Faça chuva ou faça sol, Giovana Amaral, de 15 anos, pedala um total de 20 km, todos os dias, para treinar Jiu-Jitsu e passar pelo processo da construção de um sonho. A jovem, moradora de Itapetininga, no interior de São Paulo, acabou de receber uma recompensa pela dedicação em manter a vida de atleta: foi campeã da Primeira Etapa do Circuito Paulista, da FPJJ. Torneio que aconteceu entre os dias 16 e 17 de março.
Giovana, faixa-branca da modalidade, se apaixonou pelo Jiu-Jitsu assim que conheceu a arte. A vontade de se profissionalizar, além de ser uma realização pessoal, atenderia também ao desejo de ser um exemplo para os demais.
“Essa vontade vem de uma menininha que se apaixonou tanto pelo Jiu-Jitsu que hoje quer ser reconhecida. Algumas pessoas me olham e falam que querem ser iguais a mim quando crescer e isso é muito especial. (…) Quero ajudar as pessoas que estão na mesma situação em que eu estava. Meu objetivo é muito maior do que todas as pessoas que falam para eu desistir. “, contou em entrevista ao G1.
Giovana Amaral vive rotina de atleta dentro de um projeto social
Giovana Amaral é aluna do projeto social Super Ação, que tem como proposta introduzir no esporte jovens em situação de vulnerabilidade. A mãe da menina, Meire Amaral do Nascimento, disse que o amor da filha pelo Jiu-Jitsu veio logo após a entrada no espaço.
“Não há nada que faça essa menina não ir treinar, ela estuda das 07:00 às 16:15 e diariamente pedala na parte da noite para ir aos treinos, das 19:00 às 21:00. Eu fico muito preocupada, mas ela faz questão de ir todos os dias. Hoje, com o celular, fica mais fácil para monitorar o trajeto, mas também mando mensagem ao professor para saber se ela chegou.”, explicou.
Participação no Circuito Paulista exigiu ainda mais determinação
Para participar da etapa do Circuito Paulista, Giovana precisou viajar e, para conseguir dinheiro, fez pulseiras para vender na feira, um trabalho que se somou à rifa de produtos de crochê que a mãe da atleta produziu. Desistir nunca foi uma opção, seja por questões financeiras ou por obstáculos como a distância.
“Eu enxergo o esporte como uma grande oportunidade de vida e saúde, a minha saúde melhorou muito, assim como a minha mentalidade. O esporte me tirou do fundo do poço, tinha depressão, ansiedade e autoestima baixa. Hoje eu consigo socializar com as pessoas, me sinto mais bonita e bem comigo mesma.”, afirmou a competidora que já participou de três etapas da Federação Paulista no ano passado, mesmo com um cisto no joelho. A medalha de ouro nessa temporada também representou outra conquista: foi a primeira competição de Giovana pós-cirurgia para a correção do problema.