Carlos Henrique Costa é um talento do Dream Art na elite do Jiu-Jitsu e já conquistou um título expressivo em sua promissora jornada na faixa-preta. Carlos teve atuação dominante no Pan Nogi e conquistou o ouro no peso leve. O brasileiro também compete com kimono, porém está focado no grappling.
Carlos mora nos Estados Unidos e é o head coach da Dream Art Houston. Ele passou por diversas mudanças na vida profissional e pessoal e evoluiu dentro e fora dos tatames. Ele se fortaleceu diante das dificuldades e hoje consegue conciliar as rotinas de professor e atleta de alto rendimento.
Novos desafios na carreira
Em entrevista ao VF Comunica, Carlos Henrique comentou como a mudança para os Estados Unidos foi importante para o desenvolvimento de sua carreira no Jiu-Jitsu.
“Acho que vir para os Estados Unidos foi a melhor decisão que eu tomei na minha carreira. No começo, eu fiquei pensativo porque eu seria um dos professores da academia e não sabia quem ficaria aqui comigo. Às vezes, o atleta vem para os Estados Unidos, mas perde qualidade no treino. O treino em São Paulo é muito forte e fiquei com receio de perder qualidade aqui. Então, conversei com o Isaque e ele deixou alguns atletas aqui comigo para não deixar meu rendimento cair. Até então, está tudo indo muito bem. Minhas competições falam por si só. Também melhorei bastante no inglês, que é algo importante para os atletas. Estar aqui é algo grandioso na minha carreira, me impulsionou em tudo”, afirmou Carlos.
Realização pessoal
Nos últimos meses, Carlos Henrique também alcançou uma realização pessoal. Ele se casou e deu início a uma nova fase em sua vida. O faixa-preta contou como essas transformações foram importantes para o seu amadurecimento.
“Eu casei e é uma relação totalmente diferente de namorar. Acho que foi a melhor decisão que eu já tomei na minha vida pessoal porque conheci uma ótima pessoa. Antes de conhecê-la, eu não falava nada de inglês, tive até que desenrolar no tradutor (risos). Ainda não falo tudo hoje em dia, mas estou bem melhor. Eu também me tornei professor aqui, o que foi algo novo porque eu era apenas competidor no Brasil. Essas mudanças me forçaram a evoluir em tudo. Tanto a falar inglês quanto ser professor. Foi um grande desafio, mas gosto dessas situações que me fazem evoluir”, ressaltou Carlos.
Carlos é destaque no Jiu-Jitsu como professor e atleta
Carlos confessou que tinha dúvidas se conseguiria manter o alto nível como atleta caso assumisse a função de professor, mas garantiu que aprendeu a equilibrar as duas funções conforme obteve mais experiência.
“Tive que controlar os dois lados para manter o alto nível como atleta e professor. Esse foi meu primeiro ano na faixa-preta, perdi na primeira luta no Mundial e vi que tinha muito a melhorar. Acredito que encontrei o que precisava para melhorar. estou mais maduro e estou com o Jiu-Jitsu melhor. Quando comecei a dar aula, achei que seria algo que me impediria de evoluir, porém, encontrei uma forma de evoluir ainda mais porque você começa a abrir sua mente quando se torna professor. A partir do momento em que você começa a dar aula, você passa a entender a dinâmica dos movimentos. Tive que estudar o Jiu-Jitsu para melhorar minha aula. Consequentemente, meu Jiu-Jitsu evoluiu também. Eu me fortaleci diante das situações e hoje tenho quase 100 alunos”, comemorou o representante do Dream Art.
Ascensão no grappling
Carlos é uma das revelações do peso leve na temporada e provou que pertence à nata da categoria. Ele entrou nos holofotes do grappling e conseguiu uma vitória contundente no WNO. Ele explicou se pretende seguir apenas no grappling ou se dedicar com kimono também.
“Sempre tive facilidade de competir no nogi por causa do meu estilo de luta. Sou agressivo e tenho um jogo solto. Nunca foquei realmente no nogi, eu só tirava o kimono quando estava perto de uma competição. Foi isso que fiz basicamente no Mundial Nogi 2022, porque comecei a me preparar a 15 dias do evento. E ainda fiquei em segundo, derrotei vários caras renomados. Então, depois desse campeonato, coloquei na cabeça que iria treinar nogi. Eu me apaixonei quando comecei a treinar nogi e percebi que evolui bastante. Minha primeira grande vitória no grappling foi no WNO e ganhei o Pan há pouco. Eu me mantenho nas competições com kimono nessa temporada, porém, não é o meu foco. Como sou bom nos dois, vou continuar evoluindo nas duas áreas”, confirmou Carlos.
Carlos Henrique cita evolução no Jiu-Jitsu
Carlos Henrique destacou que treinar sem kimono tem sido importante para aprimorar seu jogo com kimono.
“Quando comecei a treinar nogi, melhorei meu jogo de pressão porque você não pode dar espaço ao adversário. Isso me ajudou no meu estilo com kimono. Então, não pretendo focar só no nogi, o kimono foi minha primeira paixão. Claro que vou focar no nogi quando estiver perto de competições grandes, mas quero fazer os dois”, reafirmou o brasileiro.
O atleta do Dream Art declarou como se tornou um atleta mais qualificado a partir do momento em que passou a ter novas responsabilidades como professor, marido e head coach.
“Quanto mais responsabilidade você tem, mais você evolui. Foi isso que aconteceu comigo. Antes de vir para cá, eu tinha uma mentalidade só de competir, agora, não. Sou casado, tenho minhas responsabilidades com a academia, preciso dar aula, montar plano de aula e manter a galera motivada. É um pouco cansativo, porém, nada que me atrapalhe. Pelo contrário, tudo isso me faz evoluir. Vou até dar o exemplo do Tainan. Ele é casado, dá aula e conseguiu manter o alto nível. Eu recebo bem para ser professor aqui. Então, antes, o dinheiro era a minha maior dificuldade, hoje, eu tenho uma condição melhor e consigo facilitar as coisas”, reiterou Carlos.
Combustível para prosperar
Carlos Henrique vibrou com seu momento nos Estados Unidos e ressaltou que alcança seus objetivos no Jiu-Jitsu não apenas para melhorar sua vida, mas também para ajudar seus familiares.
“Trabalho com o que amo, então consigo viajar para competir e pagar um hotel se for necessário. Além disso, O fato de dar aula ajuda muitos atletas na questão financeira. Tudo que faço é em função de melhorar a minha vida e a da minha família. E hoje consigo dar uma condição melhor a eles. Meu resultados também estão vindo, as coisas estão acontecendo”, celebrou Carlos.
Carlos Henrique coloca alvo em Dante
Nas últimas semanas, Max Hanson fez um desafio a Carlos Henrique. Eles se enfrentaram no Pan e Carlos levou a melhor. No entanto, apesar da vitória recente, o brasileiro acredita que outro triunfo sobre Hanson pode abrir as portas para uma revanche com Dante.
“Eu o derrotei no Pan e sobrei. Ele ataca bastante o pé e não conseguiu em nenhum momento chegar numa posição boa. Eu derrubei, raspei e controlei a maior parte da luta. Ele não é o meu foco, sei que vou finalizá-lo se a gente lutar nas regras do WNO ou do ADCC. A IBJJF limita meu estilo de jogo porque muitos atletas não lutam para finalizar. Seria interessante lutar com ele, pois ele treina com o Dante. Se eu bater nele, vai aumentar a expectativa pela minha luta com o Dante, já que quero tirar o cinturão dele. No ano passado, ele me derrotou por causa de uma situação que eu arrisquei. Acredito que eu vou sobressair contra ele numa regra sem pontuação. Ele é bem agressivo, versátil, só que eu sou mais. Tenho mais vigor e espero ter essa luta. Antes disso, o Max seria uma luta boa”, concluiu Carlos Henrique.