Impulsionado pela disposição de quem deu a volta por cima, Kennedy Maciel entrou em 2024 inspirado para fortalecer o seu nome na temporada. Nas principais competições de kimono até agora, foi campeão do Europeu e do Pan-Americano. No grappling, garantiu a vaga para o evento principal do ADCC em agosto ao ganhar a seletiva no Brasil, em São Paulo. Em entrevista cedida à IBJJF ainda no pódio, Kennedy e o pai, Rubens ‘Cobrinha’, um dos pilares do crescimento de Maciel no Jiu-Jitsu, falaram sobre resiliência, planos futuros e similaridades entre as trajetórias de pai e filho.
Ao longo da carreira, Rubens ‘Cobrinha’ se estabeleceu como uma figura admirada na história da Arte Suave. Na faixa-preta, foram cinco títulos do Mundial da IBJJF e medalhas de ouro que também se repetiram no Mundial No Gi, além do próprio Pan-Americano. Para ‘Cobrinha’, a ascensão de Kennedy é mais do que uma confirmação do trabalho bem feito. É um orgulho pela capacidade de superação.
“Todos nós enfrentamos um monte de adversidades na vida. Você precisa entender que essas dificuldades podem aparecer somente para fazer com que você volte mais forte. O Kennedy provou isso e eu provei também várias vezes em competições. Já aconteceu de me preparar bem, mas não me sair como esperado na competição. Uma das razões, eu costumo dizer isso ao meu filho, que fazem com que eu me considere um campeão, é porque nunca desisti.”, reforça, salientando também o orgulho que sente ao ver o filho dominar a divisão que um dia ele assumiu: o peso-pena.
Kennedy Maciel reinou no peso pena, uma das divisões mais concorridas
Na campanha do Pan-Americano, Kennedy Maciel saiu na frente nessa divisão que é considerada uma das mais disputadas. Foram quatro lutas e duas finalizações na jornada. Com a primeira colocação conquistada nas duas das maiores competições de kimono da IBJJF, a curiosidade sobre os próprios passos de Maciel chega com naturalidade dentro da comunidade do Jiu-Jitsu.
“Eu sinto que precisamos dar um passo de cada vez, mas é claro que temos esse plano. Nós vamos sentar, planejar melhor, avaliar o que está por vir, eu não quero falar demais a respeito do Grand Slam, vamos fazer a matemática e observar o que virá a seguir. Para que isso aconteça a gente precisa do apoio do time, do time como suporte. Nós podemos fazer isso acontecer se funcionar, mas é 100% de certeza com relação ao Mundial.”, antecipa.
Para Kennedy, um dos aspectos da vitória no Pan que mais proporcionaram satisfação foi a vitória sobre o oponente que um dia o derrotou. No Campeonato Brasileiro de 2022, Kennedy lutou uma final contra Fabrício Andrey. Na ocasião, “Hokage” tomou a dianteira e teve o seu braço erguido pelo árbitro por oito pontos na frente no placar, contra os dois do filho de ‘Cobrinha’. Portanto, de acordo com o atual campeão do Pan, essa final com o Fabrício, com um desfecho diferente, teve um sabor especial.
“É uma boa sensação, especialmente quando você vem de derrota. Quando você tem a oportunidade de lutar com a pessoa que te venceu, podendo mostrar para ela o quanto você melhorou. Não é sobre essa pessoa, mas é sobre você, o quanto você evoluiu.”, avalia, nutrindo um afeto ainda maior pela nova medalha que ostenta no peito.