
Nascido e criado em Brasília, Carlos Henrique Barbosa descobriu o Jiu-Jitsu em 2004 como um meio de superar a timidez e controlar a ansiedade. Um início despretensioso que acabaria evoluindo para uma jornada na arte marcial. Motivado pelo desejo de aumentar sua confiança e encontrar uma saída construtiva para sua energia, Carlos mergulhou no Jiu-Jitsu. Sob a orientação de seus professores, ele competiu em vários torneios em todas as cores de faixa.
Em 2015, depois de se formar em Engenharia Civil, ele decidiu se dedicar totalmente ao Jiu-Jitsu. Em 2019, Carlos se mudou para os Estados Unidos, ansioso para compartilhar seu conhecimento para outras pessoas. Assim, no ano seguinte, ele fundou sua própria academia, a Native Brazilian Jiu-Jitsu.
Em uma breve pausa nos trabalhos na academia, Carlos reservou um tempo para conversar com a equipe do VF Comunica. Segundo ele, seus objetivos enquanto líder da Native são fundamentados no ensino da arte marcial com total credibilidade. Como resultado, ele pretende formar um campeão mundial na faixa-preta com tempo já determinado de formação do atleta.
“Meu objetivo pessoal é ter um campeão mundial na faixa-preta em 12 anos. Meu objetivo como líder de equipe é criar uma escola de Jiu-Jitsu que desenvolva campeões dentro e fora do tatame. Ter uma academia que seja referência no ensino do Jiu-Jitsu, sempre pautado pela disciplina e respeito. Uma equipe onde todas as pessoas sejam bem-vindas e se sintam confortáveis para aprender essa incrível arte marcial.”, enfatizou Carlos.
Segundo Carlos, treinar a filha é uma tarefa que exige cuidado redobrado
Carlos Henrique transmitiu o gosto pelo Jiu-Jitsu na genética. Sua filha, Luiza Faria, atleta faixa-amarela, sempre mostrou interesse pelo esporte sem que fosse necessário uma influência mais direta por parte do pai. Para Carlos, ter a filha lado a lado no ambiente da academia é como uma recompensa.
“Às vezes acho que ela nasceu para lutar. Desde os 3 anos de idade que ela me acompanha pra ir nos treinos de Jiu-Jitsu. Quando abri a Native ela tinha 5 anos e eu trazia ela para a academia. Foi assim que notei que ela ficava assistindo às aulas e repetindo os movimentos. Quando ela completou 6 anos comecei a ensinar o Jiu-Jitsu para minha filha. Desde então, ela nunca mais parou.”, relembrou.
No entanto, ter esse tipo de vínculo de professor com uma filha requer um cuidado maior já que momentos desafiadores inevitavelmente vão existir. Carlos falou um pouco sobre as maiores dificuldades do processo e descobriu que a influência de fora, em outra academia, pode ser benéfica.
“É muito difícil ser pai e coach ao mesmo tempo porque você tem que separar muito bem a emoção de ser pai e a tarefa de ser treinador. O que faço para amenizar isso é colocar ela para treinar uma vez por semana com outro coach. Outra coisa que faço é só focar na parte do Jiu-Jitsu. Para as outras áreas, coloco ela para praticar com outros especialistas. Então, ela tem acompanhamento com psicólogo e preparação física com um educador físico. Isso faz com que ela acredite mais na minha capacidade como técnico de Jiu-Jitsu.”, explicou.
Obediência à uma metodologia de ensino é um dos nortes do fundador da Native como professor
Com a formação acadêmica, Carlos Henrique aprendeu a importância de uma metodologia confiável dentro do tatame. Afinal, todo professor tem a missão de ensinar e com o Jiu-Jitsu não pode ser diferente. Planejamento, estrutura e organização são requisitos que não podem ser negligenciados.
“Toda academia tem que ter classes para iniciantes e classes para avançados. Você nunca pode ter alunos favoritos. E os treinadores precisam estar em constante evolução. Outra coisa fundamental é entender que medalhas e campeonatos nunca poderão ser prioridades em sua academia. Ser professor é saber o que treinar. Como e quando treinar e ter clareza quanto às razões pelas quais você é um treinador. Em outras palavras, com esses objetivos bem evidentes, é hora de investir o máximo possível para atingi-los”, ressaltou o faixa-preta.
Dono de um diploma de Engenharia Civil, Carlos Henrique optou pelo Jiu-Jitsu como profissão por um motivo que lhe motiva diariamente: edificar o ser-humano pelo ensino de uma arte marcial.
“Eu sou formado em Engenharia Civil e eu sempre falo que meu certificado de Jiu-Jitsu é mais importante que meu certificado de Engenharia Civil. Porque a Engenharia me ensinou a construir pontes, estradas e edifícios, já o Jiu-Jitsu me ensinou a construir pessoas mais fortes e capazes de enfrentar as mais complicadas situações dentro e fora dos tatames.”, refletiu.