Emmanuela Oliveira 
A edição mais recente do Who’s Number One, que aconteceu no dia 20 de junho, coroou Jonnatas Gracie no grappling. Na luta contra Jacob Couch, o faixa-preta da Atos, que aceitou a luta valendo o cinturão dos médios com pouquíssima antecedência substituindo Francisco Lo, mostrou estratégia dominante e saiu vencedor do duelo, por decisão da arbitragem.
Em entrevista ao jornalista Vitor Freitas, no VF Comunica, Jonnatas falou sobre os louros conquistados depois da fase turbulenta que vivenciou em 2022, quando perdeu o título de campeão mundial No Gi pela IBJJF por conta da reprovação no teste de doping. De acordo com Jonnatas, a volta por cima no No Gi levou até ele a realização profissional e a comprovação de que a sua habilidade de Jiu-Jitsu não pode ser colocada em questionamento.
“Eu vi o Gutemberg (Pereira) falando isso. Tipo assim, o Mundial é um sonho. Então, aquele sonho ainda está em mim. Mas hoje eu consigo provar que sou melhor que muita gente sem título mundial. Eu penso em lutar mais um Mundial (de kimono), as pessoas me dizem que se eu lutar um, vou querer lutar vários, mas eu não quero.”, comentou Jonnatas.
Jonnatas Gracie disse que, em suas últimas lutas, a estratégia para vencer foi a neutralização de pontos fortes do oponente
Em sua participação no Who’s Number One, na luta por título contra o norte-americano Jacob Couch, Jonnatas disse que a estratégia foi minar pontos fortes do adversário, uma tática que deu certo. O grappler de 27 anos foi certeiro aplicando muita pressão por cima, sufocando qualquer tentativa de reação do oponente. O jogo não apresentou falhas e Jonnatas concluiu o compromisso com o braço erguido pelo árbitro e o cinturão dos médios ao redor da cintura. No entanto, a questão da falta de finalização para definir o campeão também entrou na roda de debate, junto com comentários não tão entusiasmados de estrangeiros que viram outro brasileiro consagrado no evento.
“Precisamos de um americano ganhando, precisamos de alguém representando a nossa bandeira. Então, a maioria dos haters ali é porque queria que algum americano ganhasse. Se você perceber, em todas as minhas lutas, eu joguei no melhor do cara, entende? Com o Jacob, eu neutralizei duas situações nas quais ele é muito bom, que é guarda fechada e chave de perna, ele tentou encaixar e não conseguiu nada. Eu já estou trabalhando essa parte, de que eu preciso finalizar. Quem não quer finalizar uma luta? Nos meus treinos, todo mundo vê, muitas vezes eu perco posição para tentar finalizar.”, explicou o campeão dos médios do WNO.
Jonnatas Gracie é um dos nomes confirmados para atuar no ADCC, incluído na chave dos competidores até 77 kg. Uma luta contra Kade Ruotolo, parceiro da Atos, era alvo de curiosidade por parte dos fãs até que Kade, atual campeão da divisão, anunciou a renúncia de seu posto no ADCC para lutar o Craig Jones Invitational. Para Jonnatas, já é possível visualizar uma final entre ele e Mica Galvão, um dos favoritos ao título da categoria.
“É impossível não se imaginar lutando com o Mica, esse ano ele fez o grand slam da IBJJF e de forma totalmente impecável. Ele até postou as medalhas que ele ganhou no grand slam, com o percentual de tempo das lutas dele e a quantidade de finalizações. Então, não tem como não imaginar uma luta contra o Mica. Ele é um cara muito imprevisível, de onde ele está, ele consegue tirar algo da manga, é difícil assimilar.”, elogiou Jonnatas Gracie.
