O atleta peso-leve do UFC, Charles do Bronx, teve o nome veiculado na mídia esportiva recentemente por conta do cancelamento da sua luta contra Islam Makhachev no UFC 294, oportunidade de revanche valendo o cinturão da divisão. Um corte profundo no supercílio do brasileiro o obrigou a adiar o combate, ainda não remarcado, e a decisão, como o próprio lutador já sabia, seria alvo de julgamentos.
Desde o início da carreira, Charles do Bronx teve que lidar com comentários negativos, tanto de atletas que também batalhavam por um bom posicionamento quanto dos famigerados haters. Ao Connect Cast, o ex-detentor do cinturão revelou que não há saída melhor do que tirar proveito desse tipo de situação. “Eu usava muito dessas coisas como um combustível para queimar na lenha. ‘Você não é favorito’. Legal, eu não sou o favorito, mas quem acredita em mim vai ganhar dinheiro junto comigo. Quando eu escutava que não estava pronto, eu queria mostrar, eu queria provar. Eu não gosto de perder nem no par ou ímpar.”, revela, deixando claro que a gana competitiva também é um fator que deve estar presente.
Preparação física passou a ser encarada com seriedade
Nos primeiros passos da trajetória que culminou com a contratação pelo UFC, Charles disse que não valorizava recursos fundamentais como a preparação física, um erro que ele reparou com a maturidade profissional.
“Quando eu perdi para o Paul Felder, eu perdi porque não tinha força. Ele era 30 vezes mais forte do que eu. Eu encaixava tudo e ele tirava igual um papel. Então, hoje eu amo fazer musculação, me sinto forte, me sinto bem. O punch, a pegada, são outros.”, conta.
Na luta contra Tony Ferguson, aceita às pressas no UFC 256, em dezembro de 2020, o lutador de MMA relata uma curiosidade dos bastidores. Uma situação que lhe mostrou o valor de um psicológico bem preparado para encarar o oponente frente a frente, dentro do cobiçado octógono do UFC.
“Eu lembro quando fui lutar com o Tony (Ferguson), eu estava sentado no chão e o Tony passou por trás de mim, eu não vi. Eu estava esperando para gravar enquanto ele gravava. Quando ele passou, acho que ele me viu muito forte, aí ele começou a falar com a galera para me incentivar a bater o peso porque, se não, ele não iria lutar. Meu telefone não parava, conseguiram o número, ficavam me ligando, dizendo: ‘Tony, Tony…, e eu bloqueava”.”, afirma.
A forma de lidar com a pressão foi a mesma, desde que ele aprendeu a usar a negatividade a seu favor. Em conjunto com os coachs, Charles de Bronx foi embalado pela carga de subestimação, decidido a mostrar que ele pode sim ser perigoso. No combate, Charles lutou três rounds de cinco minutos e saiu vitorioso por decisão unânime dos juízes.