Caio Almeida é dono de uma carreira de sucesso no Jiu-Jitsu tanto como professor quanto como atleta. Bicampeão do World Pro e líder da Almeida Jiu-Jitsu, em Itaquera, Caio é um dos nomes mais respeitados na comunidade do esporte. Ele já revelou diversos campeões, como Bia Basilio, Léo Lara, Cleber Clandestino e foi responsável por fazer o intercâmbio de alguns de seus principais alunos para a Atos.
Aos 37 anos, Caio Almeida segue em ritmo intenso nas competições e sua próxima aventura será no sem kimono. O faixa-preta entrará em ação no Pan Nogi, a ser disputado entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, no Texas, e vai acirrar o páreo no master 2 peso médio. Em entrevista ao VF Comunica, Caio comentou os preparativos finais para o evento da IBJJF.
“Meu ajuste mesmo foi tirar o kimono. Tive pouco tempo para treinar nogi, então foquei em treinar e fazer rolas. Fiz uma boa campanha no Mundial Master, não perdi nenhuma luta. Depois, fui derrotado no BJJ Stars e ainda me lesionei. Cheguei nos Estados Unidos na terça-feira após o BJJ Stars e comecei a treinar na quinta. Não tive tempo para fazer uma preparação mais intensa ou uma periodização”, disse o professor.
Caio costuma competir com kimono e se testar no nogi é sempre uma aventura. Ele afirmou que estava em dúvida se lutaria no campeonato, mas a busca por desafios o motivou.
“A faixa-preta é uma caixa de surpresas. Por exemplo, no master, principalmente nos campeonatos sem kimono, há diversos atletas de MMA, vale-tudo. É uma categoria difícil que me fez repensar se eu realmente lutaria o Pan Nogi. É um universo completamente diferente das competições sem kimono. É de batalha que se vive a vida, quero me enfrentar nessa competição”, declarou Caio.
Caio Almeida lidera uma equipe renomada e faz um trabalho consistente que já gerou inúmeras recompensas. O professor da Almeida Jiu-Jitsu destacou que os principais alicerces da equipe são a união e o desejo de impulsionar o desenvolvimento do atleta.
“O que torna a Almeida Jiu-Jitsu é a nossa união. Nosso time não é grande, mas é unido. Treinamos, viajamos e vivemos o sonho do outro juntos. A união fez muita diferença ao longo desses anos. Outro fator que impulsionou a equipe é a organização porque temos uma presidência comigo, com os meus irmãos Diogo e Gustavo, Marcio Winkler e com o Jorginho Azevedo, que está em Dubai. São cinco faixas-pretas respeitados e fazemos reuniões semanalmente para traçar as metas e escolher o trabalho que será desenvolvido. Outro detalhe importante na Almeida JJ é o cunho social. Não é sobre ganhar mídia ou dinheiro em cima do atleta, mas em prol da vida deles. Temos mais vontade dos nossos atletas serem campeões do que a equipe, tanto é que eles representam a Atos nas competições internacionais. Nosso objetivo é gerar transformação na vida do próximo”, reiterou o faixa-preta.
Após o Pan Nogi, Caio já tem data marcada para retornar às competições com kimono. Ele está confirmado no World Pro de Abu Dhabi e vai caçar o tricampeonato.
“Sou bicampeão do World Pro e esses títulos representam muito para mim porque era algo que eu almejava desde a faixa-marrom, quando assistia diversos campeões na faixa-preta. Tentei essa conquista por vários anos e hoje sou bicampeão. Não é apenas uma satisfação social, mas uma missão cumprida. Foi um título importante para a equipe, pois apostavam demais na minha liderança. Foi um sentimento de vitória da equipe, foi maravilhoso ver a alegria dos alunos. Em novembro, vou em busca do tri e esse título vai representar a constância de seguir ativo e continuar atrás de desafios”, contou Almeida.
Ele tem uma longa carreira no esporte e, como a maioria dos atletas, se deparou com a derrota e precisou dar a volta por cima para seguir em frente. Em seu compromisso mais recente, Caio foi derrotado por Piter Frank no BJJ Stars 11, mas já virou essa página. O professor listou algumas dicas de como superar o revés.
“A principal lição que eu tiro com a derrota é que podemos dar a volta por cima. Perder dói demais e todo lutador está sujeito a isso, basta lutar. Porém, a derrota não é o fim, te oferece a oportunidade de se reinventar, dar a volta por cima e mostrar a si mesmo que é possível se reerguer. Demorei a entender isso. Quando a vitória vem, é lindo, mas nem sempre é assim. É preciso ter disciplina para continuar. Lembro que perdi o GP da Copa Pódio em 2017 e eu tinha o sonho de ser campeão daquele GP. No entanto, fiquei nervoso, performei mal. Fiz três lutas e perdi todas. Isso foi muito importante porque dei a volta por cima no ano seguinte e fui campeão do World Pro. A derrota não é o fim, talvez o recomeço”, refletiu Caio Almeida.