O primeiro título mundial de Jackson Nagai pela IBJJF veio na temporada 2024, depois de uma campanha impecável na Pirâmide. Nagai, faixa-preta de Lucas Leite, contou em entrevista ao VF Comunica, disponível na íntegra no YouTube, que entrou na competição com a mente blindada, motivado a conseguir vencer por finalização todos os adversários.
Em uma análise minuciosa da jornada de Jackson Nagai até o topo do Mundial, percebe-se que a autoconfiança surtiu efeito. Foram quatro lutas com três finalizações. O mesmo índice do atleta no Pan da temporada, que também lhe rendeu um importante ouro. Ao todo, entre Pan e Mundial, foram nove lutas e sete finalizações.
“Na minha cabeça, eu ia para a final e ia para pegar. Eu falei que ia finalizar todo mundo. Igual no Pan, fui para pegar todo mundo, aí na final eu lutei com o Natan (Chueng), duro demais, né? Acho que respeitei muito o jogo dele, a mesma coisa aconteceu com o (Yan) ‘Pica-Pau’. Eu tive a chance de encaixar um triângulo ali. A minha cabeça era de ganhar o campeonato. Às vezes eu sou muito coração, eu quero ser amazonense, quero finalizar todo mundo.”, comentou Jackson.
Final dos médios aconteceu entre dois atletas da Checkmat: Francisco Lo e Jackson Nagai
Na última disputa do torneio, Jackson Nagai enfrentou Francisco Lo, um colega de equipe da Checkmat, mas com o qual o atual campeão dos médios não tem muita proximidade, como acontece com Jansen Gomes, por exemplo, um amigo próximo. Antes da definição do campeão na final, a possibilidade de um fechamento foi debatida nos bastidores, mas outra alternativa, que não fosse a luta, não era uma possibilidade.
“Cheguei na final com um companheiro de equipe. Até então, a galera perguntou se iríamos fechar. Eu disse que não, que não existe mais fechar na IBJJF. Eu não sou muito próximo dele também. Eu não gosto de lutar com quem é muito próximo. Cada um tinha um sonho e eu fui para pegar.”, afirmou Nagai.
Nagai cita Jiu-Jitsu como agente transformador da sua vida
Samuel Nagai, irmão mais novo de Jackson, dono do título de campeão mundial entre os penas em 2023, foi citado na entrevista como uma das preocupações de Jackson no início da sua trajetória no Jiu-Jitsu, com 16 anos de idade. O esporte na vida dos dois foi uma ferramenta de superação.
“Quando o meu pai abandonou nossa casa eu fiquei rebelde. Foi na hora certa que o Jiu-Jitsu chegou. Eu nunca me importei com o meu irmão, nunca. Eu era um cara bem individualista. Eu sempre fui muito competitivo e no momento em que eu entrei na academia o meu professor me alertou de que eu era um homem forte, com 16 anos. Meu irmão não tinha ninguém, meu pai abandonou. Foi aí que comecei a olhar o meu irmão, comecei a olhar os meus passos. Se eu errar muito, o moleque tá me olhando, eu não posso errar. O Jiu-Jitsu me salvou e hoje é a minha vida.”, contou o campeão dos médios.