
Sediada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o ADXC 2 proporcionou lutas que fizeram justiça à expectativa dos fãs de grappling e Jiu-Jitsu. O evento é conhecido pelo formato idealizado para promover lutas com e sem kimono, distribuídas de forma justa pelo card. Foram 14 no total, sete duelos com kimono e sete sem pano.
No card preliminar, que inaugurou o ADXC 2, a faixa-preta Emily Ferreira, pupila de Bruno Bastos, encerrou o combate contra Yara Kakish com finalização, exatamente como disse que faria à equipe do VF Comunica, presente na cobertura oficial do evento. Após aplicar um triângulo que precisava somente de um ajuste milimétrico, Emily foi certeira no armlock, finalizando a adversária no terceiro round do combate. Única finalização do card preliminar.
O confronto de Matus Arpas contra Ahmed Amir foi outro destaque do card que antecede o principal. Com domínio total do adversário, Ahmed Amir, o lutador não finalizou na guilhotina por muito pouco, mas acabou sendo declarado vencedor pelos juízes por unanimidade. Abrindo o preliminar, o russo Yaroslav Rymashevkii, faixa-marrom de Jiu-Jitsu, venceu o faixa-roxa Alinur Kuatuly na primeira decisão unânime da noite. Na sequência, Mohammed Al Suwaid levou a melhor sobre Seonghyeon Joo, com luta que também deixou a decisão na mão dos árbitros. Shay Montague e Omar Al Suwaidi, irmão de Mohammed, protagonizaram a última luta do card preliminar. Vitória para Shay em um combate parelho, com oscilação constante entre os favoritos. No final, o braço de Montague foi erguido.
Card principal do ADXC começa com disputa de pesos pesados no sem kimono
Pouya Rahmani e Denzel Freeman deram início ao primeiro confronto do card principal, disputa sem kimono. Em um duelo de gigantes, Pouya foi mais contundente, peso-pesado com entradas de quedas efetivas, e a vitória foi consequência da decisão unânime dos árbitros do ADXC. Na vez de Yuta Shimada e Gabriel Sousa, um embate aguardado entre as lutas de kimono, o brasileiro saiu vitorioso, sem divergência entre os árbitros como mostrou as papeletas. De acordo com o desempenho de cada um, marcados por estabilidade, as chances pareciam equilibradas. No entanto, Gabriel foi mais ativo nos ataques e contra-ataques, como na entrada de queda que quase sacrificou o pescoço de Yuta.
A finalização relâmpago do card principal, antes das 4 maiores atrações, ficou por conta de Sidney Outlaw. Em movimentação certeira de reversão de posição, Terrance McKinney ficou sem defesas diante do estrangulamento pelas costas. Tudo isso com o cronômetro do primeiro round ainda a caminho dos dois minutos de combate. Talison Costa e Ali Monfaradi, no kimono, e Douglas Lima contra Rinat Fakhretoinov foram as lutas que antecederam as atrações principais da noite. Em ambos os casos, as lutas terminaram com os árbitros decidindo o desfecho.
Espen Mathiesen levou a melhor sobre Pablo Lavaselli, o argentino da AOJ
Uma disputa que caracterizaria um desempate, já que Espen Mathiesen e Pablo Lavaselli já lutaram um contra o outro duas vezes, com uma vitória de cada lado, o confronto sinalizado como co-main event entregou emoções pela disputa equilibrada. Com muito trabalho de guarda e tentativas de passagem, os dois demonstraram versatilidade e domínio do Jiu-Jitsu, independentemente da posição. Segundo o veredicto dos juízes, o norueguês Espen obteve ligeira vantagem sobre o argentino da AOJ.
Na luta feminina mais aguardada da noite do ADXC 2, segundo co-main event, Ffion Davies deixou bem claro o porquê do seu favoritismo. Absolutamente avassaladora, a atual campeã mundial de Jiu-Jitsu pela IBJJF, com e sem pano, já entrou no cage determinada a tomar frente na ação. O bote foi rápido, nos primeiros segundos do round de início, Davies dominou as costas de Luana Pinheiro, a brasileira com contrato vigente no UFC, e fez a adversária bater após executar um mata-leão sem possibilidade de defesa.

Para a conclusão em grande estilo do ADXC 2, ainda faltavam as lutas do main event, com e sem kimono. Bruno Lima e Manuel Ribamar, veteranos da Arte Suave, protagonizaram uma disputa que serve de exemplo de um Jiu-Jitsu bem executado. No decorrer da batalha com pano, o português Bruno Lima conseguiu um controle melhor do game sobre o manauara Manuel Ribamar. O resultado que ficou foi a vitória de Lima por decisão unânime dos árbitros.

Na luta mais aguardada do evento, Aljamain Sterling, um ex-campeão do UFC que topou colocar seu grappling à prova, enfrentou Chase Hooper, atleta menos experiente, mais jovem, mas com chances de surpreender no main event No Gi. No campo de ação, o que mais sobressaiu foi a predominância do jogo por cima de Sterling contra a guarda elástica de Chase Hooper, atleta fisicamente menos robusto. A guerra que encerrou o ADXC 2 manteve a paridade técnica entre os lutadores. A decisão dos árbitros responsáveis foi dividida, definindo Aljamain Sterling como o grande campeão.