Gabriel Almada 
Ruan Alvarenga é uma joia rara do grappling no Brasil. O mineiro conquista cada vez mais espaço na modalidade graças ao seu estilo finalizador que o garante vitórias triunfais. Ruan compete exclusivamente sem kimono e é visto como um das principais revelações do esporte no país. Ruan se vê como um caçador da finalização e tem repertório para surpreender os adversários com ataques em diferentes áreas. Ele ressalta que quando está em ação é certeza de uma luta empolgante.
“Meu diferencial é a agressividade. A galera sabe que eu posso acabar a luta a qualquer momento, pois eu procuro a finalização a qualquer custo, não sou atleta de um golpe só, ataco todos os membros do corpo. Quando piso no tatame, todos sabem que vai ser guerra do início ao fim independente do resultado. Sou um caçador, vou atrás da presa a todo custo. Eu amo guerrear, isso está dentro de mim, vocês nunca vão me ver fazer uma luta morna”, conta Ruan Alvarenga, em entrevista ao VF Comunica.
Em seu próximo compromisso, Ruan virá ao Rio de Janeiro em busca do ouro no Brasileiro Sem Kimono, a ser disputado nos dias 23 e 24 de setembro. Ruan comenta que deixará tudo de si no campeonato e promete impor seu estilo performático para se consagrar campeão.
“Eu não faço camp, estou sempre treinado e preparado a qualquer momento. Se precisar entrar um dia antes em qualquer evento eu estarei pronto. A única coisa que muda nos meus treinos para campeonatos ou lutas grandes é que eu treino de forma mais inteligente. Faço rolas específicos de acordo com o tempo e com a regra da luta voltados à competição alvo. Podem me esperar no Brasileiro Sem Kimono como um animal, estou com fome de guerra e eu amo esse sentimento”, vibra o faixa-preta.
Ruan treina com Marcelinho Garcia em Nova York e considera o tetracampeão do ADCC um dos responsáveis pela construção de seu jogo agressivo e letal. O mineiro tem Marcelinho como ídolo e ressalta que o período em sua escola foi essencial para evoluir no grappling.
“Marcelo sempre foi minha inspiração, desde criança. A mentalidade dele em questão de luta é igual a minha, ele busca a finalização do primeiro segundo de luta ao último. Aprender com ele me fez e me faz aprimorar mais esse jogo e esse instinto”, diz Ruan.
Além de ser um competidor sublime, o atleta é um admirador do grappling. Ele destaca que a modalidade está em ascensão no Brasil, mas aponta que outros países estão à frente no esporte.
“A realidade é que ainda estamos muito atrás de alguns países quando se trata de grappling, falo em questão de popularização. Mas a modalidade tem crescido e fico feliz demais com isso, pois sou apaixonado pelo grappling”, pondera Ruan.
A vitória acachapante de Nicholas Meregali sobre Kaynan Duarte pode ter surpreendido boa parte da comunidade do Jiu-Jitsu. Por outro lado, Ruan Alvarenga salienta que não se espantou com o desfecho da luta.
“Para ser sincero, não me surpreendi com o resultado. Vimos o que ele fez no ADCC com tão pouco tempo de treino nogi, quem treina sem kimono sabe que a migração não é tão simples. Além de ser muito bom de Jiu-Jitsu e ser estudioso, ele agora também está maior e mais forte, isso faz diferença. Tudo bem se muitas pessoas não gostam dele, mas questionar o Jiu-Jitsu do cara é ser hipócrita ou não entender nada de grappling”, conclui o lutador.
