Mantendo uma estabilidade de bons resultados nas últimas temporadas, Gabriel Silva, faixa-laranja de Vicente Júnior, vai nesse final de semana se testar no grappling, modalidade em estado avançado de crescimento no mundo e extremamente popular nos Estados Unidos, terra de Gabriel. Influenciado principalmente pelos colegas de treino da mesma faixa etária, competidores no grappling, o multicampeão de kimono identificou no ADCC Open, em Atlantic City, uma boa oportunidade.
“Eu vou lutar o meu primeiro torneio sem kimono neste final de semana, o ADCC em Atlantic City, Nova Jersey. Eu tenho interesse em competir para poder me testar, sair da zona de conforto e possivelmente me qualificar para o ADCC Youth Championship, em agosto. Além disso, alguns colegas da minha idade estão competindo no No Gi e eu pensei: ‘por que não dar uma chance?’. Dependendo de como eu vou me sair, posso considerar lutar mais grappling.”, explica, sugerindo a possibilidade de descoberta de outra habilidade, além da aptidão para a luta de kimono.
Já que o Jiu-Jitsu de kimono e o grappling são as duas faces de uma mesma moeda, Gabriel Silva fez uma breve análise do alcance do grappling no seu país natal em entrevista ao VF Comunica. Para o atleta, o crescimento da modalidade sem pano tem relação direta com a grande amplitude do Wrestling no país, uma prática esportiva estimulada em colégios norte-americanos.
“Eu sinto que o crescimento do grappling nos Estados Unidos é uma influência do Wrestling típico no país. Muitas escolas ensinam e isso se reflete em boas oportunidades de bolsas de estudo e nas Olimpíadas a popularidade desse esporte cresce ainda mais. Fazer a transição do sem kimono para a luta de kimono é mais difícil do que o contrário. O grappling atrai a atenção de vários wrestlers e, se você observar os ADCCs, muitos desses competidores têm o Wrestling no jogo. Falando sobre os atletas da minha idade, eles conhecem grandes nomes do esporte, como o Gordon Ryan. Além disso, a chegada do ADCC Youth Championship nesse verão vai aumentar a motivação do pessoal para melhorar no grappling.”, analisa o faixa-laranja, consciente do poder desse cenário.
Trabalho fora dos tatames é aprendizado para Gabriel Silva
Sempre obstinado a manter o estilo de vida de atleta de Jiu-Jitsu, com o sonho de se manter como um faixa-preta bem-sucedido na fase adulta, Gabriel começou a trabalhar aos finais de semana com a finalidade de aprender mais sobre a vida, mais do que o Jiu-Jitsu pode ensinar.
“Trabalhar tem sido uma experiência nova, mas ainda assim divertida. Estou gostando desde que comecei, fazendo disso um aprendizado não somente sobre o trabalho em si, mas sobre a vida, sobre coisas que vou precisar fazer quando for mais velho. Estou buscando saber mais sobre as responsabilidades da vida. O Jiu-Jitsu me ajuda, mas certas coisas o esporte não alcança. Eu recomendo muito para as pessoas da minha idade porque isso ajuda no futuro.”, encerra, demonstrando ter encontrado um bom equilíbrio de conduta dentro e fora dos tatames.