nós temos um evento por mês, dentro desse evento, no card, eu tenho uma ou duas vagas de grappling. Então, eu tenho poucas lutas para serem oferecidas no grappling e esse atleta luta de forma muito constante. O mito que se levantou é que nós somos muito restritos, mas nossos atletas podem lutar tudo. O Kade (Ruotolo), nosso campeão, dono de cinturão, acabou de fazer uma luta casada de kimono. Então, a gente abre oportunidades para os atletas lutarem, reconhecendo que o atleta de grappling precisa estar ativo.”, esclareceu.
Título mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF é relembrado com orgulho
Outro assunto que não poderia deixar de ser comentado no Off The Mats com Leozinha Vieira é o título de campeão mundial da IBJJF na faixa-preta, conquistado no final da década de 1990. Leo, que tem 40 anos de Jiu-Jitsu na bagagem, aproveitou para contar um pouco da experiência em competições de Jiu-Jitsu, entre as faixas azul e roxa, sem os recursos e a estrutura de hoje. “Muitas das competições eram em um estacionamento alugado, debaixo do sol do Rio de Janeiro, naquele tatame de palha de arroz.”, relembrou durante a conversa.
Para o faixa-preta líder da CheckMat, ganhar um título mundial no Tijuca Tênis Clube, que já teve seu peso de tradição entre os veteranos do Jiu-Jitsu, é um feito do qual ele tem muito orgulho. Para ele, a memória afetiva do lugar que abrigou muitas lutas com carga histórica estará sempre presente, ainda que de formas diferentes, de acordo com a geração de cada um.
“Nada vai ser como o Tijuca, era uma pressão enorme, uma portinha de entrada, uma portinha de saída, era muita gente, uma competição enorme. Eu acho que são os momentos que a gente vive. Se você pegar alguém de hoje em dia, ele vai falar a mesma coisa da Pirâmide. Se um dia o Mundial for para outro lugar, essa pessoa vai falar da Pirâmide, vai dizer que pressão era diferente.”, analisou Leo.
Assista a entrevista completa abaixo: